2 de agosto de 2009

The Book Is On The Table: A Arte de Viajar


Nas últimas semanas, de breves férias e muitas demandas para resolver entre Campos, Rio das Ostras e Rio de Janeiro, aproveitei para ler uns livros que estavam na fila de espera há bom tempo. Depois de concluir a leitura de “Eric Clapton: A Autobiografia” (já comentado aqui), comecei a ler dois ao mesmo tempo: “A Ciência Médica de House” de Andrew Holtz, Editora Best Seller (vou comentar em breve) e “A Arte de Viajar”. Este último é de autoria do jovem (39 anos) filósofo suíço Alain de Botton e foi publicado no Brasil pela Editora Rocco. Morando em Londres onde é professor universitário, Botton nos presenteia com mais uma obra interessante depois de “As Consolações da Filosofia”, “A Necessidade de Status”, “Como Proust Pode Mudar Sua Vida” e muitas outras criações que tentam analisar o nosso tempo e consequentemente as atribulações humanas atuais. Longe de ser apenas um guia de viagens, de Botton nos coloca frente a frente com questionamentos que muitas vezes não nos fazemos conscientemente, mas que estão lá, martelando no (sub)(in)consciente. Para ficar mais claro, vejam esse pequeno trecho do livro: “Nossa capacidade de extrair felicidade de objetos estéticos ou bem materiais na realidade parece depender, em termos cruciais, da prévia satisfação de uma faixa mais importante de necessidades emocionais ou psicológicas, entre as quais a necessidade de compreensão, de amor, expressão e respeito (...). Estamos tristes em casa e culpamos o clima e a feiúra dos prédios, mas na ilha tropical que estamos (a passeio) descobrimos que o estado dos céus e a aparência das moradias não podem jamais, por si sós, garantir nossa alegria nem nos condenar à aflição” (página 34). Em resumo, o filósofo nos fala que viajar é ótimo para trazer bem estar e felicidade, mas não esqueçam (o paradoxo) de que com a nova paisagem estará você também: “parece que somos mais capazes de habitar um lugar (n.r.: na imaginação) quando não nos defrontamos com o desafio adicional de ter de estar lá” (n.r.: a realidade da viagem, com suas possíveis decepções e a presença do próprio ‘ser’). Recomendo a leitura, para quem gosta (e pode) viajar ou não.


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