21 de dezembro de 2010

Escapando da tormenta das bolhas...

De fato os últimos meses de 2010 foram intensos, como são intensas aquelas bolhinhas de sabão, ou as bolhas sucessivas dos acontecimentos imprevisíveis, nos aprisionando sem querer!

Dizem que só há sentido à bonança havendo tempestade, é fato! Estamos no aguardo...já vejo algo no horizonte. 

Desde de agosto que vinhamos na montagem de uma estratégia para enfrentar a luta contra uma doença silenciosa e voraz, descoberta ao acaso sobre o dorso da mão direita do sogro, no limite - inicial - de uma epiderme própria de raças arianas, mas que os exames indicavam que furtivamente os monstros estavam se apoderando da malha. Todos fomos tomados pela aflição dos riscos envolvidos, nestes momentos é que sentimos o quanto somos frágeis e impotentes, quanta dúvida há em tudo...também na medicina. Não fosse a sabedoria incomum de médicos dedicados e amigos de verdade, como o Dr. Danilo Cuervo e Dr. Renato Paiva, penso que teríamos sofrido bem mais...agora a recuperação da mão é franca e cristalina como água pura da fonte.

Mas este enredo inicial conta pouco do tanto que temos passado...no ciclo das fisioterapias posteriores, eis que surgiu repentinamente a dor no peito do enfermo...fins-de-semana intermináveis internado sem um diagnóstico dígno e palpável...mais exames...outros testes...mais exames...chega o momento da sogra enfrentar uma cirurgia de catarata, já estava com obstrução quase total da vista direita, o resultado foi um sucesso...alguns dias de repouso e já estava mais segura e confiante, mas o sogro na sequência dos exames...

Porém, justo na véspera de um cateterismo para a conclusão do diagnóstico do enfermo inicial, eis uma nova surpresa...agora a sogra cai ao chão às 03:00 h da manhã ao ir ao banheiro, fratura o nariz, rompe o lábio superior - um teste de esforço involuntário para o  socorrista solitário, o mesmo que iria passar pelo cateter na manhã do próximo dia -...soa o telefone naquela madruga com pedido de socorro...a partir daí foram 48 horas sem pregar os olhos...

Em meio ao reboliço incontrolável, os Muniz e Souza resolvem um breve encontro para brindar o fim do ano em clima natalino, tudo para dançar e conversar fiado, já haviam emitido sinais de desafios a todos, mesmo para aqueles, como eu e a família, que estávamos no olho do furacão; aos trancos e barrancos marcamos também presença com olhos vidrados, olheiras sem fim e pés afinados...não dá para baixar a guarda, fala a verdade?!

A angioplastia foi realizada no sogro com sucesso, é o que tudo indica até o momento...agora é repouso, atenção aos medicamentos e  fisioterapia na mão; a sogra ainda com hematomas na face passa bem da cirurgia de catarata, nova radiografia confirmou fratura do osso nasal, mas tudo indica que só o tempo dará conta de ajustar...o incômodo mesmo fica por conta dos coágulos nasais a serem eliminados.

O resumo só não dá conta dos cenários paralelos multiformes, nem tem como dá...noites de sono perdidas não se recuperam, há lógica no stress, se não houver cuidado, ele toma conta dos que tem que agir, pensar, agir e tomar conta dos enfermos, dos filhos, dos compromissos profissionais...paira no ar um sentido de agonia, uma sensação de que falta algo a fazer...engraçado como fugiu entre os dedos o clima natalino...percebo um burburinho no trânsito, no comércio...mas para mim predomina agora tão somente o abafado calor do verão (estou sonhando com um banho de mar), cuja partida oficial é hoje: 21 de dezembro, data do niver da minha querida irmã Martinha...comeremos juntos um delicioso bolo de bananas de mamãe ainda hoje.

Sigamos em frente com o blog na esperança de continuarmos participando desta magnífica rede virtual, onde a vida se compartilha, onde a vida toma rumos inesperados e onde Governos, Estados, Empresas em Geral e de Comunicação em Particular, desatentos e desafinados para com os atuais desafios e rumos da humanidade,  têm sido desmascarados por cidadãos planetários comuns, tão comuns como eu e você! Mantenhamo-nos por aqui!

2 comentários:

Marcos Oliveira disse...

"Welcome Back, My Friend, to the Show That Never Ends..."
Ou "Bem-vindo de volta, meu amigo, para o show que nunca termina...".
É o nome de um disco ao vivo do grupo inglês Emerson, Lake & Palmer.
O show que nunca termina é o show da vida. Que nem sempre é fantástico(a) e nem sempre global (no sentido mais amplo).
Dividiste conosco neste relato as agruras de momentos difíceis, solitários momentos familiares que o mundo não participou. As coisas são assim.
Agora que se começa a ver uma linha no horizonte (nuvens pesadas não são eternas) paira a certeza que agora, mesmo exaustos, estão fortalecidos. Deus às vezes segue por esses caminhos. E não adianta pedir explicações pra Ele.
Que hoje, 21 de dezembro, solstício de verão em nosso hemisfério, sejamos abençoados com melhores dias - paz e saúde para todos - sobretudo para aqueles que, como vocês, vem enfrentando esses desafios extras impostos pelo inesperado.
O show tem que continuar...
Abraços fraternos e força a todos.

P.S.: Sobre o outro post: Damp cumpriu seu papel. Certas filosofias e religiões não veem um cão como esse como um simples animal irracional. Na Grande Roda ele subiu um degrau. Ou muitos.

M.I.A. disse...

Luiz Felipe, saúde para toda sua família.
Marcos, ótimo comentário sobre o post do Felipe.
Eu não tenho essa facilidade de escrever, só desejo a vocês um ótimo Natal e um Feliz Ano Novo. Que continuem com o blog pois ele é muito bom.
Abraços.