19 de agosto de 2014

Horário Eleitoral: análise do primeiro programa

Por Renato Rovai
"O programa eleitoral dos candidatos a presidente da República começou de forma muito surpreendente. O programa de Aécio Neves foi muito ruim. Bem abaixo das expectativas, sendo mais confuso e menos claro que os de Luciana Genro e Pastor Everaldo.

O tucano começou falando sobre Eduardo Campos e disse que a melhor forma de homenageá-lo era colocar em práticas suas ideias. Ou seja, só faltou dizer que a melhor forma de homenageá-lo era votar nele, Aécio. Disse que o Brasil de hoje é um país muito melhor do que o de décadas atrás, mas que essa realidade vem mudando e que as conquistas estão em risco. Que a inflação já está batendo na sua porta e entrando na sua casa. E que os empregos estão começando a desaparecer e o país está perdendo o rumo. Para finalizar, disse que aquilo que depende  dos próprios brasileiros está dando certo, mas o que depende do governo está dando errado.

Ou seja, Aécio vai apostar no discurso da crise. De que o país está no rumo errado e que precisa tocar o comando.

Isso não é exatamente uma novidade. Um candidato de oposição não pode ficar louvando a ação de quem está no cargo. Mas o tom do discurso parece ter passado do ponto. Afinal, a inflação está controlada, por exemplo, e não há uma crise de empregos.

O que mais surpreendeu no programa de Aécio foi a embalagem. As imagens pareciam toscas, quase amadoras. A narrativa também foi bem primária. E a fala do tucano não aparentava nem sinceridade e nem emoção. É muito estranho que isso tenha acontecido, até porque marqueteiros de alto nível trabalham com pesquisas qualitativas. Mas quem assistiu ao primeiro programa de TV de Serra em 2010 também deve se lembrar que ele foi bem fraco. Foi o programa do samba na laje com cenário fake no qual o candidato que era chamado de “Zé”.

Já o programa de Dilma não superou as expectativas, mas foi ao ponto do que parece ser a fraqueza da candidata, com uma linguagem clean e bem articulada. Começou dizendo que muita coisa aconteceu e que também muito havia acontecido sem que as pessoas tenham notado. Fica claro que durante o programa eleitoral o marketing de Dilma vai tentar mostrar aquilo que não foi bem comunicado durante seu governo. E de forma comparada. Por exemplo, o locutor fez questão de frisar que enquanto 60 milhões de empregos foram destruídos no exterior na maior crise internacional dos últimos tempos, no Brasil foram criados 11,9 milhões de empregos. E que neste período o país também fez um dos maiores conjuntos de obras de infraestrutura do mundo.

A mensagem é que o Brasil se preparou neste seu primeiro mandato para viver um novo ciclo de desenvolvimento. Este parece que vai ser o mote da campanha. E a presidenta será apresentada como “uma mulher que acorda cedo, trabalha muito, gosta de cozinhar, sente saudade da filha e do neto que mora longe. E que compartilha das esperanças do brasileiros”. Ou seja, como uma ser humano que vive os mesmos dilemas de um cidadão comum, mas que é obstinada.

Num dos momentos, Dilma diz: “Todo dia você tem que matar um leão e de certa forma subir e descer o Everest”. Por isso ela teria conseguido evitar que a crise internacional entrasse porta adentro da casa dos brasileiros. “Quem é pessimista não resolve, porque não dá o primeiro passo. Pessimista é a pessoa que desiste antes de começar”. Direto no ponto em relação à abordagem do programa de Aécio. Tudo isso num cenário bucólico, falando entre árvores, com som de pássaros ao fundo.

E o programa ainda teve Lula. Que disse que o segundo mandato dele foi bem melhor do que o primeiro. E que tem certeza de que com Dilma vai acontecer o mesmo. Ao final, depois do jingle que tem mensagens bem específicas para quem ainda não acha que a presidenta vá continuar, Lula voltou para falar sobre Eduardo Campos. “Tínhamos um afeto de pai e filho. Sua luta sempre foi e continuará sendo a nossa luta. Nós, nunca, jamais, vamos desistir do Brasil”.

