13 de janeiro de 2010

Os Direitos Humanos no Brasil? Qual Brasil?!

Para entender melhor este novo Brasil não basta ser platéia...é preciso ralar um pouco na leitura de alguns poucos obstinados para conhecer as artimanhas da extrema direita deste país...o tão propalado Decreto Presidencial sobre os Direitos Humanos no Brasil está dando munição nova aos manipuladores da informação, os mesmos que se auto-intitulam "opinião pública brasileira" e que lutam aberta e descaradamente contra o atual Governo do PT... eles ainda pensam o Brasil à moda antiga e sem qualquer pudor mentem e sabotam informações cruciais para o nosso futuro próximo...mas eu não acredito numa vitória dos que traem esta nação!
A entrevista do Paulo Sérgio Pinheiro, integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, é reveladora e desmascara muito bem o que a Rede Globo e muitos outros veículos de comunicação do Brasil estão tentando neste momento fazer...veja abaixo:

"Paulo Sergio Pinheiro pede a Arthur Virgílio que leia os PNDHs


Atualizado em 12 de janeiro de 2010 às 14:02
Publicado em 12 de janeiro de 2010 às 00:08

Entrevista de Paulo Sergio Pinheiro, integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, à rádio CBN. No governo FHC ele formulou o segundo Plano Nacional de Direitos Humanos:


"Eu acho que tá se fazendo uma grande tempestade num copo d'água, porque na realidade esse PNDH III é o terceiro na sucessão de dois outros planos, o PNDH I e o PNDH II -- um publicado em 96 pelo ministro... exatamente pelo ministro Nelson Jobim e o segundo quando eu estava no governo em 2002 --, os dois programas foram emitidos por decreto-lei, é assim que os presidentes da República fazem, o que não significa que todas as medidas no programa sejam auto-aplicáveis, isso evidentemente que não é.


Acho que essa discussão para ficar sóbria e clara tem que ser separado em dois aspectos. Um o próprio Programa Nacional de Direitos Humanos, que foi uma ideia do Brasil e da Austrália em 93, na Conferência Mundial [de Direitos Humanos] de Viena. Essa proposta foi aceita e logo a África do Sul, depois a própria Austrália e o Brasil três anos depois fez o primeiro programa. Quanto à legitimidade do programa não há a menor dúvida. Essa história de manobra, essas coisas para enfiar goela adentro isso é conversa pra boi dormir.

Clique aqui para ler o tratado que resultou da Conferência de Viena http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/viena.htm

A verdade... se você se der ao trabalho... ou os leitores de compararem os dois... os três programas...que aliás o três publica como anexo o primeiro e o segundo... coisa rara no Brasil... um plano de um governo de um partido contrário publica os programas do outro partido no mesmo texto. Então eu acho que isso é legítimo, eu acho que é perfeito que os setores latifundiários, a Igreja Católica, os meios de comunicação debatam o que está sendo proposto, é assim mesmo numa democracia e eu não vejo nenhum problema. E a linguagem dos dois... dos três programas é muito parecida, é muito parecida. É claro que esse governo e a sociedade civil está num outro estágio, alguma coisa foi agregada mas o básico, se você compara a questão do aborto, a questão por exemplo das uniões do mesmo sexo, a questão dos direitos humanos e meios de comunicação é muito parecido".

Sobre ameaça de censura aos meios de comunicação:

"Eu tenho o maior respeito, a maior estima pelo senador Arthur Virgílio, eu convidaria o senador a ler os três planos e comparar, porque... pode não se estar de acordo com o que está emitido no programa, mas vamos devagar com o andor. Além do mais, o que deve ficar claro que o que está no programa, como foi no governo FHC, é um enunciado, é um indicativo, não significa que a Constituição venha abaixo porque tem um Progama de Direitos Humanos. Então eu acho que está na hora de ter sobriedade, tranquilidade e não se ficar vendo assombração onde não existe".
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Sobre ameaças de ministros de se demitir


"Quem entende disso é o presidente Lula. O que eu acho, simplesmente pela história da República... primeiro que ministro não precisa se demitir, porque como se diz em latim, foi isso que eu aprendi na faculdade, os ministros são demissiveis ad nutum. O presidente demite na hora que quer. É meio ridículo comandante militar apresentando demissão, porque nem ministro são. E nos paises democráticos os comandantes militares não falam nada.

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O que eu acho um pouco problemático no Brasil é que nenhum dos exércitos em paises que passaram por transição democrática, seja Grécia, Portugal, a Espanha, Argentina, Uruguai, Paraguai, o Chile... esses exércitos não estao solidários com os crimes cometidos por seus colegas no passado. O Brasil é o único que as Forças Armadas continuam tendo essa solidariedade com o passado."

SAIBA MAIS 

Um comentário:

Marcos Oliveira disse...

1- Ninguém deve dar ouvido a um sujeito chamado Arthur Virgílio.
2 - Se é um problema revirar o passado da ditadura, problema maior é - pelo menos - não discutir isso. Corre-se o risco de em algum momento tudo aquilo voltar (e com força maior) por conta da certeza da impunidade.