14 de setembro de 2009

Redução do PIB com adaptação ao aquecimento global - BBC BRASIL


Países podem perder 19% do PIB em adaptação ao aquecimento, diz estudo

Eric Brücher Camara
Da BBC Brasil em Londres


Entre os países em que os impactos foram estudados está a Tanzânia
As mudanças climáticas podem abocanhar até 19% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países afetados por calamidades meteorológicas no ano de 2030, de acordo com um estudo patrocinado pelas Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira.

O relatório Modelando um Desenvolvimento Resistente ao Clima do Grupo de Trabalho para a Economia de Adaptação ao Clima, que reúne diversas instituições e tem financiamento da ONU, afirma que entre 40% e 68% das perdas econômicas previstas podem ser evitadas aplicando-se imediatamente medidas de adaptação já existentes.

O documento apresenta ainda uma metodologia para calcular o custo da adaptação em qualquer país, que foi aplicada aos casos da China, Estados Unidos, Guiana, Mali, Grã-Bretanha, Samoa, Índia, e Tanzânia.

Clique Leia mais na BBC Brasil:Clique Chuvas e enchentes trazem alerta de mudança climática

"Os países precisam planejar a sua adaptação com muito mais rigor, objetividade e urgência do que foi feito até aqui", afirma o economista britânico Nicholas Stern no prefácio do estudo.

"Devemos às populações mais vulneráveis do planeta reunir o melhor apoio possível para reforçar a sua capacidade de adaptação."

Entre as soluções "boas, bonitas e baratas" para adaptação às mudanças climáticas propostas no documento de 147 páginas estão melhorias no sistema de drenagem e escoamento de águas, a construção de barreiras para o mar e regulamentações mais rígidas para construções.

Entre os países estudados pelo grupo de trabalho, o mais afetado pelo aquecimento global seria a Guiana, que perderia 19% do seu PIB anual em 2030 para enfrentar as graves consequências de enchentes.

Mau tempo à vista

Já o Estado americano da Flórida, vulnerável a furacões e tempestades, perderia 10% do seu PIB por causa do mau tempo em 2030.

De acordo com o relatório, o aumento na atividade de furacões e tempestades deverá aumentar as despesas com este tipo de problemas em cerca de US$ 33 bilhões por ano em 2030.

O grupo de trabalho que produziu o documento é composto pela ONU, pela seguradora Swiss Re, pela consultoria McKinsey & Company, pela rede ambiental ClimateWorks, pela Comissão Europeia, pela Fundação Rockefeller, e pelo banco Standard Chartered.

SAIBA MAIS

Nenhum comentário: