14 de setembro de 2012

No silêncio da imprensa até o Veríssimo quer saber do Mensalão Mineiro...é Vero!

 
No espetáculo entorpecedor das cenas midiáticas do STF, naquilo que ficou conhecido como o Julgamento do "Mensalão do PT", eis que surge uma voz dentre eles a perdir, a sussurrar por sentidos sem ilusão! Uma voz elegante pela natureza da origem, mas talvez por vergonha ela surja, por repulsa oculta aos excessos habituais da mídia no Brasil, por obséquio aos brutamontes da mídia de massa, cujos veículos lhe servem tão bem, porém dominados pelos mervais, pelos noblat's e pelas mirian's, a negar, a esconder, a falciar a verdade dos fatos, a origem das tramas...

É vero, Veríssimo! O berço não lhe permite ser mais direto, um pouco mais saciante, não sei se com uma boa dose de obtusidade ficasse melhor dito, mas enfim...este é o Veríssimo... a elegância sempre lhe foi uma marca registrada e sempre lhe abriu mundos, e por isso, ou, também por isso utilizar-se das malandragens da musicalidade para fragilizar um pouco os ritos, ahh, essa é sempre uma boa saída aos atormentados pela placidez em meio a covardia dos tempos atuais! O fato é que tocar em melodia tão fartamente rabiscada pela extrema direita brasileira e pelos "amigos" editores, destes mesmos veículos que lhes são comuns, sem criar notas frias, fora do tom, ou arranjos inaudíveis em orquestra afinada pelos mesmos mervais, noblat's e mirian's, é uma baubúrdia indigeste para poucos, nauseante, fala a verdade?!

  
"O grande silêncio
13 de setembro de 2012 | 3h 13
Luis Fernando Verissimo - O Estado de S.Paulo
É sempre bom investigar a origem dos fatos e das palavras. Você pode descobrir coisas surpreendentes. Por exemplo: o final abrupto de uma frase de jazz moderno, vocalizado, soava algo como "be-ree-bop". É daí que vem o nome do novo estilo de tocar jazz, "bop". O "biribop" foi usado numa música brasileira que falava da influência do novo jazz no samba - "eba biribop", lembra? - e não demorou para que o "biribop" do samba se transformasse em "biriba" e acabasse sendo o nome do cachorro mascote do Botafogo, segundo alguns um dos maiores responsáveis pela boa fase do time na época - e nome de um jogo de cartas. Hoje quem joga biriba (ainda se joga biriba?) não desconfia que tudo começou nos clubes de Nova York onde alguns músicos faziam uma revolução que não tinha nada a ver com o baralho.
A procura de origens pode levar por caminhos errados, é verdade. Ainda no campo da música: quando a Bossa Nova começou a ser tocada nos Estados Unidos uma das curiosidades dos nativos era o significado do termo "bossa". Quem procurou num dicionário leu que "bossa" era a protuberância nas costas de um corcunda, não podia estar certo. Aí alguém se lembrou de um LP gravado pelo guitarrista Laurindo de Almeida nos Estados Unidos anos antes, junto com três americanos, uma saxofonista, uma baterista e um contrabaixista, que incluía ritmos brasileiros. E surgiu a teoria que o disco do Laurindo de Almeida teria sido muito ouvido no Brasil e a marcação do baixo nos sambas muito impressionara os músicos locais. Claro, "bossa" era uma corruptela de "bass", contrabaixo em inglês. Tudo esclarecido. (Não foi a única injustiça que fizeram com o João Gilberto, o verdadeiro criador da batida da bossa. Ainda inventaram que ele roubara o jeito de cantar do Chet Baker.)
Mas tudo isto, acredite ou não, tem a ver com o mensalão. Ouvi dizer que a origem do esquema que está sendo condenado no Supremo é uma eleição em Minas que envolveu alguns dos mesmos personagens de agora, só que o partido favorecido foi o PSDB. Se a origem é esta mesmo, ou - como no caso da origem da bossa nova - há um mal-entendido, não sei. Mas não deixa de surpreender a absoluta falta de curiosidade, da grande imprensa inclusive, sobre esta suposta raiz de tudo. Só o que há a respeito é um grande silêncio. O barulho com o esquema precursor mineiro ainda está por vir ou o silêncio continuará até o esquecimento? É sempre bom investigar a origem dos fatos e das palavras. Inclusive porque dá boas histórias."

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6 comentários:

Jefferson disse...

Muito bons comentários Luiz Felipe. E o Veríssimo é sempre muito bom!
Abraço.

Marcos Oliveira disse...

Genial, Luiz Felipe e Jefferson.
No artigo todo o Veríssimo deu uma lição de história de música popular (Jazz e Bossa-Nova) e no último parágrafo deu o ótimo recado político que queria dar. Sutilmente.
Ótimas as suas considerações, Felipe. E excelente artigo selecionado para o blog.
Abraços.

Anônimo disse...

Da Carta Maior, o maior absurdo do julgamento do mensalão:

Indício e presunção como meio de prova

"Antes, indício era um meio de prova de valor menor. Agora, ao lado do uso das presunções, foi utilizado como meio de prova suficiente para a condenação penal. A defesa desta tese foi enfatizada pelo ex-ministro Cezar Peluso, no último voto que proferiu antes da sua aposentadoria. Para ele, não há hierarquia entre as chamadas provas diretas e o indício. “O sistema processual, não só o processual penal, assevera que a eficácia do indício é a mesma da prova direta ou histórico-representativa”, disse."

Marques de Sade disse...

Cade a musa da semana?????

Luiz Felipe Muniz disse...

Marques, o Marquinhos na pesquisa não encontrou ninguém no padrão do Blog para semana!! É mole?

Marquês disse...

É, o blog é mesmo de alto nível. Aguardemos a próxima semana Luiz Felipe.