6 de julho de 2010

Um Vazamento de 50 Anos

Recebi através de e-mail parte do artigo abaixo e não acreditei muito.
Aí fui conferir. Pesquisei em diversos locais da Internet e busquei imagens da região do Delta do Rio Niger, Nigéria, sudoeste africano.
Infelizmente é tudo verdade.
A matéria foi publicada originalmente no New York Times e traduzida e veiculada no site do "Estadão" aqui no Brasil.
A Nigéria é uma grande produtora de petróleo e estima-se que do que ela produz, cerca de 40 milhões de litros vazam por ano, sobretudo no pântanos e mangues do Delta do Niger.
Consegui algumas fotos da região. Vejam depois da matéria (que reproduzo apenas parcialmente).

Petróleo vaza há 50 anos na Nigéria
Volume de óleo que polui as águas do Delta do Níger equivale a um navio Exxon Valdez por ano
NY TIMES
BODO, NIGÉRIA
"Grandes vazamentos de petróleo não são novidade na Nigéria. O Delta do Níger, onde a riqueza em baixo da terra é desproporcional à pobreza na superfície, é submetido, há 50 anos, ao equivalente a um derramamento do navio Exxon Valdez (de 41 milhões de litros, ocorrido no Alasca, em 1989) ao ano, segundo estimativas. O petróleo vaza quase todas as semanas, e alguns pântanos há muito tempo não têm mais vida. É provável que nenhum outro lugar da Terra tenha sido tão castigado pelo petróleo, e os habitantes estão impressionados com a atenção constante que é dada ao vazamento do Golfo do México. Há poucas semanas, um duto da Royal Dutch Shell que havia estourado nos mangues foi fechado após vazar por dois meses: agora, não há um ser vivo em um mundo preto e marrom outrora povoado por camarões e caranguejos. Não muito longe dali, há petróleo no Riacho Gio, de um vazamento de abril. Em Akwa Ibom, o vazamento de um duto da Exxon Mobil durou semanas. Os vazamentos são causados por dutos enferrujados, nunca fiscalizados em razão de regulamentação ineficiente ou criminosa e afetados por manutenção deficiente e sabotagens. Apesar da maré negra, os protestos não são frequentes - no mês passado, os soldados que guardam um local da Exxon Mobil espancaram mulheres que realizavam uma manifestação. "Não temos a imprensa internacional para cobrir o que acontece aqui, então ninguém se preocupa", lamenta Emman Mbong, de Eket. As crianças nadam no estuário poluído, os pescadores levam seus barcos cada vez mais longe e as mulheres do mercado andam com esforço entre os riachos de petróleo. "O petróleo da Shell está no meu corpo", afirmou Hannah Baage. O fato de o desastre do golfo paralisar um país e um presidente que tanto admiram é motivo de espanto para as pessoas daqui. "O presidente Obama está preocupado com aquele vazamento", comentou Claytus Kanyie, funcionário da prefeitura. "Ninguém está preocupado com este aqui." Ao longe, saía fumaça de um lugar onde, segundo Kanyie, funciona uma refinaria ilegal operada por ladrões de petróleo e protegida, ao que se fala, pelas forças de segurança nigerianas. Antes dos vazamentos, disse Kanyie, as mulheres de Bodo ganhavam a vida catando moluscos e mariscos nos pântanos. Nada menos que 2 bilhões de litros vazaram no Delta do Níger nos últimos 50 anos ou cerca de 41 milhões ao ano, concluíram especialistas em relatório de 2006. Portanto, as pessoas daqui olham com compaixão a situação no golfo. "Sentimos muito por eles, mas é o que acontece aqui há 50 anos", disse Mbong."

Leiam o restante da matéria clicando aqui.

Algumas fotos da região:


3 comentários:

João Carlos Gomes disse...

Absurdo.
É nessa hora que vemos a distância ainda existente entre "o mundo "desenvolvido" e os países pobres e esquecidos.
Só que esse não é um problema da Nigéria, é do planeta, da mesma forma que o vazamento do Golfo do México.
Parabéns ao Blog por abordar esse tema que eu já tinha ouvido falar mas não sabia dos detalhes.

Anônimo disse...

A África é esquecida. Depois da Copa ninguém vai falar mais. Aliás poderiam aproveitar e divulgar isso de uma forma mais forte agora.

Anônimo disse...

Inacreditável...