25 de junho de 2012

A brasileira nua presa na Ucrânia, a Eurocopa, Cristiano Ronaldo, o golpe no Paraguai e Larissa Riquelme

Rapidamente um pequeno post neste início de tarde de uma segunda-feira junina ensolarada.
O blog apoia a brasileira Sara Winter, ativista nua (não é da minha época - tirando Woodstock - mas agora existe essa modalidade) que foi presa ontem na Ucrania, durante protesto na Eurocopa.
Aliás as ativistas do Femen estão bem melhores que os jogos daquele campeonato continental, até agora muito óbvios, sem muita criatividade, com uma ou outra exceção.
Sugiro que, ao invés da polícia persegui-las, que as coloquem para dentro do gramado!
Aliás, sobre o que elas estavam protestando mesmo? Acho que é contra os jogos ruins. Ou talvez contra o penteado que não se desfaz nunca do galã português Cristiano Ronaldo.
A próxima passagem da Sara poderia ser pelo Paraguai, para defender o Lugo. Se bem que ele não tem fama muito boa com as mulheres. O Bispo e Presidente deposto teria tido filhos com algumas mulheres em épocas diversas (nem sei quantas). Isso pode ser uma restrição ao apoio das bonitas moças do Femen...
Mas vale a participação. 
Não se trata de analisar o governo Lugo (muito menos as escorregadas pessoais dele), mas a forma como foi feita a retirada do poder de um Presidente eleito com mais de 40% dos votos.
E é bom lembrar que o Paraguai é a terra da Larissa Riquelme! De que lado ela estará?
É isso. O post está parecendo um samba de doido, citando Femen, Sara Winter, Eurocopa, Cristiano Ronaldo, o golpe no Paraguai, as puladas de cerca de Lugo e ainda a Larissa. Talvez um samba-enredo aloprado de uma escola do terceiro grupo.
Mas assim são as coisas hoje. Tudo junto, rápido e misturado ao mesmo tempo agora. 
Como dizia o Raul Seixas, "pare o mundo que eu quero descer"!
Já o Luiz Felipe Muniz afirmaria: sigamos em frente.


6 comentários:

Ryan disse...

Hehehehehe.
Não perde a sua veia irônica hein Marquinhos. Rarara.
Cristiano Ronaldo é uma gracinha e a Eurocopa podia estar melhor mesmo.
Acertou em apoiar as passeatas nuas (mulheres, é certo).
E o Lugo foi fato inédito. Nunca vi uma coisa dessa em 24 horas.
Ótimo como sempre faz, Marquinhos.
Um abraço.

Anônimo disse...

Excelente.

Anônimo disse...

Toda unanimidade é burra, dizia o filósofo nacional Nelson Rodrigues. Toda unanimidade é suspeita, recomenda a lucidez política. A unanimidade da Câmara dos Deputados do Paraguai, em promover o processo de impeachment contra o presidente Lugo, seria fenômeno político surpreendente, mas não preocupador se não estivesse relacionado com os últimos fatos no continente.

Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner enfrenta uma greve de caminhoneiros, em tudo por tudo semelhante à que, em 1973, iniciou o processo que levaria o presidente Salvador Allende à morte e ao regime nauseabundo de Augusto Pinochet. Hoje, todos nós sabemos de onde partiu o movimento. Não partiu das estradas chilenas, mas das maquinações do Pentágono e da CIA. Uma greve de caminhoneiros paralisa o país, leva à escassez de alimentos e de combustíveis, enfim, ao caos e à anarquia. A História demonstra que as grandes tragédias políticas e militares nascem da ação de provocadores.

O Paraguai, nesse momento, faz o papel do jabuti da fábula maranhense de Vitorino Freire. Ele é um bicho sem garras e sem mobilidade das patas que o faça um animal arbóreo. Não dispõe de unhas poderosas, como a preguiça, nem de habilidades acrobáticas, como os macacos. Quando encontrarmos um quelônio na forquilha é porque alguém o colocou ali. No caso, foram o latifúndio paraguaio – não importa quem disparou as armas – e os interesses norte-americanos. Com o golpe, os ianques pretendem puxar o Paraguai para a costa do Pacífico, incluí-lo no arco que se fecha, de Washington a Santiago, sobre o Brasil. Repete-se, no Paraguai, o que já conhecemos, com a aliança dos interesses externos com o que de pior há no interior dos países que buscam a igualdade social. Isso ocorreu em 1954, contra Vargas, e, dez anos depois, com o golpe militar.

