18 de junho de 2012

Rio +20: Pacto de Suicídio Global(?!)

Bem, quando o Leonardo Boff fala, é melhor parar para ouvir com atenção.
Segue texto publicado no G1 a partir de entrevista feita neste fim de semana.

As propostas em discussão pelos países na Rio+20 não garantem um desenvolvimento mais sustentável e podem levar a um “cataclisma social e ambiental”. A opinião é do teólogo e escritor Leonardo Boff.

“As propostas em discussão não garantem o futuro e podem, inclusive, provocar um grande cataclisma social e ambiental”, disse em entrevista ao G1, após participar de uma mesa de debates no Fórum de Sustentabilidade Empresarial da Rio+20, organizado pelo Pacto Global das Nações Unidas, que acontece no Windsor Barra Hotel.

Para o teólogo, sem uma mudança profunda do modelo econômico adotado pelos países – classificado por ele de “pacto de suicídio global”, pouco pode se esperar do documento final da conferência.

“Os chefes de estado são reféns de um tipo de economia e de desenvolvimento que já não está dando certo há muito tempo. Eles querem mais do mesmo, daí não vamos esperar soluções”, afirmou Boff.

Segundo ele, nem a chamada economia verde permite superar a manutenção de profundas desigualdades e criação de crises permanentes.

Somos vítimas de um fetiche que domina praticamente todos os documentos oficiais, que é o tipo de crescimento econômico que queremos que seja sustentável, mas que degrada a natureza e cria grandes desigualdades sociais”, disse em sua participação no fórum, citando que o número de pessoas que passavam fome no mundo passou de 860 milhões em 2007 para 1,4 milhão.

Para Boff, a esperança em torno da Rio+20 deve estar depositada nos debates envolvendo a sociedade civil. “As soluções têm de vir da humanidade e das empresas que entendem que o processo de mudança é importante”, afirmou.

Na opinião dele, “para evitar uma catástrofe anunciada” é preciso revisar não só o modelo econômico como também promover e resgatar um modo de convivência mais solidária e cooperativa.

“Esses valores têm de ser reconhecidos e incluídos no nosso projeto e, com eles, temos que ter as sinergias suficientes para transformarmos uma catástrofe anunciada numa crise de passagem rumo a uma sociedade onde é menos difícil o amor e mais fácil convivermos juntos”, completou.

Boff elogiou ainda o trabalho de cooperação desenvolvido pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, que participou da mesma sessão de debates. "Os pobres têm soluções para ajudar a superar a crise porque têm um grande capital social em termos de valores, sabem fazer a leitura do mundo e são os portadores dos novos sonhos e novas utopias", disse."

2 comentários:

Léo disse...

"Só se fala de economia verde. Mas o que eles querem é apenas uma economia pintada de verde. Temos que ter uma ruptura com o sistema atual"

Anônimo disse...

Em meio ao burburinho da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, ao som das máquinas que montavam as tendas ainda inacabadas e dos helicópteros que sobrevoavam o local, nesta sexta-feira (16), missionários da técnica japonesa Surkyo Mahikari realizavam a prática da energização em quem passava pelo espaço montado e se interessava.

A cena era inusitada. Os visitantes, sentados de frente para os praticantes da Mahikari, ficam de olhos fechados, enquanto os missionários transmitem a energia através da palma da mão. A diferença para a técnica do Johrei, que é mais conhecida e difundida, é que a Mahikari não é uma religião.

“A Mahikari trabalha com profissionais de Saúde, Educação, jovens voluntários. O objetivo é que as pessoas tenham uma vida centrada em Deus, independentemente da religião”, explicou a missionária Tuanne Cruz.

O G1 resolveu testar. São de cinco a dez minutos de uma espécie de meditação. O início e o fim são marcados com palmas. Um mantra é falado no começo, mas depois é só silêncio. A sensação da maioria que experimentava era de relaxamento.

A fisioterapeuta Fernanda Maia se dedica voluntariamente à divulgação dessa prática. “O objetivo principal é melhorar a sua capacidade profissional. Se você é médico, por exemplo, melhorar a qualidade da sua cirurgia. É uma energia que mexe com sua essência, com a sua alma. Ela potencializa sua capacidade como ser humano”, explicou ela, que é católica. “Não deixo de ter minha origem católica, não há distinção de religiões”, completou.

A Sukyo Mahikari visa um mundo melhor, com uma qualidade de vida elevada e digna a todos os seres. Os seguidores afirmam que a prática pode contribuir ativamente na melhoria da sociedade e do meio ambiente. A técnica, fundada no Japão em 1959, não é exclusivista para praticantes, qualquer um pode fazer.

A Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 onde organizações da sociedade civil vão discutir temas relacionados à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, começou nesta sexta e promete reunir 18 mil pessoas nas 50 tendas do evento. O público esperado para essa edição do evento é quase o dobro do que compareceu à Cúpula dos Povos em 1992, durante a Rio-92.