7 de julho de 2013

Anderson Silva: Ascensão e Queda (?!)

Antes de mais nada... "foi bonita a festa, pá...." (Chico Buarque) lá em Londres hoje.
Parabéns ao Andy Murray grande campeão de Wimbledom 2013, depois de décadas sem que um inglês vencesse o Grand Slam em casa.
Brasil em quadra na final de duplas nesta tarde.
Sobre o Anderson, bem nem sei se cabe ficar fazendo análise de MMA com tantos acontecimentos mais importantes no Brasil e no mundo.
Mas, que se danem - pelo menos neste domingo - as crises all over the world e as politicagens. Falando em politicagem...
O fato é que o Anderson perdeu o título ontem depois de sete anos e 10 desafios tirados "de letra".
Tenho visto na imprensa e rede sociais críticas severas ao Anderson por seu "comportamento debochado e desrespeitoso" com relação ao oponente, que "foi perfeito e fez justiça".
Curioso como um herói esportivo há mais de dez anos passa a ser quase um canalha e imbecil de um minuto para o outro.
É assim que funciona o mundo hoje. Só vale o agora, que vai ser esquecido na semana que vem.
Então o que vou dizer agora é uma análise minha, não li nada a respeito em lugar nenhum.
A única coisa que ouvi foram os repórteres dizerem que o Anderson "entregou o cinturão", mas não explicaram porque ele fez isso.
Vamos lá (a minha análise):
Anderson Silva entregou mesmo o cinturão. Nem em 200 anos Chris Weidman, do jeito que estava assustado no segundo round, conseguiria vencer.
Anderson queria perder e o recado que ele dava para o oponente era algo como "vem para cima", "ganha logo", "não tenha medo".
Mas porque o (ex)campeão fez isso?
Três hipóteses (minhas, volto a dizer) baseados em alguns acontecimentos que observei nos dias que antecederam a luta (declarações de revanches imediatas, etc.).
1 - Anderson encheu o saco e queria parar, ficar com a família e não achava nenhum oponente para derrotá-lo.
2 - O UFC movimenta milhões de dólares mas precisa de fatos novos para continuar crescendo mundo afora. Um acordo (ou pressão do/com) Dana White (o dono do UFC) poderia ter provocado a ação da perda do título. Sabe como é... Weidman vai ser desafiado por outros, Anderson retoma suas lutas normais, depois Anderson reconquista o cinturão. Uma jogada dessa pode valer bilhões em Pay-Per-View. Neste caso o recado do Anderson seria não para o Weidman mas para a torcida. Por não se do feitio dele, ele estaria avisando: "pessoal, por conta de estratégias comerciais do Dana White, estou entregando meu cinturão".
3 - Havia uma pressão do Dana White para que Anderson lutasse, depois de ganhar Weidman, com lutadores de outras categorias (uma vez que não tem mais ninguém para lutar com ele). Neste caso seriam o Geoges Saint-Pierre ou Jon Jones. Anderson não gosta disso. Aos 38 anos não se sente bem mudando de categoria e não teria concordado. Daí para fugir da pressão e dar o recado que ninguém manda nele preferiu simplesmente entregar o cinturão para o Weidman e para o Dana (que estava com um sorriso amarelo depois da luta).
É isso. Vamos ver os próximos capítulos dessa história que um dia ainda poderá ser esclarecida de verdade pelo Anderson, que continua sendo o melhor de todos os tempos no MMA.

Taí um ótimo comercial que ilustra um pouco o momento (por coincidência, afinal jogadores de futebol também são endeusados ou massacrados de uma hora para outra).

4 comentários:

Luis Antonio disse...

Ótima análise Marcos. Adoro MMA mas não tinha visto nada pelo ângulo q vc falou. Você está certo! Parabéns.

Anônimo disse...

BOA ANÁLISE.

Anônimo disse...

Excelente. Ninguém vai confirmar isso é claro, mas você está certo. As opções 2 e 3.

Jefferson disse...

Você está certo, Marcos. Veja um artigo publicado hoje:


Um artigo da Forbes foi mais provocativo que Anderson Silva. Nele, o jornalista Chris Smith escreveu que uma derrota do campeão na madrugada de domingo seria uma vitória para o UFC porque as revanches são incrivelmente populares e mencionou a segunda luta do Spider contra Chael Sonnen, que vendeu mais de um milhão de ppv.

Smith antecipou a reconquista de título de Anderson e a terceira e decisiva luta contra o americano, que será – segundo ele – uma das mais aguardadas da história do MMA, mas apontou a perda de empolgação que uma super luta entre Silva e Georges Saint Pierre como principal perda, o que é verdade.

“As vitórias dos azarões são alguns dos momentos mais excitantes do esporte e a primeira derrota do maior de todos os tempos do UFC seria destaque nos noticiários, mas mais importante para o UFC e seus fãs, a derrota de Silva criaria uma incrível rivalidade a ponto da revanche poder desafiar a maior vendagem de pay-per-view obtida no UFC 100”, escreveu o xará do novo campeão do Ultimate.