14 de outubro de 2011

A Globo e a 16ª edição dos Jogos Pan-Americanos

Na década de 1980 o cantor Bob Geldof (Boomtown Rats) e o músico Midge Ure (Ultravox) organizaram um mega-festival chamado Live Aid com shows em diversas partes do mundo com o objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia.

Wikipedia: "Foi uma das maiores transmissões em larga escala por satélite e de televisão de todos os tempos—estima-se que 1,5 bilhão de espectadores, em mais de 100 países, tenham assistido a apresentação ao vivo."


Mais precisamente foi no dia 13 de julho de 1985 (atualmente Dia do Rock).
Na época fui informado que no Brasil a Globo tinha comprado os direitos de transmissão ao vivo e fiquei esperando. O concerto duraria 12 horas sem interrupção. Arrecadaram 280 milhões de dólares.

E a transmissão ao vivo da Globo? Tô esperando até agora. Não sei o que aconteceu, mas o que falaram e que ela comprou apenas para que outros canais não transmitissem pois não estava nos planos da emissora transmitir 12 horas de festival.


Me lembrei disso porque desconfio que tem muita gente que gosta de esportes e que não está sabendo que a 16ª edição dos Jogos Pan-Americanos terá sua festa de abertura hoje às 22 horas.

É que a Record ganhou o leilão e transmitirá com exclusividade. Aí os canais Globo nem comentam o assunto. Como se o Pan não existisse.

Quanta diferença em relação às últimas edições, quando fomos bombardeados por meses antes do início da competição com notícias e eventos.


Talvez nesse caso a culpa nem seja da Globo.

O COI e a FIFA usam as principais grifes do mundo (o nome dos países com seus principais atletas e equipes) e fazem leilão para ver quem vai ter exclusividade de transmissão. É certo isso? Quanto o Governo Federal recebe pelo uso da marca "Brasil"?


O correto seria existir um pool de emissoras em cada país que pagariam uma cota, dividindo os custos e as transmissões. E os governos teriam participação em todo o processo.


Sobre o Pan a importância é inquestionável. Pelo menos 12 modalidades valerão classificação para as Olimpíadas de Londres. Além disso é uma excelente preparação para os que já estão classificados.

E o Brasil tem reais chances de conseguir arrancar um segundo lugar em números de medalhas, disputando com Canadá, Cuba e México.


Mas terão de acompanhar pela
Record.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oportuníssima análise. Como é a Globo e afiliadas que detém a maior visibilidade muita gente fica sem saber. Sem falar no canais de assinatura e nas páginas da Internet.
Quem perde o país. Esportes olímpicos devem ser tratados como sendo de interesse cultural e de desenvolvimento e não como mercadorias apenas.
Foi ótima a citação do Live Aid, mas os jogos vão muito além de um concerto de rock, trata-se de questão de interesse nacional.
Valeu!