13 de março de 2012

Diálogos com Zygmunt Bauman

Um dos intelectuais mais respeitados da atualidade é o polonês radicado na Inglaterra Zygmunt Bauman.
É considerado um grande pensador sobre os tempos atuais.
Sociólogo, tem uma base filosófica sólida para analisar o aspecto humano individual e suas relações com o meio que o cerca neste veloz século XXI.
É dele frases do tipo "A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação" e "Quando você pergunta a si mesmo se é feliz, você deixa de sê-lo". 
Vale ressaltar a sua preocupação com aquilo que ele questiona como sendo o "mal-estar da pós-modernidade".
Como bom filósofo leva o leitor a pensar sobre dilemas ligados a projetos de vida, felicidade, amor, alegria, sofrimento, ambiguidades, etc.
Com mais de 20 livros publicados sua obra é crucial para o entendimento dos valores do momento atual da civilização.
Alguns títulos:
- "Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos"
- "Globalização: as Conseqüências Humanas"
- "Vidas Desperdiçadas"
- "A Sociedade Líquida"
- "A sociedade individualizada"
- "Capitalismo Parasitário e Outros Temas Contemporâneos"
- "Europa: Uma Aventura Inacabada"
- "A Arte da Vida"

Uma boa oportunidade para conhecer Zygmunt Bauman é assistir ao vídeo abaixo da CPFL Cultura, incluído no Seminário Fronteiras do Pensamento. Da série Diálogos com Zygmunt Bauman. Vale a pena...
 
Entrevista exclusiva: Zygmunt Bauman from cpfl cultura on Vimeo.

5 comentários:

Josiane disse...

Nossa, que fantástico!
Pensei que seria uma daquelas entrevistas que não consegue se entender nada, mas pelo contrário.
Esse sociólogo é fabuloso.
Com seus cabelos brancos e idéias lúcidas nos transmite verdades que não são aquelas panacéias, mas uma realidade do que são as pessoas, os relacionamentos e as expectativas hoje em dia.
Adorei! Vou comprar o livro Amor Líquido.
Obrigada Marcos e Luis Felipe!
Bjs.

J.G. disse...

O emérito sociólogo polonês Zygmunt Bauman nasceu no dia 19 de novembro de 1925, em Poznán. Ele principiou sua trajetória acadêmica na Universidade de Varsóvia, mas logo foi obrigado a deixar a academia, em 1968, ao mesmo tempo em que sua obra era proibida neste país.

Sem muitas perspectivas, o sociólogo abandonou sua pátria e partiu para a Inglaterra, depois de passar pelo Canadá, EUA e Austrália. No início da década de 70 ele assumiu o cargo de professor titular da Universidade de Leeds, permanecendo neste posto por pelo menos vinte anos. Aí ele teve contato com o intelectual que inspiraria profundamente seu pensamento, o filósofo islandês Ji Caze.

Grande parte de sua obra já foi traduzida no Brasil. Seus livros são povoados por idéias sobre as conexões sociais potenciais na sociedade contemporânea, nesta era comumente conhecida como pós-modernidade. Os estudos sociológicos lhe permitem refletir sobre a angústia que reina nos sentimentos humanos, emoção despertada pela pressa de encontrar o parceiro perfeito, sempre mantido como meta ideal, nunca como realidade concreta.

Assim, os casais procuram manter relacionamentos abertos, que lhes possibilitem uma porta de saída para novos encontros. A insatisfação está, portanto, constantemente presente na esfera da afetividade humana. As pessoas desejam interagir, buscam a vivência do afeto, mas não querem se comprometer. É o que Bauman chama de amor líquido, vivenciado em um universo marcado pelos laços fluidos, que não permanecem, não se estreitam, desobedecem à lei da gravidade, ou seja, à ausência de peso. O que provoca a famosa ‘insustentável leveza do ser’, preconizada pelo escritor tcheco Milan Kundera.

Bauman crê que os relacionamentos a dois não podem se desenrolar à parte da cena social, das regras do jogo estabelecidas pela sociedade global. Nada pode, segundo ele, fugir deste complexo panorama, do moderno fenômeno conhecido como globalização. Aliás, este autor é também famoso por suas agudas pesquisas sobre os vínculos entre os tempos modernos, o Holocausto e o frenético consumo da era pós-moderna.

Para o sociólogo, a fluidez dos vínculos, que marca a sociedade contemporânea, encontra-se inevitavelmente inserida nas próprias características da modernidade, discussão esta que está perfeitamente retratada nas primeiras obras do autor. É impossível fugir das consequências da globalização, com suas vertiginosas ondas de informação e de novas idéias. Tudo ocorre com intensa velocidade, o que também se reflete nas relações entre as pessoas.

No Brasil é possível encontrar pelo menos dezesseis de seus livros traduzidos para o português, todos pela Jorge Zahar Editor. Entre eles os principais são Amor Líquido, Globalização: as Conseqüências Humanas e Vidas Desperdiçadas. Em 1989 ele conquistou o prêmio Amalfi, por sua publicação Modernidade e Holocausto; em 1998, obteve a premiação Adorno, pela totalidade de sua obra. Hoje Bauman leciona nas Universidades de Leeds e de Varsóvia.

Carlos Hay disse...

Olá.
Parabéns pelo nível do blog. Mas tenho dúvidas se tem público para isso.
O mais interessante em Bauman foi a explanação sobre o Facebook.
Congratulações.

Marcos Oliveira disse...

Agradecemos os comentários Josiane, J.G. e Carlos Hay.
A participação de nossos leitores é sempre muito importante para nós.
Carlos, sobre ter "público para isso" acreditamos que temos sim, ocorre que muita gente nem imagina que ouvir as palavras de uma pessoa como Zygmunt Bauman é uma experiência enriquecedora. Nesse sentido o que fazemos é tentar divulgar. Concordo que não tem muitos blogs fazendo isso, mas fazemos a nossa parte. Nosso blog é diferente mesmo.
Abraços.

Marcos Oliveira disse...

Só um complemento, Carlos Hay: se meia dúzia de pessoas viram e ouviram o "diálogo" (na verdade foi um monólogo) que inserimos aqui já terá valido a pena.