2 de outubro de 2014

Vai para o segundo turno ou não vai? Hoje tem debate! A mais recente pesquisa do DataCaf

DataCaf e o 1º turno: Dilma 43 x 22 Bláblá

"Bolsa agasalhou o 1º turno: abriu em alta de 0,31 !
 

Arrocho Never tem 18 pontos.

O DataCaf, como se sabe, é o único instituto de pesquisa que se pode levar a sério.

Com essa grave responsabilidade, ele demonstra, nesse tracking no dia do debate da Globo, que a vitória da Dilma no primeiro turno é, de fato, uma possibilidade.

Coitado do Ataulfo (no ABC do C Af).

Deve sofrer tanto…

Se, se, se houver segundo turno, o tracking do DataCaf mostra Dilma 48 vs 38 da Bláblá.

Ou seja, recomenda-se não levar a eleição ao segundo turno, para evitar que o Ataulfo sofra mais ainda."

Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada

3 comentários:

Renato Rovai disse...

O debate da Globo é mais decisivo para Marina

O segundo turno é uma realidade. A possibilidade de Dilma vencer no primeiro é remotíssima. Seria a maior surpresa na reta final de todas as eleições desde a redemocratização. Não pela diferença de 5% que as pesquisas apontam hoje entre seus votos e a vitória já no dia 5. Mas pelo histórico do voto no Brasil e por tudo que as pesquisas vêm apontando desde o início do ano. Ao mesmo tempo, a vitória no segundo turno passa a ser quase uma certeza para Dilma. Ela deve ter uma vantagem de mais de dez pontos para o segundo colocado. Até quase de vinte pontos. E isso dificilmente permitirá uma virada.

A questão de agora é saber quem enfrentará Dilma no turno decisivo. Há uma semana, Marina era amplamente favorita. Agora ela tem alguma vantagem. Mas não há mais um favoritismo tão claro. O debate de hoje à noite será decisivo para suas pretensões.

Marina terá de mostrar que tem condições de governar o Brasil. Ela não tem que provar ao distinto público que sabe ser brava, que é forte, que sabe atacar ou que é boa de se vitimizar. Isso não define voto. Há um grupo grande de pessoas que gostaria de optar por uma candidatura alternativa ao PT e ao PSDB, mas que ao mesmo tempo quer sentir consistência no projeto. E Marina despencou nas pesquisas tão somente por isso, porque seu projeto se mostrou cambaleante.

Hoje, no debate da Globo, ela tem sua derradeira oportunidade para se mostrar um pouco mais consistente, mas para isso vai ter de se reinventar. Terá de guardar no bolso a rivalidade que parece ter com Dilma e ir para cima de Aécio. Mostrar que o mineiro não teria chances numa disputa de segundo turno com a petista, que lhe falta sensibilidade social, que seu partido tem tido inúmeras possibilidades de melhorar a vida das pessoas em governos de estado e de cidades e que não conseguiu fazer isso e que, por este motivo, é o adversário preferido dos petistas.

Aécio certamente vai dizer que Marina é uma quase petista. E, se for inteligente, Marina não jogará o que lhe resta da sua história fora e não ficará brava com isso. Pode dizer que ela de fato não é daquelas que, como ele, chamaram o Bolsa Família de bolsa miséria, que lutaram contra aumentos no salário mínimo ou que criticaram a aprovação de leis como a que dão garantias trabalhistas às empregadas domésticas. Ou seja, Marina teria de esquecer o deus mercado e buscar diálogo com o povo.

Se não fizer isso, ela não vai para o segundo turno. Aécio a superará.

Renato Rovai disse...

Vou tentar aqui explicar minha tese. Acho que Aécio vai derrotá-la no Sul com alguma facilidade. E também no Centro Oeste, onde Marina pode vencer bem em Brasília, mas perderá no resto da região. Já no Nordeste, Marina pode ter uma vantagem razoável em relação ao tucano. Mas ele tem bons parceiros na Bahia e no Ceará e pode, se ela claudicar, diminuir muito a diferença. Pra que isso não aconteça, Marina tem que manter seu voto popular intacto nesses estados. E para isso terá de se diferenciar dele em questões sociais.

Essa mesma regra vale também para o Rio de Janeiro, onde a candidata do PSB tem grande vantagem sobre o tucano, mas ao mesmo tempo não tem nenhum candidato fazendo sua campanha.

Uma boa vantagem sobre Aécio no Rio será fundamental para compensar a diferença de votos que Aécio vai ter de frente sobre Marina em Minas. Aliás, em Minas, Marina tem que torcer pra que Dilma tenha uma boa votação e segure o teto de votos do tucano. Porque assim a diferença entre os dois será menor. Se Aécio conseguir deslanchar no seu estado, pode vir dali a diferença que o levará ao turno final.

