11 de outubro de 2009

A velha questão do poder da mídia

Muito boa a matéria postada neste sábado pelo Luiz Carlos Azenha no Blog "Vi o Mundo". Reproduzimos abaixo parte dela. Para ler o restante, clique aqui.

A REAÇÃO AO PODER MIDIÁTICO

Atualizado em 10 de outubro de 2009 às 23:20 | Publicado em 10 de outubro de 2009 às 20:43

por Luiz Carlos Azenha

"Vou citar o ex-presidente da Bolívia Carlos Mesa, ex-empresário midiático naquele país, que fez críticas aos meios de comunicação em uma conferência em Caracas. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ele disse:

FOLHA - O sr. criticou meios de comunicação que teriam passado a cumprir o papel de partidos políticos. Quais os riscos dessa tendência?

MESA - É urgente a construção de um sistema de médio prazo que não passa por ganhar eleições nem derrotar o governo de turno. É essa armadilha na qual caíram alguns partidos na Venezuela, na Bolívia e no Equador. Não há projeto, não há estrutura, não há nada. Isso é uma luta de reconstrução de longo prazo, que deve ser combinada com os meios de comunicação para que estes transfiram o espaço de atividade política aos políticos.

Como já escrevi neste blog anteriormente, entre o "senador" Ali Kamel e o senador José Sarney, fico com o senador Sarney. O senador Sarney foi eleito. O "senador" Kamel usa uma concessão pública para fazer política como se tivesse sido eleito.

Tenho participado de conferências preparatórias à Conferência Nacional de Comunicação, que acontece em dezembro.

Nelas, sempre defendo "mais mídia", nunca menos. Sou contra qualquer tipo de restrição à liberdade de imprensa e mesmo à liberdade de empresa dos donos de meios de comunicação. Luto pela democratização do acesso aos meios.

É preciso distinguir claramente entre jornais e revistas, de um lado, e emissoras de rádio e TV, de outro. Aos primeiros, liberdade absoluta. Mas, como qualquer concessionária de serviço público, a emissora de rádio ou TV deve obedecer a normas, assim como as concessionárias de outros serviços públicos, como distribuição de gás, de energia, etc.

Por que haveria de ser diferente com concessionárias de rádio e TV?

Essas normas devem ser determinadas pela sociedade. É assim nos Estados Unidos, é assim na Suécia, é assim no Reino Unido. No Brasil, não. Por que?

Porque os empresários do ramo, muitos dos quais são congressistas, defendem o latifúndio midiático com unhas e dentes. É preciso romper essa aliança entre poder político e poder midiático, pelo bem da democracia brasileira."


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