4 de outubro de 2011

Ainda o Rock in Rio: defendendo o Guns N' Roses, jogando confete no Coldplay e um histórico video de 1985


Só algumas observações:
1 - Guns N' Roses: tenho lido algumas críticas detonando a atuação do Guns. Não tanto da banda, mas sobretudo do gordo Axl que não teria respeito para com os fãs. Não se cuida e não aguenta mais fazer shows.
Pode até ser. Precisa melhorar mesmo. Mas não vou entrar nesse mérito e sim da questão dos fãs. Talvez os críticos que viram pela TV estejam esquecendo que o que conta muito nessa situação é o clima do evento (e tome chuva torrencial abaixo e até isso, por incrível que pareça, ajudou).
Axl Rose marcou a vida de muita gente (jovens sobretudo) com seus ótimos trabalhos nos anos 80 e 90. Não se deve criticar fãs (e isso aconteceu) que veneram aquele ídolo fora de forma.
Estar no mesmo ambiente que ele faz os fãs experimentarem uma sensação de êxtase, um retorno no relógio do tempo biológico, de integração com todas que estavam ali emocionados.
Mexer com as emoções, marcando para sempre a vida de um jovem não é para qualquer um. Axl (do qual eu nem sou grande fã pois minhas referências são anteriores) fez isso naquela noite, só por estar ali, na frente deles, existindo como 'ser real'. E isso tem que ser respeitado pois tem um valor imenso, para além da forma física e da perfomance técnica da noite.
Ok, seria melhor se ele tivesse se cuidando e estivesse em ótima forma (ainda é jovem com 49 anos) mas, enquanto isso não acontece, não vamos pregar um afastamento total dos palcos. Deixemos os fãs sentirem as mesmas emoções desta madrugada de domingo para segunda-feira. Falo isso com propriedade: meu filho de 18 anos - que estava lá na frente - depois de se empolgar com a fantástica apresentação do System of a Down se emocionou junto com os amigos ao ver e interagir in loco com o Guns.
Sáude e juízo pro Axl.

2 - Coldplay: o depoimento a seguir é o resumo de umas declarações do líder do fantástico grupo inglês Coldplay, o cantor, compositor e tecladista Chris Martin. Por essas e por outras razões a apresentação da banda foi um evento quase religioso, uma experiência transcedental, por causa do público que temos aqui. É unanimidade: somos a melhor platéia do mundo, pela receptividade e por participarmos ativamente, interagindo com o artista, gerando uma energia única. Coisas de nós, brasileiros: "Tocar na América Latina é tocar no céu. É viciante. Você pode não sentir isso por ser do Brasil. Mas tocar no Rio é como tornar todos os seus sonhos realidade em um único show. Eu sei que o Brasil tem seus problemas mas para os músicos estrangeiros tem algo em sua atmosfera (do Brasil) que nos faz muito bem."

3 - Eu estava lá. Em 1985. No primeiro Rock in Rio, ali mesmo na Barra. Vejam a histórica reportagem no terceiro video. Percebam a diferença do que vimos nessa edição de 2011.
Ao final vejam a fila no orelhão. Ninguém nem sonhava com aparelhos celulares.
O orelhão (algum jovem aí sabe o que é isso?) era da antiga Cetel. Cetel?! Acho que tô velho mesmo.







Atualização 17:00h:
Roberto e Roberta Medina fazem um balanço do Rock in Rio e respondem às perguntas do público:

Um comentário:

Junior Rose disse...

Concordo inteiramente com sua análise sobre o Guns, Marcos.
É preciso ver essas coisas também com outros olhos, outra visão, como a sua.
Eu estava lá e me emocionei. Sou fã da banda. Tenho capacidade de discernir as coisas. Sei que o Axl não é a sombra do que foi.
Mas ver o show na TV e detonar o Guns é fácil. Difícil e ter a capacitade de captar as emoções que foram demonstradas lá. O Axl merece consideração pelo que fez. E ele não desconsidera seus fãs enquanto vivo for e continuar encarando os palcos para deleite de seus fãs.
valeu!