A distância da qualidade do programa de Dilma para o de Aécio foi um oceano. É bem provável que a equipe do tucano melhore aos poucos a qualidade de seus produtos. Mas se depender desse programa de estréia, a petista pode melhorar muito nas próximas pesquisas."

Fonte: Blog do Rovai

8 comentários:

Marcos Oliveira disse...

A MENSAGEM DO JN: “ELES NÃO GOSTAM DELA”


Com manhas de pau-de-arara, Dilma escancarou a parcialidade da Globo e o amadorismo de Bonner

Por Ricardo Amaral


A entrevista com a presidenta Dilma Rousseff expôs, com rara contundência, a parcialidade da Globo na cobertura do governo e do PT. Utilizando manhas de quem passou pelo pau-de-arara, Dilma pôs abaixo a tentativa da Globo de parecer “isenta” nesse capítulo das eleições. Isso não é banal, no momento em que a credibilidade da imprensa hegemônica segue abalada pelo fiasco histórico da “operação Copa”.

A credibilidade do jornalismo da Globo saiu mais uma vez arranhada pelos esgares de William Bonner e Patrícia Poeta. As expressões de contrariedade, os dedos em riste e as interrupções grosseiras falaram mais ao telespectador do que o conteúdo de perguntas e respostas. Por algum tempo, tudo que se disser no JN contra Dilma será recebido com suspeita, porque a mensagem mais forte do programa foi: eles não gostam dela.

Dos 16 minutos cronometrados, Dilma falou 10 minutos e meio; Bonner, 4 e meio, e Patrícia quase 1 minuto. Dá 65% para ela e 35% para eles. Dilma pronunciou 1.383 palavras, contra 980 da dupla (766 só do Bonner), o que dá 60% x 40%. Isso é escore de debate, não de entrevista. A dupla encaixou 26 acusações ao governo e ao PT; algumas, com ponto de exclamação.

Nos quatro blocos temáticos (corrupção, mensalão, saúde e economia) Bonner lançou no ar 13 pontos de interrogação, e Patrícia, dois. A presidenta foi interrompida 19 vezes. Tomou dedo na cara de Bonner e de Patrícia, que reclamou de uma resposta com um soquinho na mesa. Isso não é comportamento de jornalista. Na entrevista com Aécio Neves – que muitos acharam “dura”, embora tenha sido apenas previsível – a dupla fez quatro interrupções e cinco reiterações de perguntas.

Aprendi ainda foca que o segredo de uma entrevista ao vivo é dominar o assunto e buscar a pergunta seguinte na resposta do entrevistado. É uma arte difícil. Patrícia Poeta nunca soube fazer. Bonner acha que sabe – e que sabe muito. Por isso saiu-se ainda pior que a colega. Basta discordar do enunciado para desnorteá-los. Não sabem do que estão falando; seguem o roteiro e fazem cara de argúcia (com Dilma, usavam ponto eletrônico!).

Maus entrevistadores são incapazes de ouvir respostas e dialogar com o argumento do entrevistado. Não é só amadorismo; é presunção. Globais se consideram mais importantes que os candidatos. Acham-se a própria notícia. Diante da contradita, repetem a pergunta até se perderem. No limite, apelam para a fórmula binária: “eu digo isso; sim ou não?” Eduardo Campos saiu-se muito bem dessa briga com bêbados. Aécio tropeçou e caiu.

Para a Globo, pouco importa expor os editores chefe e assistente do JN a mais um vexame profissional. A Globo não quer ouvir respostas; quer repetir (e tentar sancionar) o próprio discurso. Bonner deve ter ensaiado em casa o que considerava seu momento de glória: chamar de corruptos os petistas do mensalão (“Eram corruptos!”), na cara da presidenta da República. Que audácia, hein, patrão…

Na primeira pergunta (69 segundos), a palavra corrupção foi repetida sete vezes; e estamos conversados. Depois de 12 anos (“mais de uma década, candidata!”) há “filas e filas nos hospitais”, cidadãos “muitas vezes são atendidos em macas”, “muitas vezes não conseguem fazer um exame de diagnóstico”. O país tem “inflação alta, indústrias com estoques elevados, ameaça de desemprego ali na frente”.

