No momento em que escrevo essas mal traçadas linhas estamos no intervalo do jogo Brasil 1 x 0 Paraguai. Parece que desta vez vai...
Mas o tema não é futebol.Quem dá uma olhada de vez em quando aqui em nosso blog já deve ter percebido uma certa 'tendência musical'.
Somos multidisciplinares, mas acho que o Luiz Felipe é mais do que eu.
Se deixar eu acabo sendo monotemático: música!
Deve estar no DNA mesmo.
Mas não estou sozinho.
Houve uma época em que existiam dezenas, centenas, milhares de lojas de discos.
Lojas que ficavam de frente para rua. Não existiam Shoppings.
Lojas reais. Não existia Internet.
Discos reais. Não existia mp3.
E ali ficávamos - nas lojas - horas e horas procurando os LPs (depois CDs), ouvindo e conversando.
Amizades nasciam em torno das bancas onde ficavam os discos. Em casa ouvir música era quase um ritual.
Mas eu não posso dizer que era (ou sou) um fanático musical. Eu até achava que era. Mas depois que conheci muitas 'figuras' percebi que não sou tão 'louco' assim. Sou bem light.
Querem ter uma amostra real disso que falei? Pois assistam a esse documentário sobre uma loja de discos de São Paulo. O mais legal da filmagem é que o ênfase não é tanto no comércio dos discos, mas nas pessoas. Os vendedores, os clientes, os fanáticos.
A loja é a extinta "Nuvem Nove" (quase todas se extinguiram mesmo) e o dono era o José Damiano, que já apareceu aqui no blog no programa Poeira Cast. Aliás os outros participantes do programa aparecem também no documentário como o Bento Araújo e o Sérgio Alpendre.
Na "época de ouro" (estou usando muito esse velho termo ultimamente) das lojas de discos (segunda metade dos anos 70, anos 80 e primeira metade dos anos 90) eu frenquentava muitas. No Rio tinha uma rede chamada "Discão" onde eu conseguia muito Rock e MPB a preços incríveis. Tinha a Modern Sound em Copacabana, mas naquela época eu não tinha como comprar os caros LPs importados. E tinha as outras especializadas em Rock Progressivo, Heavy Metal, etc. Em Campos (RJ) o point era a Caiana Discos do amigo Paulo André onde fiz amizades que perduram até hoje. Em São Paulo, além da Galeria do Rock tinha a Museu do Disco (e milhares de outras)
O documentário (amador) abaixo visou sobretudo registrar para a posteridade o que foi a loja Nuvem Nove e de quebra mostrou quase uma filosofia de vida voltada para a música que muita gente cultiva.
O final mostra o último dia da loja, derrotada pelas novas tecnologias. Se não virem o filme todo vejam os últimos 15 minutos do segundo vídeo(inclusive a tradução da belíssima canção francesa). Emocionante: o fim de um tempo na vida de muitas pessoas. Sinto saudade dessa loja que não conheci. Desses amigos que não tive. Sinto saudade de todas as lojas de discos de vinil que acabaram.
Sem sentido isso? Para muitas pessoas sim.
O tempo passa. As coisas passam. "Tudo muda o tempo todo...". O mundo segue.
Recomendo sobretudo para quem gosta de música ou tem curiosidade de conhecer esse universo que continua existindo. Mesmo sem as lojas.
E voltemos ao jogo (podem ver o documentário depois...).
O tempo passa. As coisas passam. "Tudo muda o tempo todo...". O mundo segue.
Recomendo sobretudo para quem gosta de música ou tem curiosidade de conhecer esse universo que continua existindo. Mesmo sem as lojas.
E voltemos ao jogo (podem ver o documentário depois...).
4 comentários:
Muito interessante, Marcos.
Comecei vendo o segundo video. Depois vou ver o primeiro, mas gostei muito mesmo.
Como sempre, seu texto muito legal!
Boa noite de sábado e bom domingo!
E o Brasil empatou outra vez!
Me identifiquei muito com o doc porque também fui por muitos anos rato de loja.
E também ficara horas procurando discos de jazz e música instrumental. Hoje só escuto o que comprei naqueles bons tempos. O final do registro filmado é emocionante mesmo. Sobretudo para quem viveu essa época.
Obrigado.
Os depoimentos de gente do calibre do Fabio Massari, Kid Vinil e Marcelo Nova, clientes da loja, atestam a importancia dela, assim como do registro desse fim de linha.
Mexe com as emoções a música do final que você falou e a emoção das pessoas quando a loja fecha definitivamente.
Valeu.
E´... Minha última loja de discos.
Essa foi a última loja que frequentei. Por horas impregnava meus dedos vasculhando os discos e cds, enquanto houvia e conversava com as "almas" que por alí estavam.
Saudades? Não ... Boas lembranças.
Boa parete de meu "aesenal" musical veio dessa Boa Loja. Bela postagem.
Forte Abraço à todos.
DZ
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