25 de outubro de 2010

O fim do Walkman

Acho que vou ter mesmo que criar uma série chamada "O tempo passa...".
Acredito que as gerações da década de 1960 para cá foram as que mais presenciaram as mudanças de hábitos decorrentes dos rápidos avanços tecnológicos.
Não vou enumerar os diversos itens (talvez os maiores sejam na área de comunicação e lazer: televisão, internet, celular), mas o que me chamou atenção foi que li ainda agora que a Sony anunciou que vai deixar de produzir o Walkman no Japão. Leiam a notícia abaixo.
Eu imaginava que já não era produzido há muito tempo, mas me surpreendi com o fato de que ainda existem enstusiastas das fitas cassetes.
Mas porque? No caso dos discos de vinil há fatos e dados que comprovam a qualidade dos mesmos em alguns pontos não atendidos pela tecnologia digital. Além disso existem os fatores coleção e as belas capas em tamanho grande. Assim, justifica-se a manutenção dos mesmos.
Mas no caso das fitas...
Acho que tenho uma explicação: nostalgia e o cansaço de tentar acompanhar tanta evolução que obriga você a ficar descartando o que tem e comprando sempre o novo e o "melhor".
Neste momento, a febre é o Blu-Ray Disc. Ou seja, DVD já era. Essa expressão "já era" também é ultrapassada. Já era.
O que aconteceu é que acabei por me lembrar de bons tempos, há 25 anos (aproximadamente) quando comprei meu primeiro Walkman.
E deu vontade de gravar umas fitas cassetes (lado A e lado B) para os amigos.
Até hoje tenho muitas de minha coletâneas em K7 (também tinha essa grafia) guardadas. Mas nem sei pra quê...
Eu acompanho essa evolução, mas acho que também já estou ficando cansado.

Agora até o Discman já é difícil de achar. Para ouvir música de forma portátil só via Ipod ou celular.
Quero de volta o meu Walkman para ouvir minhas fitas K7!

______________________________________________________

Sony põe fim ao Walkman

"A Sony anunciou, a semana passada, que vai pôr fim à comercialização no Japão do conhecido leitor de cassetes. Mas os aparelhos vão continuar a ser vendidos em países menos desenvolvidos (e a marca Walkman continuará a ser usada nos leitores de MP3).

Na década de 1980, o Walkman teve o mérito de ser um aparelho barato e prático (para os padrões da altura), de ter som stereo e, sobretudo, de ter sido bem publicitado pela empresa.

Já em 1978 a própria Sony comercializara um leitor portátil de cassetes. Mas era demasiado caro para o consumo geral. Um dos administradores da Sony, porém, era fã do aparelho (usava-o nas longas viagens de avião) e deu instruções para que a empresa criasse um leitor semelhante, mas com um preço reduzido.

O primeiro mês após o lançamento foi decepcionante: apenas três mil unidades foram vendidas. Porém, o marketing da Sony acabou por triunfar e, até ao final de 1979, as vendas dispararam.

Um dos problemas que a Sony enfrentou inicialmente foram os grandes fones de ouvido – inicialmente eram considerados inestéticos e foram um entrave à adoção do aparelho. Mas a Sony (em parte graças a anúncios com pessoas famosas a usá-los) conseguiu

A marca Walkman veio a ser usada noutros leitores de áudio da empresa, incluindo o leitor de CD, de mini-discs e os novos leitores digitais.

Há cerca de um ano, a BBC fez uma experiência: pediu a um adolescente de 13 anos que usasse um Walkman em vez do iPod. Foram precisos três dias para que o jovem descobrisse que a cassete tinha dois lados."

Fonte: Público

Um comentário:

Josi disse...

Me surpreendi com essa também!
Fazia anos que eu não via nem foto de um walkman original da Sony.
Na época não era barato não, mas era o sonho de consumo de todo mundo que gostava de música.
O desenho dele é único. Na minha opinião tem de entrar para história do design do século XX.
Imagino que sua percepção ao fazer esse texto tenha sido à mesma da minha, a de que rapidamente essas coisas se tornam antigas e obsoletas. Aí acabamos por nos sentir velhos.
Ninguém merece!
Bjs.