30 de outubro de 2015

Dinheiro vem, dinheiro vai, dinheiro entra, dinheiro sai

Em tempos de vacas magérrimas (figurativa e literalmente), estava pensando em nossos hábitos de consumo.
Não se trata de fazer um libelo contra o consumismo desenfreado. Acho que já tentei isso aqui e não sei se convenci alguém. Nem a mim mesmo.
É sobre o dia a dia.
Não tem jeito, só o ar que respiramos é de graça. Por enquanto. E olha que ele vem poluído. Tente ver o preço de uma garrafa de oxigênio.
Então, se não pode com ele, analise-o pelo menos.
Sim. Se quiser gastar menos e ter o melhor, é bom fazer isso: analisar o seu perfil consumidor. Tal importância que dou ao tema é por que tenho certeza que sou péssimo nele.
Gasto mais do que deveria ou poderia. Mas já fui pior.
Andei emparedado por horríveis monstros econômicos que me devoravam noite e dia. Consegui algumas armas para me libertar mas eles continuam à espreita.
Enfim, nossos gastos maiores ou menores se concentram nas opções oferecidas.
Minha TV por assinatura, por exemplo, custa uma fortuna mensalmente. As operadoras costumam oferecer as armadilhas dos pacotes fechados. Você não pode montar sua própria grade de canais.
Querem um exemplo? Esses dias descobri listado na minha fatura um certo "Canal Especial" que me somava R$ 50,00 ao já assustador valor final. Liguei para saber o que era aquilo e a atendente me disse que era o "canal adulto" do meu pacote. Já entenderam né? Canal adulto é canal pornô. Em HD. Não é que eu não goste da coisa, mas nunca pedi um canal pornô na minha assinatura.
Nem sabia, porque ele vem (e continua) bloqueado por senha que nem sei qual é (acreditem!). Solicitei para ela retirar (sem maldade, please). "Impossível senhor, seu pacote é premium e esse canal faz parte, não pode ser retirado". Como assim? Tentei de tudo e não consegui retirar o canal. "A não ser que mude o pacote, senhor". Então muda, senhora! "Mais aí o senhor não terá direito aos pontos adicionais". Desisti. E olhem que eu - confesso - apelei, dizendo que era uma pessoa muito religiosa e que aquilo era um pecado. Acho que ela não acreditou não. Desconfio que não passei sinceridade nos meus apelos...
Estou pensando seriamente em ficar só com a Netflix: filmes e séries à rodo a preço de um combo do Burger King. E com quatro pontos que podem ser acessados simultaneamente em qualquer lugar que esteja. O futuro é o streaming! Basta um bom sinal Wi-Fi. Que não seja caro.
E as roupas? Comprando em grandes magazines você gasta bem menos do que naquela boutique legal, com atendimento diferenciado e roupas de grife com caimento perfeito (huuumm...). Decidi fazer isso! Fui em uma delas e gostei logo de cara da estampa de uma camisa. O problema é que tinham mais 325 (eu contei, juro!)  exatamente iguais nos cabides! Sem falar em algumas denúncias envolvendo pagamento de quantias irrisórias a serviços terceirizados. E a não preocupação com a questão ambiental. Tudo isso me faz pagar menos, mas a que preço?
Voltei então para a boutique. A estratégia é comprar peças boas mas em menor quantidade, de forma bem espaçada. Pelo menos até os grande magazines se enquadrarem.
Ou optar por aquele antigo brechó que agora é chique.
E no bar nosso de cada dia? Gosto de experimentar novos sabores de cerveja, agora que é modismo a tal da cerveja artesanal. Não sou de beber muito mas até hoje não descobri quem é essa pessoa que eles recomendam beber junto, um tal de Moderação. "Beba com Moderação", eles dizem.
O fato é que em um boteco com ar condicionado (não, não era um "pé sujo") pedi uma que me havia sido recomendada. Não me lembro do nome agora. A surpresa veio ao final, na conta: cada garrafinha custava a bagatela de R$ 26,00! Peraí garçom! Essa artesanal é da Bélgica? "Não senhor, é da cidade mesmo". Nem paga transporte aéreo e custa essa fortuna? Ah sim. O lúpulo é importado. Deve ser de Marte. Voltei então para o chopp básico, enquanto vejo na Internet como se produz cerveja em casa. A esse preço vou investir na minha própria cerveja artesanal feita na panela de pressão. Para meu consumo e para venda. A R$ 26,00.
Ah! Sim! Consegui controlar minha compulsão de comprar discos e livros (sim, em tempos de Internet ainda compro discos e livros). Pelo menos nesta semana. Sabe como é companheiro, uma semana de cada vez.
Bem, viram como é bom fazer uma análise? Como assim não cheguei a conclusão razoável nenhuma? Viram então o meu problema né?! E ainda gastei o tempo de vocês. Sorry!

Em tempo: o criador e titular deste blog, Luiz Felipe Muniz, faz aniversário hoje. Parabéns caro amigo! Vida longa com saúde e paz de espírito. Um grande abraço!

Apesar da contenção de gastos, reservei uma garrafa da Carlsberg Jacobsen Vintage ($400/375ml) para o aniversariante do dia: apenas 600 garrafas são produzidas anualmente desta barley wine(*). O problema é que só são consumidas em restaurantes de Copenhagen. Sem problema Felipe, já que a validade é até 2059! Quando chegar lá diga o meu nome que eles trazem a garrafa! :)

(*) "O barleywine (vinho de cevada) normalmente atinge um teor alcoólico de 8 a 12% em volume e é fabricado a partir de mosto de alta densidade até 1.120. O uso da palavra wine (vinho) é devido ao seu teor alcoólico semelhante a um vinho; mas, uma vez que é feito a partir de grãos (malte) em vez de frutas, ele é, de fato, uma cerveja".

5 comentários:

Maria Inês disse...

Ei essa foi ótima Marcos! Tá todo mundo controlando os gastos, embora desconfie desta crise com bares cheios e pessoas viajando muito. Parabéns para o Luiz Felipe Muniz que infelizmente anda sumido deste blog que eu acompanho desde o início. Acompanho também o seu blog Impressões com as ótimas crônicas semanais. Bjs.

Jeff Line disse...

Maneiro! Hahahaha....
Feliz Aniversário Felipe!
Mas essa cerveja eu não compro não!

Anônimo disse...

Pô!!! Carlsberg Jacobsen Vintage!!!!! Quero também!!!!!

Luis Jordão disse...

Descobri o blog há pouco tempo e gostei muito da forma como são escritos os textos. Ótimas abordagens de temas variados.
Parabéns ao aniversariante.

Anônimo disse...

Ta na hora de postar um Flashback ou um bom rock'roll