4 de setembro de 2014

Lula ontem em Salvador:“Elejam Dilma para 2015 e que eles saibam: em 2018 estarei vivo e com muita vontade. Enquanto eu tiver forças, lutarei para que os que não fizeram nada em 500 anos não voltem agora para estragar tudo”


"Em comício no subúrbio de Salvador nesta quarta-feira (3), o Presidente Lula exaltou a candidata à reeleição, Dilma Rousseff,  e deixou as portas abertas para uma possível volta daqui a quatro anos. “Elejam Dilma para 2015 e que eles saibam: em 2018 estarei vivo e com muita vontade. Enquanto eu tiver forças, lutarei para que os que não fizeram nada em 500 anos não voltem agora para estragar tudo”, afirmou,  para completar: “Dilma e Marina foram minhas ministras. Quando escolhi Dilma, eu estava pensando numa família de 200 milhões de habitantes”.

“Eu indiquei Dilma porque entendia que ela era a pessoa mais qualificada para fazer desse país a economia que queremos ser daqui alguns anos. Fico muito orgulhoso em vê-la falar que se alguém pensa que ela vai jogar o desemprego na porta do pobre, está muito enganado”, ressaltou.

No discurso, que durou cerca de 30 minutos, Lula voltou a provocar os candidatos da oposição ao comparar as gestões do PT à frente do Governo Federal com as anteriores. “É muito fácil controlar a inflação diminuindo salário e desemprego. Difícil é fazer com salário alto e gerando emprego. Eles conhecem todas as letras, todos os cálculos, mas não conhecem a alma do povo brasileiro”, disse o Presidente.

O maior cabo eleitoral do partido ainda fez uma analise dos resultados da distribuição de renda no Brasil após os governos do PT. “O povo não quer mais andar de ônibus, quer andar de avião. A gente comia músculo, hoje a gente quer é comer filé. Aprendemos a andar de cabeça erguida, ganhando o pão nosso de cada dia. Não temos vergonha de dizer que somos trabalhadores, faxineira, porque podemos andar de cabeça erguida”, falou.

O Presidente aproveitou para defender uma reforma política, bandeira do Partido dos Trabalhadores após as manifestações de julho de 2013. “Estamos fazendo uma campanha pela reforma política e para isso estamos fazendo um plebiscito para saber a opinião do povo”.

Ao mencionar “as elites”, ele citou os feitos alcançados na educação. “A primeira universidade brasileira foi feita em 1930. Agora, acabou essa história de dizer que escola é só pra rico. Hoje, o ajudante de pedreiro pode estudar engenharia na mesma sala que o filho do patrão”, finalizou Lula, ao lado do governador da Bahia, Jaques Wagner, do candidato a sucedê-lo Rui Costa (PT) e do postulante a vaga no Senado, Otto Alencar (PSD)."

Por Alisson Matos, editor do Conversa Afiada


E mais:
"O líder maior do PT mandou recado sutil a Marina na questão do pré-sal, sobre a qual ela se enrolou depois de defender o etanol como carro chefe do setor energético; e confrontou o candidato Aécio Neves (PSDB), indiretamente, sobre fama dos tucanos de pregarem redução de salário como modo de conter a inflação.

"Para nós, o futuro começou quando descobrimos o pré-sal e destinamos os recursos para saúde e educação. É muito fácil controlar a inflação diminuindo salário e desemprego. Difícil é fazer com salário alto e gerando emprego. Peço a cada companheiro que um dia confiou em mim que não permita nenhum equívoco e eleja a Dilma"."

Fonte: Tribuna

2 comentários:

Marcos Oliveira disse...

Acabou a novidade. Agora é disputa!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Ibope certamente gostaria, mas os números não deram para “chegar lá”: colocar Marina Silva à frente de Dilma Rousseff no primeiro turno.

No segundo, há alguma verossimilhança, porque resta um resíduo numérico de Aécio - muito mais do que real, pois sua candidatura desmilinguiu-se - ao qual atribuir a transferência dos votos a Marina da segunda etapa.

Logo veremos que não é assim, nem será assim.

O dado mais importante, para mim, é que nem o Ibope – e antes o Datafolha – conseguiram registrar uma erosão na base de apoio de Dilma Rousseff.

Todos os seus indicadores: avaliação de governo e taxa de rejeição melhoraram.

O fator que levou a isso não está esgotado, ao contrário: os programas de televisão.

Ela continua tendo um patamar mais que sólido para não apenas ir ao segundo turno como para vencê-lo.

Porque, se não acendeu um sinal amarelo (diria até laranja) em sua campanha é que estão “papando mosca”.

Marina começa a adquirir a característica de candidata de uma seita.

O de uma candidata confessional.

O que não agrada nem mesmo a uma expressiva parcela do eleitorado evangélico, que dirá os católicos, os de cultos afro-brasileiros e os que, com qualquer religião ou sem ela, entendem o Estado como patrimônio de toda a comunidade.

Os efeitos da demonstração de poder de Silas Malafaia ultrapassam em muito a desilusão da comunidade LGBT com sua ex-deusa.

Serviram de alerta sobre a capacidade de certos líderes polêmicos e agressivos de dominar e dirigir a neocandidata do PSB, que está completamente inerte quanto a isso. De um lado, por oportunismo eleitoral; de outro, porque não vê como se livrar da lama do jatinho que, mesmo ainda não tendo caído na “boca do povo” já os colocou em enormes dificuldades nos círculos políticos.

Mas é no povão que este desgaste bate pesado.

Aqui no Rio, já é possível ouvir a irreverência carioca fazendo galhofa da exibição de força de Malafaia e da rápida submissão de Marina às suas exigências: de domingo para cá já ouvi que a reforma tributária abolirá os impostos e instituirá o dízimo e que o “Mais Médicos” vai virar o “Mais Pastores”…

Isso é um desserviço não apenas à democracia, mas também aos próprios evangélicos, que devem ser respeitados em sua fé e suas práticas.

O fato concreto é que a “onda Marina” chegou à praia e, embora ainda tenha avançado, vai se dissolvendo em espuma.

Ainda falta um mês para as eleições.

O cenário é, ainda, extremamente perigoso.

Mas o turbilhão, ao que parece, vai minguar.

E, atenção: se a direita orgânica – a mídia à frente dela – se convencer que Marina não pode dar-lhe o que quer, que é a derrota de Lula e Dilma – pode decidir “executar” Marina Silva antes do pleito.

E tentar remontar os cacos do PSDB.

Mas, lembrem-se todos: analisar eleição com base em dados de Ibope e Datafolha é trabalhar com uma espécie de “advogado do diabo” numérica.

Outras pesquisas mostram que a “onda” é bem menor.

Algo me diz que é por isso que Lula, velho marinheiro, em meio ao nevoeiro, leva o barco devagar.

Junior disse...

NÃO TEM ONDA MARINADA. É DILMA AGORA E LULA EM 2018!