9 de julho de 2013

Aconteceu em 1942

No último domingo estava dando uma olhada nos meus discos de vinil que sobraram depois daquele ataque devastador de cupins já relatado aqui mais de uma vez.
Até hoje não contei quantos sobraram (acredito que menos de 1.000) e já nem lembro de muitas das raridades que perdi.
Mas achei um dos poucos que resolvi manter, mesmo sem a capa (os demais estão novos, com as capas em perfeito estado): a trilha sonora original do filme "Summer of '42", de Michel Legrand.
Aí me lembrei que havia feito um post no blog sobre o filme e a música. Acho que foi em 2010. Encontrei e resolvi recolocá-lo aqui para os que na época não conheciam o nosso espaço. Ou para quem já leu, lembrar que vale a pena ver o filme.
 
Houve uma vez, um verão...
Na década de 1970 assisti a um filme de que nunca mais esqueci. Na verdade não me lembro com detalhes de todos os acontecimentos do drama mas, adolescente que era, ficou na memória em linhas gerais uma espécie de “sinopse” da história.

Ocorre que nunca mais vi esse filme. Acredito que ele esteja disponível em DVD (se estiver em catálogo) ou mesmo que passe eventualmente nesses canais de filmes antigos, tipo Telecine Cult.

Pode ser que eu tenha, inconscientemente, optado por assistir aquela única vez para deixar registrado o encantamento de uma mente adolescente que ainda não tinha tido uma única namorada, mas que no fundo ansiava por uma paixão.

Acho que se eu falar o nome do filme e descrevê-lo um pouco, vocês vão entender melhor, certo?

Chama-se “Summer of '42”. A direção foi de Robert Mulligan, baseado em um roteiro autobiográfico de Herman Raucher. Ou seja, trata-se de uma história real. São as recordações de Herman, já um senhor maduro, contando um episódio da adolescência que marcou sua vida.

Foi uma paixão de verão (em um balneário americano) que ele teve por uma mulher mais velha chamada Dorothy (a bela Jennifer O'Neill), recém-casada e carente devido à ausência do marido, que estava servindo na II Guerra Mundial.

É talvez um dos mais singelos e emocionantes registros sobre o tema “a primeira vez”, onde a iniciação sexual é tratada de forma emocional. Apesar do tema 'forte' é um hino à inocência, a um momento único. Uma lição de amor e de vida, contada de forma poética e sensível. O que não é fácil, pois além da questão 'iniciação' trata-se de um relacionamento passageiro entre uma mulher casada, mais velha e um adolescente. Isso em 1942, contado no início dos anos 1970!
A capa original do LP com a trilha-sonora

Tenho até medo de falar essas coisas. Alguns de vocês podem procurar o filme, assisti-lo e... achar horrível! Os tempos são outros...

É que, para muitos, poderá parecer uma história “datada”. Não deixa de ser verdade. É o relato de uma época. Os tempos mudam e, sem nostalgia, acho que muitos jovens poderiam assisti-lo para comparar com as facilidades atuais. Isso sem querer distinguir “como melhor ou pior”.

No Brasil, com tantas adaptações de títulos infelizes, neste eles acertaram e para mim ficou melhor que o original: “Houve Uma Vez Um Verão” (acho que depois relançaram com o título "No Verão de 42"). E acredito que nunca houve um verão como aquele no cinema.

Mas tem outra coisa no filme que contribuiu para que ficasse em minha memória: a maravilhosa trilha-sonora de Michel Legrand, essa sim indispensável para admiradores de boa música orquestral. Retratou de maneira impar os momentos suaves do filme.

Talvez esteja na hora de, tantos anos depois, rever essa película (antigamente chamávamos assim) e verificar se resgato as mesmas sensações, apesar dos mais de 50 anos de hoje...



Jennifer O'neill

2 comentários:

Denise D+ disse...

É Marquinhos, um bom filme para ver neste dia frio e chuvoso. Pena que estamos trabalhando. Que vontade de ficar em casa! Bjs.

Anônimo disse...

Tem razão, é um clássico! Também o assisti ne velha "Sessão Coruja", emocionante... Vale ressaltar o talento e a beleza dessa atriz, que para mim é única.