16 de abril de 2014

Eleições 2014: CPI contra a corrupção? É o pré-sal, estúpido!

"A cerrada campanha com que a mídia partidarizada vem sangrando a Petrobrás nas últimas semanas segue incólume. Além das disputas eleitorais que movem a oposição, sabemos que o arsenal de ataques contra a Petrobrás tem por trás interesses muito maiores: acabar com o regime de partilha que fez da estatal a operadora única do maior campo de petróleo da atualidade. “É o pré-sal, estúpido!”, como diria o marqueteiro de Bill Clinton, que nas eleições norte-americanas de 1992, resumiu a vitória dos democratas com uma frase ácida que tornou-se célebre em todo o mundo: “É a economia, estúpido!”.

A última edição da revista Veja não deixa dúvidas sobre as reais intenções da campanha que tenta desmoralizar a gestão estatal da Petrobrás, visando sua privatização. “Como o PT está afundando a Petrobras” é a matéria de capa da  revista,  cuja linha editorial é claramente tucana. Detalhe: o presidente da editora Abril, Fábio Barbosa, foi conselheiro da Petrobrás entre 2003 e 2011 e um dos que mais defendeu na época a compra da refinaria de Pasadena.

O senador Aécio Neves (PSDB/MG), o  principal articulador da campanha contra a Petrobrás, também reafirmou aos empresários paulistanos suas intenções em relação à empresa: “Acredito que as concessões são a melhor forma de atrair investimentos”, declarou no dia 31 de março durante um almoço no Grupo de Líderes Empresariais.

Provável candidato tucano à Presidência da República, Aécio já havia defendido o regime de concessão para o pré-sal em outubro do ano passado, após o leilão de Libra. “A Petrobras não terá condições, sei lá, sequer de participar com os 40% devidos desse leilão de agora, como poderá pensar em participar daqui a dois anos, se fosse necessário, estratégico para o Brasil fazer outros leilões?”, discursou na época no Plenário do Senado.

FHC é outro tucano que voltou a defender publicamente as privatizações do seu governo. Em artigo recente, ele conclama a oposição a “tomar à unha o pião dos escândalos da Petrobras”, “reafirmando a urgência de mudar os critérios de governança das estatais”.

É por essas e outras que precisamos alertar a sociedade e o povo brasileiro para as reais intenções dos setores conservadores que atacam a Petrobrás, inclusive por dentro da empresa, tentando retomar a agenda neoliberal que nos anos 90 sucateou e privatizou parte considerável da estatal.  A Petrobrás é e continuará sendo estratégica para o desenvolvimento do país. Não podemos permitir que sangrem um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. Defender a Petrobrás é defender o Brasil!"
Fonte: FUP/CUT

5 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia ! Que a Petrobrás é estratégica isso é óbvio. No entanto, não se esqueça que ela perdeu 50% de valor de mercado nos últimos anos, não se esqueça que a gasolina no Brasil tem um valor subsidiado pelo governo para controle inflacionário e outros interesses, não porque o governo é "bonzinho" e quer ajudar a população. Não faça como aqueles que vc cita, mostre os números de mercado como por exemplo o valor da ações em bolsa ou os balanços patrimoniais dos últimos anos. A Petrobrás foi "DILAPIDADA" assim como o restante do país. Não sou Tucano nem Petista. "O pior cego é aquele que não quer ver", abra os olhos amigo!

Paulo Nogueira (DCM) disse...

Na louca cavalgada pela CPI da Petrobras, a maior vítima é a verdade

A CPI da Petrobras é uma das maiores palhaçadas da vida política, econômica e jornalística nacional dos últimos tempos.

O perfeito desfecho, nesta primeira etapa, tinha que ser mesmo a entrega da decisão do formato da CPI para o STF.

Mais especificamente, para a ministra Rosa Weber, que se notabilizou no julgamento do Mensalão por dizer que se julgava apta a condenar Dirceu mesmo sem provas.

A oposição defende uma CPI focada na Petrobras. O governo quer estender a investigação para outros assuntos, como o escândalo do metrô de São Paulo.

Alguém tem dúvida sobre a decisão de Weber?

O Mensalão deixou claro como o STF é hoje muito mais um tribunal político que jurídico, e então já podemos antever o que dirá Rosa Weber com altíssima chance de acerto.

Escrevi, recentemente, que a CPI da Petrobras é o novo Mensalão, e repito isso agora.

Mais uma vez, o papel da mídia é decisivo. Não importa informar, não importa esclarecer: a missão da imprensa é criar um clima que leve a uma CPI feita apenas para atrapalhar a campanha de Dilma.

Repare como a cobertura vai se adaptando às novas circunstâncias.

Primeiro, numa manipulação grosseira e desonesta, se dizia que a Petrobras comprara por 1 bilhão de dólares uma refinaria que custara 42 milhões.

As insinuações – acusações, na verdade – eram claras: haveria corrupção aí. Batata.

Dilma deu uma contribuição milionária aos opositores ao dizer, desastradamente, que só assinou a compra – ela chefiava o Conselho de Administração da Petrobras — porque o sumário executivo era falho.

Ela quis tirar sua responsabilidade na compra e, na prática, tornou enorme um problema que era pequeno.