Em São Paulo, onde Marina tinha grande vantagem, a diferença a seu favor virou pó. A tendência é que os três tenham algo próximo de 30% do votos válidos no estado. Mas Alckmim, se quiser, tem força pra garantir uma vitória de Aécio com uns 10 pontos de frente para Marina. Como disse, se quiser. Marina, por incrível que possa parecer, vai depender muito do governador tucano para não ter uma derrota com diferença considerável em terras bandeirantes.

Para ir para o segundo turno, Marina teria de buscar um empate, no limite, com Aécio no Sudeste. E fazer com que a sua diferença de votos no Nordeste supere a que provavelmente Aécio vai ter no Sul e no Centro Oeste.

Para tornar esse cenário realidade, Marina não pode deixar Aécio ter vida fácil no debate de hoje. E tem que fazer uma fala dirigida ao povão. Isso Aécio não sabe fazer. Ela vai tentar seduzir a classe média anti-petista e o eleitorado conservador. É disso que o PSDB entende. E é nisso que ele vai se concentrar.

Marina terá a maior prova de fogo da sua história política na noite de hoje. Se for bem, pode garantir sua ida ao segundo turno. E mesmo se vier a ser derrotada depois, terá entrado no jogo das grandes disputas. E terá capital político para articular um novo partido de massas. Se for derrotada já no primeiro turno, depois de ser tida como favorita, sai menor do que entrou. E provavelmente não conseguirá mais alçar grandes voos políticos.

Mas por que o debate é dela e não de Aécio? Porque se Marina for bem, não adianta o tucano ir bem. Ela conseguirá segurar seus votos e irá para o segundo turno. É ela quem está na frente. Simples assim.

Marcos Oliveira disse...

O Muda Mais public​ou​ análise sobre matéria de hoje de O Globo questionando declaração da Dilma de que foi ela quem mandou demitir o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa. Um factoide produzido no dia do último debate ​(coincidentemente da Rede Globo) e a três dias das eleições. Querem acuar a presidenta. Não vão conseguir. Nestas eleições, ​o PiG​ não fala sozinh​o​. E, como diz a Dilma, a verdade vai vencer a mentira.


O Globo cria factóide para confundir eleitor e prejudicar Dilma


A três dias das eleições, a edição do jornal O Globo estampa em sua capa factóide com claras intenções eleitorais: “Ata da Petrobras diz que ex-diretor renunciou”, afirma a manchete. Como o Muda Mais já mostrou aqui, ata da CPI da Petrobras no Senado comprova que a decisão da saída de Paulo Roberto Costa da estatal foi totalmente alheia a sua vontade, sendo-lhe comunicada por Edison Lobão, ministro de Minas e Energia. O Globo teve acesso não apenas à ata da CPI, como também à matéria do Muda Mais, como afirmam em nota. Mas isso não impediu o jornal de criar um factóide político no dia do último debate antes do primeiro turno das eleições, com intenção explícita de prejudicar Dilma.

Na matéria, o jornal ignora o depoimento do próprio demitido em Comissão Parlamentar de Inquérito, e deliberadamente se atém às questões formais de praxe, quando da saída de ocupantes do alto escalão governamental. Como o próprio Costa esclarece, é comum que se solicite a quem está sendo demitido a redação de uma carta de demissão pró-forma. A seleção da passagem da ata da Petrobras de 2 de maio de 2012, utilizada pelo jornal como fonte, deixa claro seu caráter formal. Em uma rápida busca pelo google, são encontrados mais de 6.600 documentos com a expressão “pelos relevantes serviços prestados no desempenho de suas funções”. Os “elogios” sublinhados pelo jornal são nada mais do que um copia-e-cola utilizado em rituais públicos de demissão de diretores. É importante lembrar que, à época da demissão de Paulo Roberto Costa, não se tinha conhecimento das graves denúncias de corrupção envolvendo seu nome e a função que exercia na Petrobras. Certamente, fosse esse o caso, tais rapapés formais não constariam da ata.

Graças ao acesso à informação e à transparência dos processos públicos, bandeiras dos governos Lula e Dilma, o assassinato do jornalismo cometido por O Globo pode ser facilmente desmascarado. A íntegra do depoimento de Paulo Roberto Costa à CPI da Petrobras está aqui (link is external), disponível para qualquer cidadão. Nela, se pode conferir que Costa foi comunicado de que seria demitido por Lobão, instado a escrever sua carta de demissão e entregá-la à presidenta da Petrobras. A decisão de demiti-lo partiu de Dilma Rousseff, como a presidenta afirmou mais de uma vez.

Talvez parte da grande imprensa se ressinta dos ~áureos~ tempos em que era possível falar sozinha, criando factóides no dia do debate final antes das eleições com vistas a enfraquecer o candidato que menor atendesse a seus interesses. Felizmente, este não é mais o caso: há cada vez mais acesso à informação e transparência, os documentos citados estão disponíveis na internet e não se pode mais calar quem quer debater.