1 de agosto de 2013

Por que a beleza importa (ou: onde viemos parar...)


Eventualmente comentamos aqui sobre um certo 'mal-estar pós-moderno'.
Das artes à política. Dos comportamentos sociais resultantes até a vida solitária, muita coisa soa no mínimo estranha.
Motivos não faltam na sociedade hodierna.
A pergunta é: que caminhos estamos tomando?
Fato positivo foi a recente JMJ no Brasil. No outro lado, manifestações com pautas não muito claras seguidas de vandalismo disfarçado de anarquia de sentido histórico.
Preocupante.
O documentário a seguir não toca nisso de uma forma direta, mas indiretamente podemos estar diante de uma das respostas possíveis sobre a questão 'onde viemos parar...'.
Vale a pena ver e perceber a mensagem, aplicável agora neste Século XXI, como tentativa de reverter certos 'dogmas' modernos.



"Este documentário foi dirigido pelo filósofo inglês Roger Scruton – um dos mais importantes intelectuais conservadores (nota do blogueiro: não no sentido político negativo) da Europa – e veiculado pela BBC em 28/11/2009. Nele, de uma forma brilhante, instigante e muito elucidativa, o Professor Roger Scruton demonstra como a partir do século XX, perdendo o senso ético e estético de(a) Beleza, a humanidade afundou-se ainda mais no que ele chama, com inteira razão, de deserto espiritual. Tal deserto, indubitavelmente, é um dos frutos do ideal, soberbo e falacioso, da modernidade iluminista que assentiu que “o homem é a medida de todas as coisas“. Hoje, já na pós-modernidade da humanidade, já não há mais senso ético e estético de Verdade, de Bondade ou, como bem explica Dr. Scruton, de Beleza. As consequências disso? Muitas! Todas girando em torno do que no cristianismo se chama de “feiúra da alma” ou, nas palavras do filósofo inglês “a cult of ugliness”.

4 comentários:

Marquês de Sade disse...

Oi Marcos. Bom te ver de volta. Não vi este documentário, deve ser bom mas meu comentário é para lembrar que hoje é sexta. Está na hora de retomar as musas da semana, exigência máxima do grande Marquês!

Marcos Oliveira disse...

Obrigado pela participação em nosso blog, prezado Marquês. Não sei se conseguirei postar a tradicional série "Musa da Semana" das sextas-feiras hoje. O mais provável é que retorne semana que vem, mas prometo tentar. Enquanto isso, recomendo assistir o documentário em referência.
Abraço.

Anônimo disse...

Amigo,
O que dizer diante de tamanha profundidade na esfera existencial humana?
Grande documentário! Há muitas facetas a serem desdobradas, e, por que não, descobertas. Nosso mundo atual nos fez "vivermos' feito autômatos, e, da mesma forma que na música de Zé Ramalho, uma "vida de gado...".
A "beleza", ou a busca por tal, a meu ver, é essencial ao Homem. Se olharmos para tudo que foi produzido em sua existência, tal aspecto sempre esteve presente. A própria criação do mundo e do Homem, já é por si só, um indescritível exemplo de extrema beleza e harmonia em todas as partes que compõe sistema. Possivelmente, como tanto se propala, nós é que não estamos sabendo conviver com tamanha perfeição e a estamos transformando num caos.
Tantos e tantos paradigmas de beleza já se fizeram presentes em nossa trajetória. Seja na pintura, na escultura, na música, na arquitetura, na moda, no design etc. Alguns deles, já expostos no documentário, tais como "a forma segue a função". Muito discutido na área de arquitetura e do design (ainda). Quanto a este, acho que o autor foi muito determinista, poderia ter sido mais dialético. Mas, de qualquer forma, é um belo "texto" a ser debatido entre nós. Sei que é difícil e inoportuno discutirmos tanta filosofia neste espaço, mas, gostaria de registrar que você foi muito feliz em trazê-la. Talvez se faça necessário, mais do que nunca, que façamos uma parada, e olhemos para dentro de nosso mundo dito "pós-moderno" (prefiro entendê-lo como esquizofrênico). É um tema muito instigante e fascinante.
...
O Homem sempre esteve em busca de satisfazer suas necessidades. Isto já foi dito por muitos e muitos filósofos, antropólogos etc. Também não deixa de ser verdade que ele sentiu (e vai sentir sempre) necessidade de "inventar" seu próprio meio de inventar. Para tanto, buscou alternativas em sua própria empiria, observando a natureza etc., bem como, "inventando" novas maneiras de sobreviver e se adaptar ao seu mundo. Existem infinitos exemplos disto. Mas, diante de uma pujante e fascinante tecnologia atual, ainda estamos sem compreender o que me parece ainda essencial: o que somos, o que fazemos, para que estamos aqui, e para onde vamos. É um universo muito complexo.
Bem, agradeço seu post. Como sempre, você traz sempre uma boa carta escondida na manga. Ele me fez parar um pouco minha atribulada vidinha, refletir, humildemente, e olhar para essas questões que expus.
Grande abraço.
ME

Marcos Oliveira disse...

Imagino tratar-se do amigo Marcos Esquef, grande Mestre (em maiúscula), especialista em Design, Arquiteto, Chargista, etc. etc.
Obrigado por suas considerações. Um excelente artigo para entendermos ainda mais o contexto explicitado no surpreendente documentário.
Valeu amigo por enriquecer nosso espaço.
Abraço!