Anônimo disse...

Não podemos, nem devemos, nos meter nos assuntos internos do Paraguai, mas não podemos admitir que o que ali ocorra venha a perturbar os nossos atos soberanos, entre eles os compromissos com o Mercosul e com a Unasul. Mais ainda: em conseqüência de uma decisão estratégica equivocada do regime militar, estamos unidos ao Paraguai pela Hidrelétrica de Itaipu. O lago e a usina, sendo de propriedade binacional, se encontram sob uma soberania compartida, o que nos autoriza e nos obriga a defender sua incolumidade e o seu funcionamento, com todos os recursos de que dispusermos.

Esse é um aspecto do problema. O outro, tão grave quanto esse, é o da miséria, naquele país e em outros, bem como em bolsões no próprio território brasileiro. Lugo pode ter, e tem, todos os defeitos, mas foi eleito pela maioria do povo paraguaio. Como costuma ocorrer na América Latina, o povo concentrou seu interesse na eleição do presidente, enquanto as oligarquias cuidaram de construir um parlamento reacionário. Assim, ele nunca dispôs de maioria no Congresso, e não conseguiu realizar as reformas prometidas em campanha.

Lugo tem procurado, sem êxito, resolver os graves problemas da desigualdade, da qual se nutriram líderes como Morínigo e ditadores como Stroessner. Por outro lado, o parlamento está claramente alinhado aos Estados Unidos – de tal forma que, até agora, não admitiu a entrada da Venezuela no Tratado do Mercosul.

Anônimo disse...

O problema paraguaio é um teste político para a Unasul e o conjunto de nações do continente. As primeiras manifestações – entre elas, a da OEA – são as de que não devemos admitir golpes de estado em nossos países. Estamos, a duras penas, construindo sistemas democráticos, de acordo com constituições republicanas, e eleições livres e periódicas. Não podemos, mais uma vez, interromper esse processo, a fim de satisfazer aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos, associados à ganância do sistema financeiro internacional e das corporações multinacionais, sob a bandeira do neoliberalismo.

Os incidentes na fronteira do Paraguai com o Brasil, no choque entre a polícia e os camponeses que ocupavam uma fazenda de um dos homens mais ricos do Paraguai, Blas Riquelme, são o resultado da brutal desigualdade social naquele pa[is. Como outros privilegiados paraguaios, ele recebeu terras quase de graça, durante o governo corrupto e ditatorial de Stroessner e de seus sucessores. Entre os sem-terra paraguaios, que entraram na gleba, estavam antigos moradores na área, que buscavam recuperar seus lotes. Muitos deles pertencem a famílias que ali viviam há mais de cem anos, e foram desalojados depois da transferência ilegítima da propriedade para o político liberal. E há, ainda, uma ardilosa inversão da verdade. A ação policial contra os camponeses era e é, de interesse dos oligarcas da oposição a Lugo, mas eles dela se servem para acusar o presidente de responsável direto pelos incidentes e iniciar o processo de impeachment. É o cinismo dos tartufos, semelhante ao dos moralistas do Congresso Brasileiro, de que é caso exemplar um senador de Goiás.

Quando encerrávamos estas notas, a comissão de chanceleres da Unasul, chefiada pelo brasileiro Antonio Patriota, estava embarcando para Assunção, a fim de acompanhar os fatos. Notícias do Paraguai davam conta de que os chanceleres não serão bem recebidos pelos que armaram o golpe parlamentar contra Lugo, e que se apressam para tornar o fato consumado – enquanto colunas do povo afluem do interior para Assunção, a fim de defender o que resta do mandato de Lugo.

Tudo pode acontecer no Paraguai – e o que ali ocorrer nos afeta; obriga-nos a tomar todas as providências necessárias, a fim de preservar a nossa soberania, e assegurar o respeito à democracia republicana no continente.

MAURO SANTAYANA

Luiz Felipe Muniz disse...

Sim, Marquinhos, é isso, sigamos em frente, meu amigo!