10 de dezembro de 2010

Afinal, quem é ele?

Nosso blog desde o primeiro momento se posicionou a favor de Julian Assange e do WikiLeaks.
Não é novidade.
Ainda quando o Blog estava em outro endereço (UOL), no início de 2009, fizemos artigo sobre o site "secreto", até então pouco conhecido da maioria das pessoas.
Neste post trazemos uma biografia resumida de Julian Assange que pescamos na Wikipedia.
É só para reafirmar que não se trata de um sujeito qualquer, querendo aparecer.
Ele tem história e é respeitado nos meios éticos, tanto que ganhou prêmios internacionais, mesmo pesando em suas costas a fama de "hacker" (para mim, do bem) e de responder a inúmeros processos.

Julian Paul Assange (Townsville, 3 de julho de 1971) é um jornalista e ciberativista australiano. É um dos nove membros do conselho consultivo do Wikileaks, um wiki de denúncias e vazamento de informações. É também o principal porta-voz do website.

Assange estudou matemática e física, foi programador e hacker, antes de se tornar porta-voz e editor chefe do Wikileaks. Fundou o WikiLeaks em 2006 e atua em seu conselho consultivo. Esteve envolvido na publicações de documentos sobre execuções extrajudiciais no Quênia, e isso lhe garantiu o prêmio Amnesty International Media Award de 2009. Também publicou documentos sobre resíduos tóxicos na África, procedimentos do Guantánamo, e outros.[1] Em 2010, ele publicou detalhes sobre o envolvimento dos Estados Unidos nas guerras do Afeganistão e Iraque. E então em 28 de novembro do mesmo ano o Wikileaks e seus cinco parceiros de mídia, El País, Le Monde, Der Spiegel, The Guardian e The New York Times, começaram a publicar os cabos secretos da diplomacia dos EUA.[2] Por seu trabalho no Wikileaks ganhou outros prêmios, como o Sam Adams Award de 2010 e o Index on Censorship do The Economist em 2008.

Em 2010, após o vazamento da vasta massa de documentos sobre possíveis crimes de guerra cometidos na Guerra do Afeganistão e na Guerra do Iraque pelo exército americano, sua fama cresceu. Recentemente Assange perdeu a cidadania sueca e está à procura de um país que o receba. Tornou-se uma espécie de "apátrida ideológico". Em 30 de novembro, foi acusado de estupro e abuso sexual na Suécia; a Interpol o colocou em sua lista de procurados; capturado e preso em Londres em 7 de dezembro pela Polícia Metropolitana, negou as acusações contra ele.

Primeiros anos

Família e infância

Nasceu em Townsville, Queensland, e passou grande parte de sua juventude vivendo em Magnetic Island.[4] Seus pais trabalhavam numa companhia de teatro itinerante. Em 1979, sua mãe, Christine,[5] casou; seu marido era músico e fazia parte do grupo New Age conduzido por Anne Hamilton-Byrne. O casal teve um filho, mas se separaram em 1982 e travaram uma disputa pela custódia do meio irmão de Assange. Sua mãe, então, levou os dois filhos para esconderijos pelos próximos cinco anos. Assange mudou várias vezes de lugar durante sua infância, frequentando várias escolas diferentes, às vezes estudando em casa, e depois frequentando diversas universidades pela Austrália.[6]

Hacker

Em 1987, após completar 16 anos, Assange começou a hackear sob o nome "Mendax" (derivado de uma frase em latim atribuída a Horácio: "menxad splendide", que significa "falsa nobreza").[7] Ele e mais dois outros hackers se uniram para formar um grupo chamado International Subversives ("Subversivos Internacionais"). Assange relembra as regras da subcultura: "Não danificar os sistemas de computador que você acessar (incluindo cometer falhas neles); não alterar as informações contidas nesses sistemas (exceto para alterar registros a fim de cobrir seus traços de acesso), e compartilhar informações."[7]

Em 1991, a Polícia Federal Australiana invadiu sua casa em Melbourne e ele foi acusado de ter acessado os computadores de uma universidade australiana, da Nortel canadense, e de outras organizações via modem.[7] Em 1992, ele se declarou culpado de 24 acusações de "hacking" e foi libertado sob fiança por bom comportamento depois de ser multado em AU$2100.[7]

