22 de outubro de 2010

Krautrock

Vocês devem ter estranhado o título deste post, certo?
Krautrock é como é designado o rock feito na Alemanha na década de 1970.
E ele é bem estranho mesmo, como o nome. Bizarro. E ótimo!

Rock é uma maneira de dizer. Bem genérica.
Jovens músicos com interesse em artes plásticas, literatura e eletrônica criaram um dos mais singulares movimentos musicais que até hoje atrai estudiosos e infuencia tudo que é considerado novo.
Desejando esquecer o passado das guerras mundias, esses alemães miravam o futuro e construiam um som vanguardista influenciado pelos experimentalismos do compositor eletroacústico Karlheinz Stockhausen.
Utilizavam para isso, além dos referências do Rock Progressivo inglês (Jazz + Música Erudita + Música Folclórica), os primeiros aparelhos portáteis de música eletrônica, como Mellotron, Moog, Arp Odissey e diversos outros sintetizadores analógicos (os digitais japoneses só surgiriam no início dos anos 80).
Isso quando não construiam seus próprios instrumentos já que muitos eram Engenheiros Eletrônicos.
Pode-se afirmar que tudo que foi feito nas décadas seguintes sob os títulos de Música Eletrônica, New Age Music, Ambient Music e Música Experimental, foi influenciado diretamente pela criação desses artistas multidisciplinares.
O alcunha "Kraut" nasceu como um termo pejorativo, pois significa repolho, 'chucrute'. Era um termo usado pelos soldados americanos para designar os soldados alemães na segunda guerra mundial.
No entanto, acabou ficando como marca registrada para denominar esse som diferente feito em cidades como Berlim e que hoje é reconhecido no mundo todo como marca de qualidade fora dos padrões musicais ingleses e americanos.
Por mais de uma vez fiz longas matérias sobre o Krautrock no Jornal Metamúsica, chegando inclusive a entrevistar um dos ícones do movimento: o multinstrumentista Edgar Froese, líder do grupo Tangerine Dream e que chegou a estudar pintura com Salvador Dali!
Qualquer dia coloco esse material aqui no blog, embora não saiba se algum de nossos leitores vai se interessar por isso. É que é algo estranho mesmo.
Resolvi fazer esse post hoje porque o cronista Arthur Dapieve escreveu um ótimo texto sobre isso na edição de hoje do jornal O Globo (sim, O Globo tem coisas legais também, normalmente no Segundo Caderno, bem longe da parte de política, mas evitem o Arnaldo Jabor que escreve às terças).
Nesse artigo ele comenta sobre uma coletânea de bandas alemãs que acaba de sair pelo selo inglês "Soul-Jazz". Chama-se "Deutsche Elektronische Musik - Experimental german rock and electronic musik 1972-83".
Para quem quiser conhecer alguma coisa, pesquisem no Google e You Tube utilizando, além do termo Krautrock, os nomes das bandas mais importantes: Kraftwerk, Tangerine Dream, Can, Neu!, Guru Guru, Faust, Gila, Jane, Popol Vuh, Deuter, Ash Ra Tempel, Klaus Schulze, Amon Düül (não esqueçam que o trema não foi abolido na Alemanha!), Robert Schroeder, Harmonia, Eloy, Anyone' s Daughter, Grobshinitt, Triumvirat, etc.
Bom fim de semana!

Tangerine Dream - Exit (video de Daniel Carter):

6 comentários:

O MUSICÓLOGO MARQUÊS DE SADE disse...

OLHA EU OUTRA VEZ AQUI.
ABRI UM EXCEÇÃO. ESSE NÃO É UM POST SOBRE MULHER MAS EU VOU COMENTAR PORQUE NÃO É TODA HORA QUE EU VEJO UM BLOG FALAR DE KRAUTROCK QUE É A ÚNICA FORMA MUSICAL DESCENTE QUE JÁ FOI CRIADA NA FACE DA TERRA.
PARABÉNS PELO TEXTO. NA VERDADE EU CONHEÇO O METAMUSICA. SEUS TEXTOS SÓ ADQUIREM O BRILHO TOTAL QUANDO FALAS DE MÚSICA (TÁ BEM, DE MULHERES TAMBÉM), SOBRETUDO ESSAS COISAS DIFERENTES DO ROCK PROGRESSIVO!
VÊ SE DEPOIS DAS ELEIÇÕES (E DA VITÓRIA DA DILMA) ESQUECES DA POLÍTICA!
ABRAÇOS.

Hans disse...

Herzlichen Glückwunsch zum Sprechen deutschen Rock.
Der Krautrock ist das beste in der Welt.
Ich mochte dieses Blogs Brasilien.
Grüße Marcos, Redakteur der Progressive-Rock-Metamusica.

