8 de outubro de 2014

São Paulo e a definição do segundo turno

Concordo com o Renato Rovai.
É possível sim vencer as eleições independente da manutenção do quadro em São Paulo, mas exigiria um esforço redobrado em todas as regiões do país, sobretudo ainda maior ampliação nas regiões Norte e Nordeste.
Já concentrar os esforços (sem esquecer o resto do país é claro) no chamado "cinturão vermelho" que envolve a cidade de São Paulo é uma decisão primordial para garantir a vitória.
Historicamente é reduto do PT e a diferença pode sim ser diminuída. 
Leiam o artigo abaixo. Espero que o pessoal do PT e aliados também leiam.


Disputa em SP: receita para Dilma 2014 é seguir os passos de Lula 2006
Por Renato Rovai outubro 7, 2014
"Aécio teve 4 milhões de votos de frente em relação a Dilma no primeiro turno paulista. Isso significa que sua vantagem vai se manter ou aumentar no segundo turno? Evidente que não, apesar de boa parte dos analistas estarem tratando isso como fato consumado.

Em 2006, Lula perdeu por exatos 4 milhões de votos para Alckmin no primeiro turno. E no segundo diminuiu essa diferença para apenas 1 milhão. O que se viesse a acontecer de novo, significaria a derrota do tucano mineiro.

A eleição de 2006 foi diferente em vários aspectos, mas quem olhar os resultados eleitorais de São Paulo de forma mais detalhada verificará que há muito espaço para a candidatura Dilma crescer. Como este blogue havia avisado, há uma sincronia histórica entre os votos do candidato a governador e a presidente pelo PT no estado. E ela se repetiu de novo. Padilha teve 73% dos votos de Dilma, o corte histórico é 70% no máximo. Ele ficou praticamente no piso da regra, mas não fugiu a ela. Vale a pena dar uma lida no texto que publiquei aqui.

Por isso, Dilma tem uma vantagem a partir de agora no estado. É ela contra Aécio e ponto final. Não há outras candidaturas para tirar o foco da disputa. Mas Dilma tem ainda outras vantagens Por ter perdido feio na capital e em praticamente toda a grande São Paulo, sua campanha pode se concentrar nesse cinturão que é praticamente todo vermelho e que somado às grandes cidades do interior representa praticamente 2/3 do votos dos paulistas. Se ela se recuperar nesses territórios,  diminuirá a diferença.

Não será fácil transformá-la em 1 milhão de votos, como foi com Lula, mas se ficar próxima a 2 milhões ou 2,5 milhões, isso praticamente assegura sua reeleição.

Mas para que isso aconteça, Haddad tem que liderar os prefeitos da grande São Paulo e junto com Marta, Mercadante e o senador Suplicy, além do próprio Lula, construir uma nova rede com um nova pegada para o segundo turno.

Mas essa disputa no maior estado da federação será a conta gotas. Nas primeiras pesquisas, como disse no post anterior, os números podem assustar. Mas, se isso acontecer, significará muito mais um movimento de continuidade da tendência da disputa do primeiro turno do que uma realidade para o dia 26.

É em São Paulo que vai acontecer a batalha das batalhas desta eleição. Todas as outras são importantes, mas Aécio teve no estado 10 milhões dos seus quase 35 milhões de votos. Ou seja, 30% da sua votação total. Por isso, nem ele e nem Dilma vão descuidar do estado. Muito pelo contrário.

E Aécio tem um trunfo, pode anunciar que vai aprovar o fim da reeleição e com isso buscar seduzir não só Marina, como Alckmin e Serra. Pode também depois não fazê-lo, o que não seria algo surpreendente. Aécio é bom de fechar acordos e não cumpri-los. Que o diga o governador eleito de Minas Gerais, que tomou um beiço do tucano após ter feito um acordo com ele na eleição de prefeito em BH, em 2008.

PS: Antes que me acusem de desprezar o resto do Brasil, claro que Dilma pode ganhar mesmo perdendo por grande diferença em São Paulo. Mas desprezar um estado onde seu adversário teve 30% dos seus votos totais não é uma boa estratégia."