Com o passar dos dias, ficou claro que não era bem assim — embora a Petrobras tenha demorado uma eternidade a se defender. Nem a compra fora por um valor tão baixo e nem a venda posterior por um valor tão alto.

Desfeita a falácia dos números absurdamente inflados, a luta pela CPI deveria murchar.

Mas então a mídia se incumbiu de encontrar um novo foco por conta de uma declaração de Graça Foster, presidenta da Petrobras.

Ela disse, ontem no Senado, que a compra de Pasadena foi um “mau negócio”. Pronto: a mídia só fala nisso.

Que companhia não faz, aqui e ali, um mau negócio? Isso não seria motivo suficiente para uma CPI, naturalmente – mas a mídia, como está interessada em tumultuar e não em elucidar, decidiu que é.

A editora Abril da Veja comprou, nos anos 1990, uma boa parte das ações das revistas da chinesa Joana Woo. Rapidamente a Abril perdeu 75 milhões de reais com a aquisição. (A Veja deu uma bofetada estridente no presidente da Abril, Fabio Barbosa, ao simplesmente desprezar o depoimento em que ele esclareceu a compra da refinaria. Barbosa era do Conselho de Administração.)

A Globo – sem o ambiente protegido que tem no Brasil – fez um péssimo negócio ao tentar se globalizar com uma emissora na Europa. Terminou em lágrimas e prejuízos a aventura transatlântica da Globo.

Nenhum negócio, como disse Graça Foster, é 100% seguro. Mas o bombardeio da mídia se concentra na admissão de Foster de que foi um “mau negócio”.

Faltou provavelmente treinamento para Foster sobre como enfrentar um grupo que vai ficar horas à procura de uma brecha, por menor que seja, para criar um clima de histeria propício à convocação de uma CPI.

Situações extraordinárias pedem ações extraordinárias, como disse Guy Fawkes, o rebelde inglês que tentou explodir o Parlamento no início dos anos 1600.

Graça Foster tinha que ter se preparado para uma situação extraordinária, na qual uma frase sincera seria, como está sendo, usada com propósitos assassinos.

O fato é que, na louca cavalgada pela CPI da Petrobras, a maior vítima tem sido a verdade.

Marcelo Siqueira disse...

Meu caro Anônimo,
Primeiramente lamento que você não se identifique, pois geralmente não levo em consideração ataques anônimos gratuitos, pois a maioria é feita por droides pagos pela direita com objetivo de desvalorizar a Petrobras ou atacar o governo do PT. Porém quando você pediu números, principalmente os números, constatei que você precisa é adotar o remédio que você próprio prescreve: "não faça como aqueles que você cita" ou repete sem nenhuma pesquisa de veracidade ou reais intenções. Exemplos: O governo do PSDB obteve da Petrobras com um lucro médio, já corrigido pelo IPCA de R$9,3bi, enquanto o governo do PT elevou o lucro médio R$33,6bi. Não não houve engano, caro anônimo, são realmente mais de 260% de crescimento. O patrimônio líquido subiu de R$65bi para 349bi. Sim, mais de 430%. Se você que falar em valor de mercado, podemos falar também. Em 2002, último ano do governo tucano, o valor de mercado da Petrobras era US$15,4bi. Hoje, ela vale US$214bi. Você não está lendo mal, são realmente mais de 1200% de crescimento. Portanto, meu caro "nem tucano nem petista", como "pior cego é aquele que não quer ver", por favor defina, "DILAPIDADA", pois eu não consegui entender muito bem sua interpretação...

Marcos Oliveira disse...

Bem, acho que depois desta intervenção do Marcelo Siqueira não há mais nada a comentar sobre as "considerações" do Anônimo, que parece ter mestrado em Jornal Nacional.

Rogerio Barreto de Souza disse...

Além dos excelentes argumentos do Marcelo Siqueira, é notório que:
O PSDB quebrou o monopólio! O PSDB roubou da Petrobras uma fortuna ao se apropriar dos campos de Petróleo já descobertos pela Petrobras e “leiloa-los” pela ANP, que diga-se de passagem era presidida pelo genro do FHC.
Estava claro que o PSDB iria vender a Petrobras, assim como fez com a Vale, prova disso:
Já havia vendido a refinaria do Paraná. Reincorporada por Lula, Vendido varias industrias Petroquímicas e separado a Transpetro da Petrobras, cujo próximo passo seria sem dúvida a venda.
Com esta política de desinvestimentos, e redução do corpo técniico, certamente, não fosse o PT não teríamos descoberto o Pré-sal. Para descobri-lo, foi perfurado o poço de Petróleo mais caro de todos os tempos que somente um governo nacionalista aliado um corpo técnico competente seria capaz de construir.
Resumindo o PSDB com sua política neoliberal afundou a P-36 - maior plataforma de petróleo do mundo- enquanto o PT descobriu o pré-sal, maior descoberta deste século.
O PIG diz que temos Pibinho, quando crescemos mais de 2% com crise mundial e tudo, não lembram que em crescimento zero em 1998 e 199, falam de inflação, mas não lembram que FHC teve IPCA de 9% quase 50% maior que a inflação do ano passado.
Por tudo isso, seu anônimo, seria o senhor um black-bloc? Argumentos não faltam, tanto em matéria de Petrobras como de Brasil, o PT dá de goleada.