Marcos Oliveira disse...

A MENSAGEM DO JN: “ELES NÃO GOSTAM DELA” (continuação)

Repetir os mantras do noticiário negativo – sem de fato abrir a discussão sobre eles – era o primeiro dever de casa. O segundo era desconcertar a entrevistada, e foi aí que a bomba explodiu no colo dos entrevistadores. Dilma não abriu mão de responder as perguntas, retomando o fio da meada a cada interrupção. Advertida, fez-se de sonsa e continuou respondendo o que quis.

O jogo foi chato na maior parte do tempo, mas Dilma não entregou a posse de bola, não cedeu o controle da entrevista. E foram eles, William e Patrícia, que ficaram visivelmente desconcertados, a ponto de perder o respeito pela entrevistada – que o merecia, mesmo que não fosse presidenta da República.

Dilma não disse aos interrogadores o que eles queriam que ela dissesse, exceto ao concordar com Patrícia Poeta que “a saúde no país não é minimamente razoável”. Um pontinho vencido, foi tudo que conseguiram arrancar da interrogada. Por isso, o destaque nos sites da Globo foi o previsível silêncio de Dilma sobre o julgamento do mensalão – outra evidência de que eles consideram suas perguntas mais importantes do que as respostas da presidenta da República.

Qualquer analista dirá que a presidenta desperdiçou a oportunidade de ter sido mais assertiva da propaganda de seu governo. Quinze minutos no JN são uma grande chance de falar para milhões de eleitores, mas Dilma preferiu debater com Patrícia Poeta e William Bonner.

Ela passou informações relevantes: a inflação de julho ficou próxima de zero; o Mais Médicos atende 50 milhões de pessoas; o SAMU atende 149 milhões. Disse que o país enfrenta a crise sem demitir, sem arrochar salários e até diminuindo impostos. Podia ter dito muito mais, mas a disputa foi mais concentrada na forma que no conteúdo. E foi aí que Dilma venceu.

Dilma sorriu na medida certa e manteve-se serena durante todo o programa. Impôs-se um comportamento de presidenta da República, que contrastou, aos olhos dos telespectadores, com a atitude desrespeitosa e antiprofissional dos entrevistadores. Mesmo restrita a um cerimonial televisivo, foi uma sinalização relevante para uma imprensa cada vez mais assanhada no papel de oposição: digam o que quiserem, mas respeitem a presidenta eleita de todos os brasileiros.

Por Ricardo Amaral

Marcos Oliveira disse...

Veja também:
Desconstruindo Bonner – uma análise das entrevistas de Dilma, Aécio e Campos

Em: http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/08/desconstruindo-bonner-uma-analise-das-entrevistas-de-dilma-aecio-e-campos/

Diogo disse...

Desculpe, caro blogueiro, ´mas, cada vez fico mais convencido de que cada um vê o jogo pelo olhar do time para o qual torce..e pior é que vemos mesmo por este olhar, até penalti inexistente. Veja o olhar de um eleitor da oposição. Foi bom o programa de Aecio, apenas com a falha de dizer que tem as mesmas ideias de Campos. Na realidade, pela equipe econômica que tinha e ideias de conciliação propostas, é provável mesmo que houvesse convergência em vários aspectos. Mas, Aecio não precisava dizer que poderiam votar nele...houve falha(estou sendo imparcial. Mas, o programa foi bom, bem melhor do que o de Serra. A imagem de várias pessoas ouvindo do discurso de Aecio(que tem a melhor aparência de todos os candidatos tucanos), dizendo que o Brasil melhorou nas últimas décadas, mas está rateando há 4 anos, foi certeiro e realista. É isso mesmo. E as imagens foram bem feitas. Gostei bastante e, para nós, tucanos, foi emocionante(veja o que falei do olhar do torcedor, incrível isso). Já o ponto forte do programa da Dilma me parece ser o Lula. A imagem da Dilma foi melhorada, mas o povo sabe que el a é mais pra brava do que pra risonha. O que esteve a favor dela foi o Lula. Diria, no olhar de um tucano, que Aecio foi muito bem, e que Dilma ficou no 0 a 0..."cada um vê o jogo pelo olhar do time pelo qual torce...". Quem deveria opinar seria o eleitor indeciso.

