6 de maio de 2014

Eleições 2014: A Equação do Ódio


Por Rogério Faria no GGN
"O debate político nos almoços de família, máquinas de café, mesas de bar e redes sociais está permeado de ódio. Facilmente desandam para ironias, ofensas, brigas. Quais as razões de tanto ódio?
Para os fins desta reflexão, a sociedade pode ser dividida em três grupos: os alienados, os esclarecidos e os pseudoesclarecidos.
Os alienados são a maioria do povo brasileiro. Geralmente de baixa instrução, levam a vida no dia a dia. Muitas vezes satisfeitos com o governo em razão das conquistas no campo social da ultima década.
Os esclarecidos seriam aqueles que têm uma visão realista da atividade política e do funcionamento da sociedade. Pouco importa se são de esquerda ou de direita, bons ou mal-intencionados, eles não são ingênuos quanto às relações sociais/humanas. Instruem-se pela mídia tradicional, novas mídias, próprias experiências sociais e muita reflexão.
Por fim os pseudoesclarecidos. São eles que estão brigando e são os mais nocivos aos avanços sociais e democráticos conquistados. São bem mais influenciáveis pela mídia tradicional do que os alienados, mas são acomodados demais pra buscar elementos que permitam reflexões como as feitas pelos esclarecidos. Ficam nas manchetes de jornais, no noticiário de 30 minutos nas capas dos semanários. Dialogam apenas entre si, retroalimentando-se. Eles estão na dita classe média tradicional e na nova, na A e B (aqui sem rigor conceitual), cooptando os alienados.
Mas o que os leva a esse comportamento? É o resultado da seguinte equação.

1 – Imprensa sob censura
A nossa imprensa é censurada pelo poder econômico. São cinco ou seis grandes famílias que controlam toda a mídia do país. Por ideais democráticos? Não, por lucro. Eles gerenciam empresas, não ideologias. Nesse embate, a democratização, ou seja: a assunção pelo povo dos meios de comunicação é a maior afronta ao caixa da empresa, já que teriam seu poder de influência reduzido e dividiram os recursos com outros atores. É ingenuidade demais acreditar que um grupo que apoiou golpes, apoiou a ditadura, elegeu um presidente para caçar marajás, manipulou debate eleitoral, criou escândalos como a ficha falsa de uma candidata a presidente, acusou outro de estuprar colega de cela, inventou financiamento político de governo cubano e trata desequilibradamente denúncias de corrupção de grupos políticos diferentes tenha algum compromisso com a verdade.
Essa mídia vem bombardeando a população com moralismos rasos e teses apocalípticas, tentando destruir não só o partido no governo, mas a própria participação democrática, ao desmoralizar toda a classe política e participação social de movimentos históricos. Todos os dias tem um escândalo novo para chocar os dito instruídos e vender jornais.
Pra quem assiste tevê, lê jornais e revistas, e não pensa, o país esta um caos. 

2 – A oposição medíocre
Bem, a esse caos, junta-se a mediocridade da oposição. O país “estaria cada vez pior”, mas eles não conseguem dar uma alternativa. Não conseguem debater dentro do campo democrático, dentro das regras do jogo. Entraram numa relação de interdependência com a imprensa tradicional, tendo nela a única estratégia.
Assim, os pseudoesclarecidos acreditam viver no pior dos mundos e não tem quem os represente dentro do campo político, que seja capaz de mudar essa situação. Quem não consegue jogar dentro das regras, quer novas regras. Daí defenderem impeachment, prisões sem processos e outras idiotices do gênero, no desespero de sua impotência.
Esta é a equação: imprensa censurada + oposição medíocre=ódio
Sem uma lei de imprensa que cumpra a Constituição e sem uma reforma política que valorize o debate ideológico e propositivo, a tendência é dessa equação piorar, até que vençam, lançando o país em novo obscurantismo."

Um comentário:

Anônimo disse...

Pura realidade!!!