9 de setembro de 2010

Indicação de Livro: Porque homens e mulheres traem?

Vez por outra o blog recebe uma sugestões de seus quase 7 leitores mais ou menos assíduos.

E desta vez foi de uma obra que eu ainda não tive a oportunidade de conhecer de perto, mas que há sinais fortes de que valerá a pena ganhar um tempo na leitura, vejam aí!

 Inclui as listas dos “Motivos para a infidelidade feminina” e “Motivos para a infidelidade masculina”


“Mirian Goldenberg faz uma brilhante análise da cultura das relações amorosas entre brasileiros e brasileiras das camadas médias urbanas. O livro Por que homens e mulheres traem? é uma contribuição extremamente original para a questão da fidelidade e da infidelidade masculina e feminina.”

Thomas Leithäuser, Universidade de Bremen, trecho da Apresentação:

Não é por acaso que a antropóloga Mirian Goldenberg introduz e conclui seu livro com referências sobre a vida e a obra de Simone de Beauvoir. Por que homens e mulheres traem? pode ser lido como uma colaboração atual a O segundo sexo, o mais importante livro da escritora francesa. Mirian inventa seu próprio estilo de fazer antropologia, e ao trabalhar com um tema tão complexo quanto a infidelidade conjugal, desenvolve uma percepção atenta, criativa e delicada para as contradições entre os comportamentos efetivos e os discursos de seus pesquisados. A autora entrevistou em profundidade pessoas de várias classes, com centenas de questionários, analisou matérias de jornais e revistas, assistiu filmes, leu romances e inúmeros livros sobre traição e escolheu uma das entrevistadas, Mônica, para dar voz ao seu texto. A escrita sedutora de Mirian faz uma radiografia da vida sexual do brasileiro e instiga o leitor a uma cuidadosa reflexão.

9 comentários:

Marcos Oliveira disse...

Luiz Felipe, parece ser uma ótima indicação.
Como é autora mulher e como a base parece ter sido o clássico "O Segundo Sexo" de Simone de Beauvoir, obviamente o livro deve ter uma visão bem feminina da questão.
O que é natural pois - como quase tudo - na mulher a complexidade é maior (isso não é machismo, pelo contrário) daí que uma visão masculina (por mais científica que fosse) poderia cair em erros baseados na (teoricamente) mais "simples de se analisar" infidelidade masculina.
Aliás, esse tema se cair em uma "visão antropológica científica", vai ser falho. É no campo das emoções individuais que está a questão. Dificil de generalizar, mas a ciência (e os escritores)até que tentam...
Sobre a Simone de Beauvoir, uma blogueira disse: "Simone de Beauvoir acreditava que não são os indivíduos que são responsáveis pelo malogro do casamento: mas a própria instituição , pervertida desde a origem. Declarar que um homem e uma mulher devem bastar-se de todas as maneiras e durante toda a vida é uma monstruosidade que engendra hipocrisia, mentira e infelicidade. Ela apostava em casais equilibrados em que as noções de vitória e derrota dariam lugar a uma idéia de reciprocidade. Acho que ela quis dizer liberdade recíproca. Concordo totalmente com a inspiradora deste blog. Acrescento que exigir do parceiro(a) exclusividade e controle dos desejos sexuais e sentimentais é demonstração de egoísmo e não de amor." (http://marussiaguedes.blogspot.com/)

Rossana disse...

Muito boa a indicação e ótimo o comentário acima. É isso aí!

Luiz Felipe Muniz disse...

