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Ontem fiz um post sobre “Música Estranha”. A canção escolhida foi uma dos Mutantes. Não cheguei a falar dos irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista, nem da Rita. Fica pra próxima.
Mas – já no momento dos chopps & vinhos do fim de semana - vou citar a cantora agora.
Dizia Rita Lee, sempre uma ‘ovelha-negra’, “tô no colo da mãe natureza, ela toma conta da minha cabeça”. Não sei se nessa música ela colocou um duplo sentido, referindo-se também à cannabis, além da mensagem ecológica e da questão psicológica. Isso era comum naquela época.
O diabo é que eu venho falando muito “naquela época”. Sinal de tempos jurássicos que eu ‘teria’ vivido. E um reconhecimento tácito que já passei dos 50 (mas só um pouquinho).
É que a música citada – “Mamãe Natureza” - é de 1974, mas precisamente do ótimo LP “Atrás do Porto Tem Uma Cidade”, da Rita já fora dos Mutantes e na época formando o também excelente Tutti-Frutti.
Eu falei LP?
Tenho ouvido alguns discos dos Mutantes e dos Novos Baianos. Obras-primas atemporais. Bons tempos.
Eu falei atemporais e bons tempos? Serei atemporal?
Assim não dá! Ou eu procuro um Psicólogo ou paro de escrever sobre música. É que sempre vou lá para as décadas de 60 e 70, o que me faz refletir sobre... o tempo que já passou!
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Já diria alguém, que não me lembro (será isso um mal sinal referente à memória?), que a idade é uma m...
Mas não estamos tão ruins. Não a nossa geração. A do Rock’n’Roll.
Acho que ainda não vou procurar um Psicólogo. Melhor ir à academia e ao hortifruti. E não deixar de ouvir Rock!
Discordo do conselho de que agora é cuidar da alma, pois o corpo ‘já era’. Ainda não estamos nessa, concordam? Além do mais, cuidar da alma é tarefa para qualquer idade. E do corpo também!
Quanto a não mais escrever sobre música... é fato que os tempos são outros. Quem sabe consiga desenvolver um texto sobre a Lady Gaga, Beyoncé e Katy Perry ao invés de Rita Lee. Prometo tentar.
Enquanto isso vamos ouvindo a vovó Ritinha, exatamente em uma música em que ela fala dessas coisas da vida: “Depois que eu envelhecer, ninguém precisa mais me dizer, como é estranho ser humano nessas horas...”.
Ótimo fim de semana - ensolarado e com temperaturas amenas à noite - a todos, sem maiores preocupações com a idade, ok? Afinal, “depois da estrada começa uma grande avenida”.
Quando a lua apareceu
Ninguém sonhava mais do que eu
Já era tarde
Mas a noite é uma criança distraída
Depois que eu envelhecer
Ninguém precisa mais me dizer
Como é estranho ser humano
Nessas horas de partida
É o fim da picada
Depois da estrada
Começa uma grande avenida
No fim da avenida
Existe uma chance, uma sorte
Uma nova saída
São coisas da vida
E a gente se olha, e não sabe
Se vai ou se fica
Qual é a moral?
Qual vai ser o final
Dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer
Por isso eu digo
Que eu não tenho muito o que perder
Por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer
Por isso sonho
3 comentários:
Seus textos são sempre uma ótima leitura, Marcos. Agradável.
Muito legal essa tese em conexão com a música da Rita Lee.
Bom fim de semana!
Essa música é muito interessante e tem tudo a ver com o que vc escreveu com muito humor.
Abraço.
Excelente post. Parabéns!
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