Jefferson disse...

Marquinhos, ótimo post. Seria legal vc postar aqui aquelas extensas matérias sobre a música alemã, japonesa, italiana, etc. que vc escreveu no jornal Metamúsica.
Já no post faltou citar duas que eu gosto muito: Novalis e Holderlin.
ABS.

Anônimo disse...

Saiu no Escrivinhador, de Rodrigo Vianna:



O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel

Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.

A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.

Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).

Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.

Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a sequência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.

Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o peritoRicardo Molina.

Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.

Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.

A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.

Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.

Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.

Serra e Kamel não sentiram vergonha.

Anônimo disse...

Dilma recebe apoio de prefeitos do DEM e PSDB em Belo Horizonte

A presidenciável Dilma Rousseff recebeu nesta sexta-feira (22) em Belo Horizonte, o apoio de prefeitos do interior de Minas Gerais e de outras capitais do país. Entre eles, alguns pertencentes à sigla do adversário na disputa, José Serra (PSDB), e do DEM.

O candidato derrotado ao governo de Minas Gerais pelo PV, deputado José Fernando Aparecido, pediu a quem votou em Marina Silva (PV), no primeiro turno, que considere a petista para o segundo turno.

A senadora foi a mais votada na capital mineira no primeiro turno à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.

A prefeita de Natal, Micarla de Souza (PV), que se elegeu com uma base aliada ao DEM, fez discurso inflamado em favor de Dilma. “Quantas injustiças estão fazendo contra você. Mas o povo brasileiro vai fazer justiça. Trago a palavra de muitos companheiros verdes que estão com você”, disse a presidente estadual da sigla. Em seguida, entregou a Dilma um adesivo na cor verde com o número 13 estampado.

A prefeita de Capinópolis (MG), Dinair Isaac (DEM), disse que o que a levou a apoiar a petista foi “o diferencial de uma mulher estar disputando a Presidência”. Além dela, foram dar apoio à candidata os prefeitos tucanos de Itamonte (MG), Marcos de Carvalho, e o prefeito de Conceição do Tocantins (TO), Natalício Curcino.

Ainda estiveram no local prefeitos de seis capitais brasileiras que pertencem a partidos aliados. Segundo a organização, 250 prefeitos do interior de Minas e mais 180 vices foram dar apoio a ela.

Dilma aproveitou o encontro para fazer promessas aos prefeitos e atacar o tucano José Serra. “Eu não estou aqui fazendo promessa da boca para fora. Eu não faço promessas, eu assumo compromissos. Até porque eu não sou mulher de fazer compromisso e não cumprir. Eu honro a minha palavra. Eu nunca registrei em cartório compromisso, como o meu adversário fez, e rompeu, não cumpriu”, disse a petista, referindo-se a promessa feita por Serra de não deixar a Prefeitura de São Paulo, na campanha de 2004, para concorrer a outro cargo eletivo.

A candidata ainda se referiu a incidente ocorrido com ela ontem, na cidade de Curitiba, quando quase foi atingida por um balão d’água. Dilma comparou o ocorrido com o incidente sofrido por José Serra na quarta-feira (20), que foi hostilizado no Rio de Janeiro e atingido por um objeto.

“Vocês sabem o peso de um balão cheio de água jogado do 12º andar, que afunda um pouco o teto de um carro? É bastante pesado. Eu fui alvo disso ontem. Vocês podem olhar, não fui eu quem disse isso. O jornalistas presenciaram isso lá”, disse. “Eu acho que temos que ter muito cuidado em ficar transformando episódios que, por exemplo, não tinha nenhuma briga nesse momento, no caso do balão. Foi alguém que deliberadamente fez isso. Eu não saí por aí acusando a campanha dele”, alfinetou.

Ela ainda afirmou que não há ordem da direção da campanha para que militantes partam para o embate com os adversários. “Da nossa parte eu não acredito. Eu te digo com a sabedoria mineira. Aqui em Minas a gente fala: quando um não quer, dois não brigam”.

Marcos Oliveira disse...

Agradecemos a participação através dos comentários (musicais e políticos).
Marquês: a hora é de política. Mas continuaremos também musicais. Que bom que vc conhece o Metamúsica e gosta de Krautrock. Tem bom gosto.

Tem até alemão comentando o post sobre Krautrock(?!).
Hans: Thanks!!!!

Jefferson: são milhares de bandas na Alemanha. Também gosto dessas duas. Aliás ambas tem nome de poetas alemães do século XIX. Vai chegar a hora do Metamúsica na Internet.
Abraços.