12 de abril de 2010

Novo Código Brasileiro de Ética Médica

Entra em vigor essa semana o novo Código Brasileiro de Ética Médica. O anterior era considerado devassado da realidade atual.
Essa nova visão mostra a necessidade de um médico menos autoritário, mais atencioso, com mais tempo para ouvir o paciente, estimulador de uma segunda opinião, com letras legíveis, etc. Enfim, tudo que os pacientes precisam. Será mesmo que isso vai acontecer? É uma questão cultural e de interesses. Talvez as novas gerações de médicos consigam ir por esse caminho... Mas sabemos, por outro lado, que muitos médicos já seguem essa cartilha muito antes dela tornar-se oficial. Eu conheço alguns. São os bons médicos que sempre dignificaram tão bela e difícil profissão. Nossos abraços e agradecimentos para eles.

"O novo código de ética médica brasileiro entra em vigor nesta semana. Ele trata de muitos dos avanços da medicina. Mas, principalmente, tenta melhorar a relação médico-paciente.
Quem nunca se sentiu ignorado por um médico? Quantas mães já não sofreram a aflição de não achar um pediatra para o filho doente? Queixas, reclamações, frustrações. A imagem que os pacientes fazem da classe médica não anda muito boa. E os médicos sabem disso. Agora existe a promessa de que as coisas podem mudar.

“Não existe mais espaço para médicos autoritários, prepotentes, arrogantes”, declara Roberto d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.

Fim dos garranchos
Agora, os médicos estão proibidos de fazer receitas ilegíveis. O que pouparia muita dor de cabeça, por exemplo, para a aposentada Margarida Rangel e sua neta. “Lá na farmácia, eles não souberam ler o nome do remédio que estava escrito”, ela conta. Ela percorreu dez farmácias em busca de alguém que entendesse os garranchos escritos na receita. E ninguém foi capaz de ler o que estava escrito. “Ninguém conseguia decifrar o remédio que era para comprar.”
Elas voltaram ao consultório para tentar resolver o enigma. E nem o próprio médico conseguiu entender o que estava escrito.
“O médico não tem justificativa para não escrever de maneira ilegível”, disse d'Ávila.
Estímulo à segunda opinião
Quando o filho tinha um mês, uma mãe contou ao Fantástico que ouviu de uma médica que seu filho tinha um doença nos rins incurável. “Ele ia ter que se tratar a vida toda, com medicamentos fortíssimos, poderia ter um retardo de crescimento”, disse Alessandra de Mello.
Ela procurou outro médico. O bebê tinha uma infecção, se tratou e ficou bom. Mas a primeira médica não ficou aliviada com a boa notícia. “Ela nos recebeu de uma forma grosseira, depois que ela soube que nós procuramos uma segunda opinião”, conta Alessandra.
A partir de agora, se o paciente quiser ouvir uma segunda opinião, o primeiro médico tem de colaborar. E não pode se opor a conversar e passar informações para o novo médico. E, se for preciso, colaborar também para a formação de uma junta médica para discutir o caso.
“Seria muito mais seguro para mim, para a saúde do meu filho, se eles tivessem conversado, chegado a um consenso. Foi muito difícil, a decisão ficou com a gente.”

Um comentário:

Ryan disse...

Muito bom o novo código. Só falta agora dar boas condições de trabalho aos médicos, sobretudo nos hospitais públicos.