Marquinhos, esta blogueira que vc citou, resumiu muito bem a questão...eu só acrescentaria o fato de que os machos de nossa espécie - talvez até mesmo por conta dos destinos naturais e evolutivos da própria espécie homo-sapiens/demens, como diz Morin - são seres pouco afinados com a Terra, são buscadores aéreos de conquistas do universo afora (a história da humanidade é rica nesta matéria de deuses), são seres mais afeitos ao duro castigo da razão como um mal em si...talvez erradamente achando ele, o macho, que os rumos e a proteção do futuro se dará sempre por suas visões e ações...o sexo aqui para eles é apenas um desdobre de sua afirmação neste mundo de sonhos e conquistas...
Enquanto isso, são as fêmeas que tem com a Terra uma profunda interação, são elas que derramam, ocultas e permanentemente, partes de si, sangrando na rotina dos tempos, no espaço terreno, como um canal eterno de diálogo universal...mas não são só isso...para além disso, geram, cuidam, amamentam como mamíferas poderosas que são...
Aos machos resta o papel de contempladores da beleza fundamental de toda a vida nas mãos das fêmeas de nossa magnífica espécie, sapiens/demens!

Infelizmente, meu grande amigo, a hiper-complexidade feminina está diante de uma grande encruzilhada: elas esqueceram boa parte de suas próprias dimensões e com isso estamos todos fadados à perdição, pois no gozo não bastam as formas, mas as mentes e as almas entrelaçadas!

Josi disse...

Marcos, pelo que entendi do seu comentário, você considera a questão feminina, da mesma forma que o Luiz Felipe, mas não leva muita fé em livros como esse, é isso mesmo?
Bjs.

Dacia Oliveira disse...

Bastante interessante os comentários escritos pelo Marcos Oliveira e Luis Felipe Muniz.É um tema bastante complexo de se tratar.bjs.

Marcos Oliveira disse...

Rossana, Josi e Dácia (esposa) obrigado pelos comentários feitos sobre o post do Luiz Felipe Muniz (e complementado aqui pelo próprio)
Respondendo à pergunta da Josi sobre o livro (que eu não li):
Quando me referi à condiçõe desse tema ter uma abordagem falha se cair em uma "visão antropológica científica" e ainda sobre o fato estar no campo das emoções individuais e por isso de dificil generalização, estava tentando dizer que pelo menos eu não me vejo 100% retratado nesses livros tipo "Homens são de Marte e Mulheres são de Vênus" (é isso mesmo ou é o contrário? Ou um dos dois são da(e) Lua?).
Pode ser que muitos se vejam totalmente ou parcialmente retratados em um mesmo perfil psicológico de homem ou mulher, mas - como diria Raul Seixas - cada pessoa é um universo. E, nesse contexto, ele mesmo diria: "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante".
Assim, embora qualquer estudo científico leve em conta uma média ou estudos envolvendo um número determinado de indivíduos, cada fato não poderá ser retratado como uma "tendência de comportamento" por se tratar de homem ou mulher.
O perfil psicológico é complexo. A história individual é única. Além de considerar isso a de se ver que o momento pessoal e histórico é que poderão determinar ações e não um "porque" pré-determinado (escrevi certo isso?).
Mas é fato que, desde Freud, o mapeamento de comportamentos tende a ser feito. O problema é: até onde esse mapeamento é uma realidade ou, ao contrário, influencia a realidade?
No mais, é fato também que esses livros vendem muito. Acho que vou escrever um... Tô precisando de 'grana'!

M.D.S. disse...

Marquinho, vc só está respondendo a algumas perguntas. Cadê seus posts de música, musas, arte, crônicas, etc.?
Não dá para o Luiz Felipe ficar sozinho nessa. Vc faz parte da atmosfera legal do blog. Vc não postou nada nem ontem nem hoje!

Anônimo disse...

Aí Marquinho. Escreve mesmo. Esses livros não servem para nada a não ser para as editoras faturarem.
Todo mundo é infiel ou tende a ser. Como disse o Nelson Rodrigues, só os anormais não traem!
Estou no terceiro casamento e acho que mais uma vez to sendo traido. Mas eu não fica atrás não. Fico na frente também. Rárárarárá........

Marcos Oliveira disse...

OK, já voltei. E não falo mais sobre esse assunto.