10 de julho de 2010

O Arraiá

Como já foi dito aqui, nos últimos meses o titular do Blog Luiz Felipe Muniz tem se dedicado a demandas de interesse nacional e por causa disso este colaborador tem tentado comple mentar de forma meio precária a parcial ausência do referido articulista.
Mas esta semana ele, junto com alguns amigos, teve a oportunidade de se dedicar a uma outra história bem diferente: a luta pela manutenção de uma tradição familiar e - por que não - uma tradição bem brasileira.
Em palavras mais claras, trata-se da preparação de um típico "arraiá na roça", uma festa junina (julhina, melhor dizendo) com direito a todos os elementos culturais e festivos da comemoração como igrejinha, casamento, fogueira, sanfoneiro, comidas típicas, dança, etc.
É o "Arraiá do Tio Felipe" que acontece em sitio do interior do município e que atrai familiares e amigos há muitos anos.
Uma celebração às coisas simples, uma confraternização que une todos, enfim momentos de alegria em torno de um tema bem brasileiro.
Deve dar um trabalho danado montar e depois desmontar tudo (confesso que eu não pude ajudar na preparação), mas com certeza o resultado positivo faz com que sempre valha a pena.
Parabéns e vamos lá: o arraiá é hoje pessoá!

Música: "Festa na Roça"
Músico: Mario Zan

O texto a seguir é uma explicação sobre a história da tradição, de autoria da Prof. Rosa Viragh

Origem da Festa Junina
Existem duas explicações para o termo festa junina. A primeira explica que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que está festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha.
Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
Festas Juninas no Nordeste
Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.
Comidas típicas
Como o mês de junho é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.
Tradições
As tradições fazem parte das comemorações. O mês de junho é marcado pelas fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas. Os balões também compõem este cenário, embora cada vez mais raros em função das leis que proíbem esta prática, em função dos riscos de incêndio que representam.
No Nordeste, ainda é muito comum a formação dos grupos festeiros. Estes grupos ficam andando e cantando pelas ruas das cidades. Vão passando pelas casas, onde os moradores deixam nas janelas e portas uma grande quantidade de comidas e bebidas para serem degustadas pelos festeiros.
Já na região Sudeste são tradicionais a realização de quermesses. Estas festas populares são realizadas por igrejas, colégios, sindicatos e empresas. Possuem barraquinhas com comidas típicas e jogos para animar os visitantes. A dança da quadrilha, geralmente ocorre durante toda a quermesse.
Como Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro, são comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar. No dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o pãozinho de Santo Antônio. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca ocorra a falta. As mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão.

4 comentários:

Josi disse...

Ei! Todos os leitores do blog estão convidados? Onde é???
Quero ir também!

O SANFONEIRO disse...

...E EU TAMBÉM!

Ryan disse...

E aí Felipe e Marcos, a festa foi boa?
Hoje tem decisão.
Vou torcer pra Espanha.
Abraço e bom domingo.

Marcos Oliveira disse...

Pessoal, obrigado pelo interesse pelo post e pela festa relatada.
Não dá pra convidar todo mundo... O "Tio Felipe" não tem como bancar. Rs.
A festa foi muito legal, embora tenha surgido uma chuvinha que não serviu para ajudar.
Como eu tinha que encarar uma BR para retornar de madrugada, tive que 'maneirar'. Rs.
Ryan, deu Espanha mesmo. O polvo estava certo.
Vou montar um aquário para mim e entrar no ramo lucrativo das previsões, com a ajuda desses seres aquáticos!
Abraços.