23 de dezembro de 2011

A Arte Engajada e Irônica de Paul Kuczynski

É normal a cada final de ano fazermos um balanço daquilo que fizemos (ou não fizemos), do que conquistamos, dos acontecimentos, enfim de tudo que nos envolve.

Não vou entrar nesse assunto por ser muito amplo e é da esfera das características de cada um. O máximo que o blog pode fazer são os clássicos – e sinceros – votos de um Feliz Natal e um Ano Novo melhor ainda, se estendendo por todo ano de 2012 para todos que freqüentam esse espaço. Mas podemos também fazer um pequeno balanço aqui do Blog, sobre nossas atividades em 2011.

Mantivemos a nossa multidisciplinaridade, consolidamos nossas visões políticos e – apesar da falta de tempo – conseguimos multiplicar o número de acessos diários, o que significa aceitação daquilo que temos feito por aqui. Só isso basta.

Para registrar esse “balanço” anual comprovamos em nossa análise que uma das coisas que faltou aqui foi o assunto “artes plásticas”. No início do blog isso fazia parte de nosso escopo de temas abordados, depois os posts com esse tema foram desaparecendo em detrimento da política, música, musas, literatura, cinema, ecologia, etc. Pois voltamos ao tema nesta véspera de Natal, já aguardando o ano de 2012.

As pinturas escolhidas foram as do pintor Paul Kuczynski. Confesso que não consegui achar muita coisa na Internet sobre a biografia dele. Sei que é polonês e o nome verdadeiro é Pawła Kuczyńskiego (mas parece ser homem mesmo e não uma mulher).

Ilustrador de técnica invejável conforme poderão verificar, P. Kuczynski optou por usar sua arte como forma de lembrar ao expectador que o mundo não é como deveria ser. Embora possa soar panfletário para alguns, “comunista ultrapassado” para outros, não acredito que seja esse o seu ênfase.

Apesar de crítica e engajada, o que ele busca com suas sátiras é apenas chamar atenção para o fato de que continua existindo uma parte da sociedade sem acesso aos bens de consumo, água, infra-estrutura, lazer, etc. E que são esses que preparam o mundo para o consumo da outra parte.

Em minha visão isso já foi muito pior. Vejam o caso do Brasil onde avanços reais foram feitos nos último nove anos, sem que nenhuma revolução comunista tenha sido feita. Mas é claro que muita coisa ainda tem de melhorar, seja no Brasil, América do Sul, América Central e, sobretudo, África.

Paul Kuczynski faz uma arte surrealista porque o mundo é surrealista. Sua ironia política e social, de hábitos e costumes, é uma provocação à sociedade ao abordar consumismo exagerado, ambição, poluição, depressão (reflexos?), tecnologia, tempo, etc.

Algumas imagens mais fortes nos obrigam a refletir sobre o que está acontecendo ao nosso redor e que normalmente ignoramos. Serve, no mínimo, para que percebamos que muita coisa precisa mudar. Afinal, somos todos seres humanos. E uma boa época para lembrar disso é Natal e Ano Novo.

Mesmo que seja com uma dose de humor cáustico.


4 comentários:

Josi disse...

Fantásticas essas ilustrações. Tinha recebido uma mail com algumas dessas pinturas, mas não tinha nenhuma informação ou análise. Você fez isso muito bem, Marcos.
Show.
Bjs. e um feliz natal!!

Mauro Leite disse...

Fantástico!
Feliz Natal!
Parabéns pelo Blog,Luiz Felipe e Marcos. Continuem em 2012. Obrigado.

Barbara Nonato disse...

Sensacional! Ótica realista e crítica, transformada em arte.

Anônimo disse...

Un pouco de ar fresco, en verdade agradécese unha crítica que che arrinca un sorriso.