Anos mais tarde, recentemente, numa entrevista à Forbes, Assanger comentou: "É um pouco chato, na verdade. Porque eu escrevi um livro sobre [ser hacker], existem documentários sobre isso, as pessoas falam muito sobre isso. Elas podem cortar e colar. Mas isso foi há 20 anos. É muito irritante ver artigos modernos me chamando de hacker de computador. Eu não me envergonho disso, estou muito orgulhoso disso. Mas eu entendo a razão pela qual sugerem que eu sou um hacker de computador agora. Há uma razão muito específica."[8]

Custódia de crianças

Em 1989,, Assange começou a viver com sua namorada e eles tiveram um filho, Daniel Assange.[9] Ela separou-se dele após a invasão policial de 1991 citada na seção acima e levou o garoto para morar com ela.[10] Todo o processo levou Assange e sua mãe a fundarem o Parent Inquiry Into Child Protection ("Inquérito Paterno Em Proteção à Criança"), um grupo ativista centrado na criação de um "banco central" para registros legais inacessíveis relacionados a questões de custódia de crianças na Austrália.[10]

Acusações e prisão




Julian Assange em 2010.

Em agosto de 2010, pouco tempo depois da divulgação, pelo Wikileaks (em julho), dos documentos secretos do Exército americano sobre a Guerra do Afeganistão, a Justiça da Suécia expediu dois mandados de prisão contra Assange, um deles por estupro e o outro, por agressão sexual. Assange estava na Suécia para uma série de palestras depois que o Partido Pirata local aceitou acolher vários servidores do Wikileaks, diante da perseguição das autoridades dos Estados Unidos. Enquanto a Polícia sueca procurava Assange, surgiam, na Internet, denúncias sobre uma possível conspiração contra ele. [11] Pouco depois, a Justiça sueca anunciou a retirada da ordem de prisão. [12]

O porta-voz do Pentágono, Bryan Whitman, declarou que qualquer insinuação sobre uma eventual conspiração do Departamento de Defesa dos Estados Unidos contra Assange é "absurda". [13]

Em 1º de setembro, a justiça da Suécia reabriu o processo de estupro e agressão sexual contra Assange. No dia 20 de novembro, as autoridades suecas pediram à Interpol que ele fosse capturado, com fins de extradição.[14].

Em 28 de novembro, WikiLeaks voltou à carga, divulgando cerca de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais I do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os documentos revelam, por exemplo, como o governo dos EUA deu instruções a seus diplomatas para que atuassem como espiões e recolhessem informações sobre líderes políticos e nas Nações Unidas. Como sempre, as informações foram repassadas a cinco grandes jornais do mundo, dentre os quais, The New York Times, Le Monde e The Guardian. [15]

Dois dias depois, em 30 de novembro, a Interpol distribuiu em 188 países, uma notificação vermelha, isto é, um chamado àqueles que souberem do paradeiro de Assange, para que entrem em contato com a polícia. O advogado de Assange, Mark Stephens, declarou ser "muito incomum" que se emita uma notificação vermelha em casos semelhantes ao do seu cliente. Stephens observou também que o promotor sueco pediu que Assange seja detido sem acesso a advogados, a visitantes ou a outros presos.[16]

No mesmo dia, Spiegel Online noticiou que um grupo de antigos companheiros de Assange, que discorda da sua orientação e do seu estilo supostamente autocrático, teria planos de lançar outra organização, semelhante à WikiLeaks, ainda em dezembro.[17].

Em 7 de dezembro de 2010 as 9h30 no horário local, Julian Assange foi preso em Londres pela Polícia Metropolitana.[18] Assange negou as acusações contra ele.[3] Atualmente está no presídio de Wandsworth e ficará em prisão preventiva até 14 de dezembro.[19][20]

Prêmios

Assange ganhou o Amnesty International UK Media Awards de 2009, concedido pelo fato de ter exposto assassinatos extrajudiciais no Quênia.[21] Aceitando o prêmio, declarou: "É um reflexo da coragem e da força da sociedade civil queniana que esta injustiça foi documentada. Através do trabalho enorme de organizações como a Fundação Oscar, o KNHCR, Mars Group Kenya e outros, tivemos o apoio fundamental de que precisávamos para expor estes assassinatos para o mundo."[22] Ele também ganhou o Index on Censorship do The Economist de 2008.[23]

Em 2010, ganha o Sam Adams Award que é concedido àqueles que aliam ética e inteligência à agências inteligentes.[24][25] Em setembro de 2010, Assange foi votado como uma das 50 figuras mais influentes de 2010 pela New Statesman, ficando em 23º lugar.[26]

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