É um pouco grande, mas quem tiver tempo e interesse no tema, pode valer a pena.
Para se ter uma idéia, reproduzo o trecho final, logo abaixo.
O nome do treinamento? "Curso Básico de Jornalismo Manipulativo".
Para quem se interessou, bom curso.
Só não sei se tem certificado de conclusão no final.
"Os últimos anos presenciaram a mais tresloucada aventura do jornalismo manipulativo em nosso país. Premida pela internet, pelo prestígio decrescente e pela perda de poder político, a Grande Mídia, na figura de seus donos e de seus contratados, jogou todas as cartas na tentativa de manter ou colocar em altos postos alguns representantes-chave para o sucesso de suas jogadas políticas e comerciais."
Jogou e perdeu.
"Muito se comentará, no futuro, sobre o último-prego-no-caixão da Grande Mídia, batido por aquele que parecia tão fácil de vencer. Muito se comentará sobre o Fator Lula.
Quanto a nós, responsáveis que fomos por coletar e divulgar as principais técnicas utilizadas pelos expoentes da manipulação jornalística, fizemos o nosso trabalho.
Os princípios e as técnicas expostos no “Curso Básico de Jornalismo Manipulativo” são imortais. O que varia é a competência na sua aplicação. E, convenhamos, esta geração de manipuladores da opinião pública talvez seja a pior de todas na história do nosso país.
Há um outro lado, também: de nada adiantaria uma aplicação criativa e eficiente dessas técnicas se os seus beneficiários não tivessem a competência política necessária para apresentar a mesma criatividade e a mesma eficiência em seu trabalho cotidiano, na administração da coisa pública e no oferecimento de benefícios (além do pão e do circo) à população.
Se esse descompasso acontece, agora falando numa linguagem popular, a turma de cá se “queima” ante seus leitores, e a turma de lá recebe uma “banana” dos eleitores.
E quando os dois problemas (incompetência dos manipuladores e também dos políticos) se unem, temos o pior dos mundos. Este.
Antigamente era mais fácil. No tempo em que o Governo, a mídia e as classes dominantes tinham controle total das informações difundidas na sociedade, esse controle era o meio utilizado para determinar os processos sociais. A população, a chamada opinião pública, não tinha voz nem vez: não era publicada nem conseguia fazer valer suas necessidades. O processo político, com sua ilusória representatividade popular, canalizava matreiramente as esperanças dos excluídos do poder.
O final desse período histórico será identificado, pelos futuros historiadores, com o Governo FHC. Com a internet ainda engatinhando no Brasil, Governo, mídia e classes dominantes atuaram em harmonia para garantir a satisfação de seus interesses sobre as necessidades da maioria da população brasileira.
Agora, tudo mudou. Já não é mais possível negar que as necessidades, posições e interesses do grupo majoritário da população divergem em muito das necessidades, posições e interesses dos que se consideram donos da sociedade. E os excluídos agora têm vez. E falam alto. E exigem. Para complicar, surgiu o Fator Lula, fazendo o Governo pender para o “outro lado”, além de rachar a unidade das classes dominantes.
Só a Grande Mídia permaneceu unida, desesperadamente unida na defesa de seus interesses, cada vez mais óbvios e obviamente reprováveis.
E agora?
De que adianta elaborar durante semanas um factóide “perfeito” para vê-lo, no mesmo dia, desmontado em dezenas de blogs do “outro lado”?
De que adianta criar um ícone destrutivo genial para vê-lo, no mesmo dia, manipulado visualmente e transformado em símbolo de luta e orgulho para o mesmo “outro lado”?
De que adianta enfileirar, num artigo incisivo, falácias e argumentos capciosos, que antes flanavam durante semanas na mente do público, para vê-los ridicularizados num post de blogueiro antes desconhecido?
De que adianta divulgar “dossiês” repletos de denúncias para ver sua fonte desacreditada por uma mera pesquisa no Google e denunciada em tweets incontroláveis?
Estes últimos anos de desespero deixaram uma trilha de reputações notáveis destruídas, de organizações manchadas por intenções questionáveis e, até mesmo, de institutos de pesquisas suspeitos de manipulação flagrante de dados. A que ponto chegou o desespero.
E para quê?
De que adiantaram as já históricas entrevistas dos candidatos a presidente no “Jornal Nacional”, por exemplo? Para criar mais um momento histórico que será lembrado para sempre – pelo “outro lado”.
Técnicas que funcionavam à perfeição, hoje parecem ter um aviso “mifu” estampado na testa (com o perdão da linguagem popular)."
Endereço do Curso (é grátis): Curso Básico
3 comentários:
Show! Adorei! Mais tarde vou saborear com calma cada etapa, cada link desse curso básico.
Valeu!
Bom dia! Boa semana, Marcos.
Muito bom!
É um retrato do que é a grande mídia hoje e que já está sendo chamada de "velha mídia".
Está com dias contados, sobretudo por causa da Internet. Tem tido seguidas derrotas.
As vitórias de Lula no Brasil e Obama nos EUA foram influenciadas pelo contraponto feito pela nova mídia: os Blogs!
Abraço.
Uma das melhores indicações já feitas pelo blog. Fantástico. E olha que eles existiam desde janeiro, mas eu nunca tinha ouvido falar.
Valeu!!!!!
Postar um comentário