17 de agosto de 2012

The Book Is On The Table (ou no Tablet): O Sucesso da Literatura Erótica


Aproveitando o post anterior sobre a musa e os livros de Jorge Amado (antes das excelentes intervenções do Luiz Felipe logo abaixo) resolvi mostrar um pouco do mercado atual de "livros sensuais".
A crise internacional ronda a cultura e o resultado é a queda das vendas.
As editoras saem então à cata de novos filões que possam representar tudo que elas querem: poucos títulos lançados mas que rendam milhões de dólares.
Em épocas assim o que funciona é a popularização de um tema. 
E o que está em voga agora é uma literatura erótica light (mas nem tanto) destinado principalmente às mulheres.
Já criaram até um termo: "pornô para mamães". Não estou inventando, é verdade!
Seja lá a que nível se refere o termo, já existem sucessos mundiais avassaladores.
O primeiro deles chama-se "Fifty shades of grey" ou "Cinquenta tons de cinza", uma trilogia de E.L James que já vendeu mais de 20 milhões(!) de exemplares mundo afora.
Mas essa história não é de agora. Me lembro que li nos anos 2000 - dentre dezenas de outros, atualmente não tenho lido tanto, infelizmente - pelo menos três livros autobiográficos escritos por mulheres que contavam suas aventuras e que foram sucessos em seus países de origem.
São eles (se é que ainda estou com boa memória): "O doce veneno do escorpião" (da brasileira 'Bruna Surfistinha', já transformado em filme), "A vida sexual de Catherine M." (da francesa Chatherine Millet, fundadora da prestigiosa revista Art Press) e "A entrega" (da jornalista americana Toni Bentley, o mais polêmico dos três - a meu ver).
Mas teve mais. Tem um que não li e que foi transformado em filme que não vi. Chama-se "100 escovadas antes de ir para cama" da italiana Melissa Panarello. E por aí vai.
Mas a vendagem de "Fifty Shades" já traz em seu rastro outros títulos como "Indiscretion", de Charles Dubow, "Cada gota de tu vida" da poeta Yolanda Saénz de Tejada, "As 1.001 fantasias eróticas e selvagens da história" de Roser Amills e "A primeira luz da manhã" do italiano Fabio Volo. Não sei esses tem conteúdo autobiográfico mas tem sim muito sexo, o tempo todo.
Desses recentes não li nenhum e nem sei se vou ler. O problema é que podem ser livros escritos "à toque de caixa" para aproveitar o momento, aí a qualidade se perde. 
Bem, se é que se deve esperar qualidade (nos termos usuais) de livros de conteúdo fortemente erótico, isso para evitar o termo 'pornô', mesmo que para "mamães". 
Nestes casos a qualidade buscade deve ser a capacidade de excitação do referido 'volume', no bom sentido. : )
Bom fim de semana, com um pouco de literatura, se for possível. 
Pornô ou não.


P.S. O blog apoia as meninas russas da banda Pussy Riot, condenadas hoje e faz críticas severas ao Sr. Putin, um imbecil que controla tudo naquele país, inclusive a justiça. E isso faz tempo.

6 comentários:

Junior disse...

Marcos, 50 tons de cinza vai ser transformado em filme e vai virar marca de lingerie.
E parabéns por detonar o Putin. Alem dessa ele aprontou outra hoje, proibiu pelos próximos 100 anos qualquer manifestação gay na Rússia.
Abraço. Bom fim de semana pra vocês também.

Anônimo disse...

Bom dia!
Gostaria de duas informações sobre esses assuntos. O que fez a banda russa? E esses livros são muito pesados?
Obrigada e parabéns pelo blog.

H.M. disse...

Esses livros são os que estão vendendo mais na Bienal de São Paulo.

Marcos Oliveira disse...

A banda Pussy Riot invadiu uma catedral russa e cantou músicas contra Putin e a ligação suspeita do chefe da igreja ortodoxa com o mesmo Putin.
O julgamento foi encaminhado como um desrespeito religioso e não protesto político.
A pergunta: desde quando o poder Russo respeita tanto assim fé das pessoas? Resposta: desde que a fé esteja do lado dele, Putin.
As jovens do Pussy Riot não desrespeitaram a fé de ninguém, protestaram contra Putin e foram "exemplarmente" punidas por isso.

Quantos aos livros: pesam entre 100 e 300 gramas (brincadeira). Como disse no texto, esses atuais eu não li, mas não são "leves" não. Dos antigos, evite "A entrega" se não gosta de coisas "heterodoxas". "Catherine M." conta sobre suas liberdades amplas gerais e irrestritas e a brasileira detalha preferências de seus clientes.
Se não quiser se arriscar evite todos, cara Anônima, mas acho que vale a pena. É apenas leitura.
Abraços a todos.

Marcos Oliveira disse...

"Foi um protesto que durou menos de um minuto, um julgamento que durou apenas uma quinzena e uma sentença lida em três horas. Mas o caso da banda de punk russa Pussy Riot está sendo visto por diplomatas ocidentais e grupos de direitos humanos como o símbolo de muitas coisas equivocadas na Rússia, bem como do perigoso rumo autoritário que o país está tomando desde a volta de Vladimir Putin à Presidência, em maio."

Anônimo disse...

Excelent. Thanks.