P.S. deste blog: vejam uma outra opinião (ou opinião complementar) na seção de comentários deste post.

6 comentários:

Marcos Oliveira disse...

Lições do primeiro turno
Por Miguel do Rosário em O Cafezinho

Enumero abaixo, o que considero as lições mais importantes deste primeiro turno.

1) Não acreditar em pesquisa, mesmo as favoráveis para nosso campo. É impossível ignorá-las, mas não se deve considerá-las excessivamente. Não entro no mérito de sua honestidade; mas é óbvio que não estão dando conta de captar a dinâmica da opinião dos eleitores. O Brasil ficou grande e complexo demais. Erraram para todos os lados.

Mesmo sem acreditar, não devemos esquecer que todas as pesquisas apontavam vitória de Dilma num eventual segundo turno com Aécio Neves. Num primeiro momento, o impacto do primeiro turno pode até favorecer Aécio, mas os números devem estabilizar-se ao longo das próximas semanas, num patamar parecido ao que tínhamos antes da votação.

2) Manter o sangue frio. Dilma venceu o primeiro turno com 43 milhões de votos, contra 35 milhões de Aécio e 22 milhões de Marina. Vamos fazer um cálculo rápido para ver quantos votos serão necessários para uma vitória no segundo round.

Vamos estimar que os votos válidos no segundo turno repitam os do primeiro: 104 milhões de votos. Isso quer dizer que o vencedor precisa ter, no mínimo, 52 milhões de votos. Em 2010, Dilma obteve 55 milhões de votos no segundo turno.

Dilma precisa, portanto, manter o seu eleitorado (ou seja, os 43 milhões de votos no 1º turno) e ganhar aproximadamente 9 milhões de votos para vencer as eleições. A presidenta pode encontrar esses votos sobretudo no Nordeste, no Norte, no Rio de Janeiro, em Minas, e no Rio Grande do Sul.

Aécio, por sua vez, tem de manter o seu eleitorado e ganhar 17 milhões de votos. Ele vai atrás desse voto sobretudo em São Paulo, mas não tem muito espaço no Rio ou no Nordeste, por exemplo.

É evidente que Dilma tem melhores condições de vitória. O favoritismo ainda é dela.

A presidenta elegeu uma bancada mais que duas vezes maior que a de seu adversário, tanto no Senado quanto na Câmara.

A Rede, “partido” de Marina, por sua vez, elegeu apenas 1 deputado federal, o que o torna inferior à bancada de José Maria Eymel, e do mesmo tamanho que o PRTB, de Levy Fidelix. O deputado eleito da Rede é Eliziane Gama, do Maranhão, usando a barriga de aluguel do PPS.

3) A estratégia de apontar as contradições de Marina Silva deu certo. A imprensa está cheia de entrevistas e análises tentando orientar o comportamento da militância petista. Tática para enganar trouxa. As lideranças entrevistadas, naturalmente, falam que são contra a agressividade. Tudo papo de político satisfeito com a vitória em seu estado, posando de bons moços para os jornais.

A campanha tucana e midiática nunca foi propositiva, e sempre apostou pesadamente na agressividade e na desconstrução do adversário.

As redes sociais têm de repetir a tática que deu certo com Marina: expor suas contradições, vícios e defeitos.

Marcos Oliveira disse...

4) Com a decisão de Marina Silva de apoiar Aécio Neves, ela completa o ciclo da traição. Há alguns meses, ela se recusava sequer a partilhar o mesmo palanque que o PSDB, e agora vai apoiar a sua vitória?

5) O papo de divisão entre Norte e Sul é balela. Dilma obteve uma votação extraordinária nas regiões Sul e Sudeste. Ganhou no Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo que, neste último, o seu partido conquistou o governo do estado. Dilma também ganhou no Rio Grande do Sul.

A eleição para governador, com a vitória de Beto Richa e Alckmin no primeiro turno, envolveu muito o eleitor. Esse fator pesará menos no segundo turno presidencial.

