31 de dezembro de 2010

MYTHOLOGY - tema do Calendário 2011 mais esperado do ano!

Eu já andei dizendo por aqui que fotografia é uma arte apaixonante, com ela viajamos no tempo, com ela construimos novos caminhos, com ela aprendemos o quanto somos finitos; os traços que marcam as faces e os corpos dão os verdadeiros sentidos a tudo que somos ou deixamos de ser. Não há como negar, as fotos desmascaram qualquer de nós, elas possuem um poder mágico de congelar e de revelar parte do mosaico oculto, multifacetado, que habita o infinito das almas...

O Calendário da Pirelli é sempre esperado com furor todos os anos, este ano em particular elegeram um tema desafiador e instigante: Mythology, que nas palavras dos idealizadores busca desmistificar o Mito como algo negativo, pelo contrário, quer provocar novos sentidos, resignificando visões em meio à beleza, à arte, ao mistério desta vida e ao sentido construído por outras civilizações:

"Hoje em dia, a palavra mito é principalmente utilizada em sentido negativo ou duvidoso: o mito do bem-estar, o mito da virilidade, o mito da eficiência… Ao dizer "mito", pensamos logo em "escapismo", em uma imagem construída de propósito ou então ingenuamente celebrada. O mito, contudo, na origem, indica uma verdade. Através do mito, os homens transmitem os contos dos acontecimentos do mundo, modificando-os a cada vez, enriquecendo-os na narração, mas relatando eventos realmente acontecidos ao longo do tempo. As figuras do mito são invenções poéticas para representar a realidade.


No século XX, alguns grandes estudiosos, principalmente Mircea Eliade, revelam-nos que cada civilização assenta nos deuses mitos, da indoeuropeia até ao mundo africano, da Mongólia aos Bosquímanos. Antes destas aquisições fundamentais, até ao século XVIII, os ocidentais consideravam exclusivamente a mitologia grega, a seguir traduzida em novas formas pelos Romanos. A civilização grega tinha deixado monumentos em tal sentido, do Parthenon às esculturas de Fídias, dos poemas de Homero à tragédia de Ésquilo, Sófocles, Eurípides. Os Romanos tinham continuado no mesmo caminho com seus extraordinários poetas elegíacos, Virgílio, Ovídio, Propércio, e os outros grandes poetas da era de Augusto.

Este patrimônio é inegável, mas após uma veia fértil e criativa (a pintura italiana dos séculos XV, XVI e XVII, a grande poesia) a mitologia grega acabou se tornando uma espécie de inventário de divindades e imagens embalsamadas e fósseis, que deviam ser aceitas e replicadas acriticamente ou rejeitadas em bloco. Aproximar-se da mitologia, neste caso a clássica, significa então compreender, através de suas figuras e formas memoráveis, o significado de uma civilização e tudo o que ela soube nos transmitir do ponto de vista universal e atemporal. Pois a essência do mito vai além do tempo e do espaço, ainda que sempre expressada com as formas próprias de uma civilização. É universal e sem tempo."  LEIA MAIS

De presente de fim de ano vai o "Making Off" com tomadas estonteantes!

Um comentário:

M. disse...

Maguinifique!!!