16 de janeiro de 2011

Algo ainda a dizer? (1)

Sim. Sempre tem.

As pertinentes colocações que o Luiz Felipe Muniz tem feito aqui no Blog sobre a tragédia da Região Serrana Fluminense são de uma pessoa com um longo conhecimento de causa.

Em fim dos anos 70 ele foi um dos fundadores do Centro Norte-Fluminense Para Conservação da Natureza.

Foi portanto um daqueles pioneiros que apontam direções, chamam a atenção para fatos que passam despercebidos da média.

Cito isso porque o movimento ecológico começou a despontar de uma maneira mais clara no início daquela década. Fazem, portanto, mais de 40 anos.

Só muito recentemente é que a ciência e a grande mídia começaram a se render ao que os ambientalistas já estavam cansados de lutar, muitas vezes sendo chamados de “ecochatos”.

A tragédia da região serrana fluminense deve ser vista sobretudo por esse ângulo: a de que o clima está mudando rápido demais. Mas ao invés do típico “não falei?” cabe uma mudança de postura urgente, em todos os níveis.

Ok. Condições adversas sempre existiram, tragédias do clima acompanham a história humana inclusive em épocas que não se poderia falar de aquecimento global provocado pelo homem.

Mas se é fato que ondas cíclicas de mudanças climáticas seguem o seu rumo, independente da ação humana, devemos então ficar mais atentos ainda com relação a esses comportamentos para não piorar as coisas nesse equilíbrio precário.

Questão de sobrevivência.

Não é caso desses últimos séculos, sobretudo XX e XXI.

Se estamos atrasados em, no mínimo, 40 anos, precisamos recuperar o tempo perdido. Para nossos filhos e netos.

Além dessa visão mais importante, são urgentes as medidas de proteção necessárias às populações menos protegidas: habitantes de encostas, beira de rios, fundos de vales, muito próximas ao mar, em áreas sem escoamento, etc.

Aos mais protegidos (existe alguém?) resta buscar uma adaptação aos novos tempos que se anunciam.

Pelo caminhar das coisas eu esperava essas mudanças para daqui a um século. Infelizmente errei. A cada ano me pergunto: onde será a tragédia dessa vez?

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