Dilma obteve 20 milhões de votos no Sudeste, contra 25 milhões de Aécio. A vantagem tucana concentrou-se sobretudo em São Paulo, onde teve 4 milhões de votos a mais que Dilma, e Paraná, onde registrou vantagem de 1 milhão de votos.

6) A polarização social do eleitorado também não é absoluta. As pesquisas de intenção de voto falharam gravemente em alguns estados, mas a sua estrutura interna não pode ter fugido muito à realidade. E elas apontavam Dilma superando Marina em todas as faixas de renda. Aécio ganhava apenas entre famílias com renda superior a 10 salários.

Há uma classe média numerosa que vota em Dilma, ou que pode vir a votar na presidenta. A aprovação maciça ao programa Mais Médicos revela que a maioria do povo brasileiro, inclusive classe média, não embarca no sensacionalismo ideológico da extrema direita.

7) A presidenta ganhou na maioria das cidades: 3.648. Aécio venceu em 1.821 cidades. Marina, apenas em 99 municípios. Está cada vez mais evidente que houve uma virada pouco antes do primeiro turno, com a eleição se polarizando entre Dilma e Aécio.

http://www.ocafezinho.com/2014/10/07/licoes-do-primeiro-turno/

Miguel do Rosário disse...

Os perigos que nos rondam

Por Miguel do Rosário, postado em outubro 8th, 2014

Latifundiários, banqueiros, racistas, homofóbicos, defensores da ditadura, sociopatas e ultrarreacionários em geral, estão se alinhando em apoio a Aécio Neves.

Ronaldo Caiado, Malafaia, Pastor Everaldo, Bolsonaro, para citar apenas alguns nomes.

Uma linda união contra uma sociedade mais esclarecida, mais justa e mais igualitária.

A bancada sindical sofre uma redução substancial, de 86 para 43 deputados.

Eleger Dilma será a única maneira de evitar um violento retrocesso social e político.

Quando eu cito os reacionários que apoiam Aécio, não estamos falando aqui sequer de apoios apenas com vistas ao poder.

Aécio tem poucas chances de ganhar. Ele tem de manter o seu eleitorado intacto, o que é difícil, pois seu eleitor é muito mais volátil que o de Dilma, e obter mais 17 milhões de votos.

Dilma tem um eleitorado mais firme, e precisa de 9 milhões de votos.

Um estudo publicado hoje dá ao tucano 28% de chances de vencer as eleições.

As alianças dos reacionários com Aécio Neves são todas “programáticas”.

Se Aécio vencer, assistiremos não apenas a vitória dessas figuras nefastas, como teremos um país com uma imprensa “amiga”, a blindar todos os escândalos do governo.

Já está batendo saudades do pragmatismo…

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P.H.A. no Conversa Afiada disse...

Contadora destrói
bala de prata do Aécio

O PT vai agasalhar mais essa ?

migo navegante envia trechos de depoimento da contadora do doleiro Youssef, aquele que só lava dinheiro de aliados da Dilma, nessa quarta-feira (8/10), no Congresso:

Meire Poza: “Eu não disse o que Veja colocou. Não disse que Youssef tinha ascendência sobre prefeituras do PT”.
O tesoureiro do PT, João Vaccari, seria o “operador” do esquema ?
Ela disse não ter informação sobre isso.
A capa da Veja dizia: “Eram malas e malas de dinheiro”.
“Isto é a Veja, não é o que eu disse”.
A Veja disse que “Meire Poza viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras, sendo embarcadas em aviões e entregues às mãos de políticos”.
“Não é o meu depoimento. Isso é a Veja”, ela disse.

NAVALHA:
Vamos falar de corrupção, Aécio ?, perguntou o Lula.

Depois do jatinho sem dono, o PT vai agasalhar mais essa ?

Os Correios vão processar o Aécio …

E o PT …

Como diz o professor Wanderley, o PT foi o que prendeu a roda da Dilma.

Paulo Henrique Amorim

Anônimo disse...

Não me abalo, perdeu porque não teve musa na sexta, o editor estava ocupado...

Marcos Oliveira disse...

Sacanagem...