Marcos Oliveira disse...

Após entrevista com Dilma, Bonner aparece com 20% das intenções de voto

Junior disse...

O mais importante do horário eleitoral é que agora Dilma tem um palanque em horário nobre para mostrar a verdade do que foi feito e da realidade dos outros países e comparar com os oito anos do governo neoliberal do tucano FHC. Até agora, nos últimos meses só a oposição tinha vez no JN, através do negativômetro, medida pelo manchetômetro da UERJ. Agora, com oportunidades iguais vamos ver o que o povo verdadeiramente mais informado vai decidir.

Renato Rovai disse...

Pastor Everaldo é o Aécio sincero, foi ao JN e disse que vai privatizar Petrobrás

Por Renato Rovai

O Pastor Everaldo (PSC) é a grande surpresa destas eleições. Ele foi eleito pela Globo para receber votos evangélicos populares e levar a eleição ao segundo turno. Por isso, ficou hoje à noite 15 minutos no Jornal Nacional e terá destaque no programa todos os dias. Enquanto isso, o candidato ao governo pelo PT, Alexandre Padilha, é absurdamente boicotado pela emissora. E não aparece no regional SP TV.

Mas, Pastor Everaldo não é só um candidato em nome de Deus. É também em nome do mercado. Que para a mídia tradicional é o verdadeiro salvador da pátria.

Em nome do deus mercado, que leva a Veja a pagar salário para que um constantino da vida lhe escreva algumas mal traçadas linhas, o Pastor Everaldo contou um segredo para o Bonner. “Vou lhe contar aqui em primeira mão, se for eleito eu vou privatizar a Petrobras”. Bonner quase chorou de emoção. E lhe perguntou se privatizaria também o BB. Ao que o pastor, muito mais responsável com a economia que o apresentador, disse que aí não dava. Que o sistema financerio ainda precisava de presença do Estado. Mas que no resto, ia mandar tudo para o deus mercado.

Logo ele, que nasceu na favela do Acari, foi camelô, servente de pedreiro, oficce boy e que trabalha desde os 14 anos e cresceu na vida por méritos próprios. Sim, Pastor Everaldo teve tempo pra contar calmamente sua história sem que Bonner lhe interrompesse 21 vezes, como fez com Dilma.

Aliás, pastor Everaldo disse que “o discurso da esquerda sempre me cativou”. Até porque veio de uma “família rica da graça de Deus, mas pobre de recursos”. Mas que quando percebeu que a esquerda aparelhava o Estado, decidiu pular fora. “Eu não dependi do Estado para crescer na vida”. Amém, irmão, deve ter pensado Bonner em silêncio obsequioso.

Patrícia Poeta que entrou muda e saiu calada da entrevista com Dilma, fez uma pergunta e tanto hoje. “O senhor recebeu 5 milhões do PT e foi apoiar a Dilma, esse foi o preço do seu partido?”

Vejam que pergunta corajosa. Ela fez aquilo que todo jornalista independente não tem coragem de fazer, bater no PT sem que o PT possa estar ali para se defender. E falou em toma lá da cá um monte de vezes para tratar do tema.

Toma lá da cá do governo Dilma.

Pra terminar, Pastor Everaldo por ele mesmo. Em um minuto e meio de JN.

“Tudo que for possível passar para a iniciativa privada eu vou passar. Defendo a família como está na Constituição brasileira. Casamento pra mim é homem e mulher. Sou contra descriminalização das drogas. Sou a favor do ministério da Segurança Pública. E todos que ganham até 5 mil reais serão isentos do Imposto de Renda.”

Esse é o Pastor Everaldo, que poderia muito bem ser o candidato dos constantinos da vida e da nossa santa mídia. Ele é muito mais sincero que Aécio em relação ao seu programa. Pelo menos tem coragem de dizer que vai privatizar a Petrobras se for eleito. Já o outro…

Anônimo disse...

