27 de novembro de 2011

IBGE, Aldous Huxley, Los Hermanos e os Souza Pinto

Na semana que passou o IBGE divulgou os primeiros números do Censo 2010.

Logo de cara chama atenção a questão familiar: menos casamentos, mais divórcios, mais gente solteira, menos filhos.

A família brasileira está encolhendo, menos de dois filhos por casal, acompanhando a tendência de países desenvolvidos.

Li uma matéria que na Alemanha só faz aumentar o números de pessoas que nunca contraíram matrimonio e que moram sozinhas. Uma pessoa por domicílio.

Será que o Aldous Huxley estava certo em seu (quase) profético "Admirável Mundo Novo"? Seres humanos produzidos em laboratório, de acordo com a necessidade...

"A tradicional família brasileira está cada vez menor. Em média, tem menos de dois filhos por casal. E de tradicional ela já não tem quase mais nada: praticamente dobrou o número de divorciados e diminuiu muito a quantidade de casamentos civis e religiosos. Para encontrar uma família antiga, bem enraizada e com muitos filhos, só mesmo na natureza.
Nos últimos dez anos, a taxa de fecundidade caiu em todo o Brasil: no Sudeste, 21%; no Sul, quase 22%; no Norte, 23%; e no Nordeste, 25%.
A mais baixa taxa de fecundidade está no Rio de Janeiro. Em média, são 1,62 filho por mulher. A mais alta está no estado do Acre: 2,77 filhos por mulher."

Tempos modernos. Nada parecido com a primeira metade do século passado.

Naquela época o avô de minha esposa teve cinco(!) mulheres simultâneamente(!) e teve 32 filhos! Bem, isso é o que se sabe. Desconfia-se de mais mulheres na vida do sisudo senhor e mais filhos ainda.

O resultado desse prodígio podia ser visto ontem, na segunda festa da família Souza Pinto, reunindo os descendentes do velho Norival Souza Pinto (e das cinco mulheres). Uma missa e um ótimo churrasco que durou a tarde toda marcou a data. Muito legal.

Ano que vem estou pensando em convidar os estatísticos do IBGE para beber uma cerveja com a gente. Eles vão poder registrar uma coisa que vai acabar no Brasil nas próximas décadas: reunião de grandes famílias.

Será que o futuro vai ser como naquele disco do Los Hermanos, "Bloco Do Eu Sozinho"?

Bom domingo! Boa semana!

11 comentários:

Maria Inês disse...

Mas também, 5 mulheres?????
Assim não vale!
Nem no século passado.
:)

Marcos Oliveira disse...

Lívia via Facebook:

Que família "moderna" essa Souza Pinto, hein? rsrsrs...

Marcos Oliveira disse...

Rs... Na primeira metade do século XX isso com certeza causou muitos traumas. Mas os irmãos (de mães diferentes) sempre buscaram união. As novas gerações (netos, bisnetos) procuram manter essa tradição, que é o melhor a ser feito mesmo.

Logan disse...

ma pergunta que não quer calar : As cinco mulheres sabiam da real situação, ou seja, tinham conhecimento que o cidadão tinha cinco famílias? A propósito ele devia ter um bom salário. Atualmente para manter 5 mulheres.....

Dacia Oliveira disse...

Faço parte dessa nova geração da família Souza Pinto(neta)e o que me deixa muito feliz é a união,o amor que temos uns pelos outros,lógico que no passado a situação era complicada e não poderia ser diferente!
PS. Como sempre, Marcos foi perfeito
ao escrever esse texto tão diversificado,parabénssss!!!! bjs.

Marcos Oliveira disse...

Obrigado Dácia. Faço parte da família como "agregado" mas é um grande prazer estar nela.

Logan, isso aconteceu em outra época e no interior e - até certo ponto - nem todos sabiam de tudo o tempo todo. Muita coisa veio à luz depois.

Sim, ele tinha dinheiro. Era tipo "coronel". Infelizmente essa grana não chegou até a geração atual... rs.

Mariana Manhães disse...

Também faço parte da familia, sou neta como Dacia, e na foto faltaram várias pessoas. O mais interessante é que mesmo sabendo de o velho Norival era terrível os vários filhos sempre se respeitaram e passaram para nós, netos, esse respeito e carinho. Espero que a minha filha consiga também ter esses sentimentos tão raro atualmente. Valeu Marcos
Ana Beatriz

Josi disse...

Acho fantástico essas reuniões familiares que procuram manter um vínculo, a tradição da família como célula mais importante da sociedade.
Parabéns!

Marcos Oliveira disse...

Obrigado pelo comentário Josi. Por isso resolvi registrar aqui no blog, embora trata-se de assunto mais restrito à família.

Ana:Sentimentos raros mesmo e sua família soube manter isso como vimos no sábado.
Seu comentário me chamou atenção de uma coisa: a foto da igreja que inseri aqui não representa mesmo todos que compareceram ao evento. Muitos não puderam ir na missa.
Já na festa, dezenas de fotos foram tiradas por muitos mas faltou reunir todo mundo que estava ali para uma "foto oficial" do evento. Uma pena.
Fica para o ano que vem.

Abraços.

Jefferson disse...

Essa história dessa família daria um bom livro. Fica a sugestão para você, Marcos. Além do livro do Metamúsica, é claro.
Abraço.

Marcos Oliveira disse...

Já pensei nisso Jefferson. O problema é tempo. Demanda pesquisas, entrevistas e só depois começar o processo de montar a obra. O problema aumenta na medida em que vamos nos distanciando da época quando tudo ocorreu. Mas nada é impossível...
Valeu!