NOTA À SOCIEDADE

do portal do PSB, sugerido por FrancoAtirador nos comentários

“Hoje (19/08), fui agredido pelo pasquim eletrônico assinado pelo ex-jornalista Ricardo Noblat. A direita alugada não compreende minha integridade. Irrita-lhe minha coerência política e meu papel como Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), de cuja refundação fui responsável em 1985.

Fui vítima de ataque, que me apontou como artífice de suposta conspiração contra Marina Silva. Noblat pretendeu, em sua manifestação tomar verídica sua infundada tese, valendo-se de frase que atribuiu a Eduardo Campos, hoje morto. Mortos não se defendem, tampouco atacam.

Logo que a tragédia da morte de Eduardo Campos se abateu sobre o meu País e meu partido, nessa ordem, começou o assédio para que o PSB anunciasse sua escolha óbvia para a recomposição da chapa presidencial. A primeira cobrança foi feita ainda no aeroporto de Congonhas quando me deslocava para saber do nosso líder. O mau jornalismo já estava açodado na noite daquela quarta-feira fatídica. E não mais parou.

O partido e eu pessoalmente tomamos e mantivemos a decisão ética – incompreensível aos que carecem dessa matéria prima – de que só cuidaríamos de novos caminhos quando tivéssemos enterrado nosso amigo. Vivíamos um luto e pedíamos respeito.

Distribuí nota com esses esclarecimentos, bem como dei fartas explicações aos que nos procuravam por definições. Além da política, existem a vida e a morte, além da fofoca, o respeito humano pelos que se foram e pelos que choravam.

Os idiotas de plantão desconheciam que eu havia conversado com Marina Silva sobre esse procedimento, com meus colegas de Executiva Nacional e com a família de Eduardo Campos. Sepultado o líder, não cessam as dores. Mas os entendimentos foram abertos, começando por conversar com Renata Campos e, em seguida, com Marina. Amanhã será a vez dos partidos que integram nossa coligação.

Nesse meio tempo, ouvi os companheiros dirigentes e nossos principais quadros. Não cabe a um presidente socialista ter candidato, mas conduzir o partido ao encontro da melhor solução e esta é aquela que mais nos une e nos faz vencer o transe e a campanha. Cabe-me construir, ouvindo. Buscar a melhor alternativa partidária para a cabeça de chapa e seu vice. É o que estou fazendo.

Cabe-me levar o resultado aos partidos coligados e submeter nossa proposta.

Tal decisão não é ato de exclusiva vontade do PSB. Muito menos pertence à imprensa, como alguns parecem acreditar. E o PSB decide e só decide através de suas instâncias partidárias e meu dever é preservar essas instâncias e suas autonomias e exigir que elas sejam respeitadas.

Sempre procurei fazer a grande política, deixando a política miúda, da troca de favores, afagos e comissões para o baixo-clero. E não faço de adversários eventuais inimigos de carreira. Tanto eu quanto Eduardo sempre preservamos a amizade de Lula, de cujo governo fomos ministros dedicados. Isso jamais impediu um legítimo projeto político do PSB e inclusive disputar com ele as eleições de 2002.

A Executiva Nacional, reafirmo, reúne-se amanhã, dia 20, na sede do PSB em Brasília, para opinar e votar na plenitude de sua independência e segundo suas consciências, atentos ao destino do nosso Brasil. Nosso dever é com o destino do Brasil e os valores socialistas, os mesmos que pautaram a vida de João Mangabeira, Hermes Lima, Antônio Houaiss, Jamil Haddad, Miguel Arraes e Eduardo Campos. Valores que levaram Eduardo ao projeto da candidatura presidencial. Ele morreu lutando por isso. Por isso não desistiremos do Brasil.

Roberto Amaral

Presidente Nacional do PSB

Brasília, 19 de agosto de 2014″

PS do Viomundo: Tive a infelicidade, eu, Azenha, de testemunhar pessoalmente o assédio a Roberto Amaral diante da casa do ex-governador Eduardo Campos, no Recife. Um suposto jornalista político, querendo emparedar o presidente do PSB, afirmou: “Mas o Brasil está esperando!” Um gaiato ao meu lado, assustado, perguntou: “Quem é esse jornalista que fala em nome do Brasil?”