5 de agosto de 2009

A briga no Senado: 2010

Li e não resisti em colocar aqui esse ótimo artigo do Luiz Carlos Azenha, que ele postou hoje no Blog dele ("Vi O Mundo"). Vale a pena. Aliás o Blog é ótimo. Visitem.

"Eu não votei no senador Ali Kamel"
Atualizado em 05 de agosto de 2009 às 10:28 Publicado em 04 de agosto de 2009 às 20:14
por Luiz Carlos Azenha
"Maravilhosa a polêmica que envolve o Senado brasileiro.
O elenco é portentoso. Artur Virgílio, Pedro Simon, José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor de Melo...
Vivemos uma época em que os políticos se transformaram em despachantes de luxo. Vide a CPI feita sob encomenda para atender aos interesses do banqueiro Daniel Dantas.
Quem influencia mais a política agrícola/agrária do Brasil: a Marina Silva ou a Monsanto? Quem faz as leis do setor de comunicação: a Globo ou o Mercadante?
Se assim é, se o sistema político brasileiro não dá conta de ser verdadeiramente democrático e de atender às demandas de todos os setores da população, enquanto na calada da noite atende a todos os grandes interesses dos conglomerados econômicos, que pelo menos não nos neguem o circo.
Sim, o pão talvez viesse se fosse convocada uma Assembléia Nacional Constituinte que resultasse na extinção do Senado*.
Mas a coragem nunca fez parte do cardápio político brasileiro. Quando a esquerda ascende ao poder rapidamente espera que esqueçam o que ela prometeu, do mesmo jeitinho que o ex-presidente FHC pediu que esquecessem o que ele escreveu. FHC, aliás, que andou nos advertindo contra "aventureiros", da esquerda ou da direita, que poderiam empalmar o poder no rastro do "escândalo" do Senado.
Vai esperar sentado.
O Senado brasileiro não é hoje nem melhor, nem pior do que antes. É um corpo extremamente conservador da política brasileira. Por mim poderia, sim, ser extinto.
Mas, se não é, que sirva de circo.
Aviso logo que, nesse caso específico, torço para os bandidos.
Impagável ver Collor, Renan e Simon se pegando no plenário. Não há ingênuos naquele lugar, como voces bem sabem. É a antecipação da campanha eleitoral. A turma do Serra tentando enfraquecer a turma da Dilma. As duas turmas se merecem.
E eu torço para os bandidos dos dois lados. Sim, porque nesse enredo novelesco-televisivo -- hoje um dos senadores da oposição disse dramaticamente aos jornalistas viver "num calvário" -- os mocinhos são aqueles que a campanha de José Serra encarregou de "estimular" a massa: Ali Kamel, Otavinho e os editores de Veja, aqueles que plantaram uma serpente no Congresso.
São os assessores, por assim dizer, "imagéticos" da "crise do Senado".
São os encarregados de mobilizar a opinião pública com o objetivo de derrubar Sarney.
Além de interditar os debates necessários, que a sociedade brasileira precisa fazer -- sobre o pré-sal, por exemplo --, os "assessores" querem pautar a opinião pública, o Congresso e o Planalto sem terem obtido um voto sequer para isso.
É por isso que fico com Sarney, Agripino Maia, Renan Calheiros e tudo o mais que o Senado nos reserva.
Eu não votei no Ali Kamel.
* Frase alterada para dirimir dúvidas. Não estou pregando o fechamento do Congresso, mas considerando a idéia de um sistema unicameral, que dispensaria o Senado."

2 comentários:

Luiz Felipe Muniz disse...

Bravo Azenha!!

Grande Marcos Cardozo, o blog lhe deve muito pelo empenho dedicado, valeu meu amigo pelas atualizações sempre dentro do perfil que nós elegemos...

Muito bom, sigamos em frente...estou de volta...o pragmatismo e os complexos compromissos que tenho assumido, vez por outra corroi o meu tempo para blogar, mas é assim mesmo em cenários tão caóticos e desafiadores como os atuais...somado a tudo isso o rigor dos sentidos não me permite escrever na desatenção dispersante...daí o grande sucesso de sua participação neste blog, Marcos Cardozo...mais uma vez, valeu...sigamos em frente pois o Brasil está sendo invadido e "descoberto" novamente pelas forças de expansão do capitalismo agora neo-selvagem!!

Marcos Oliveira disse...

Ok amigo. Obrigado pelas palavras. Tento complementar seu trabalho nessa parceria aqui no Blog. É um prazer. Sei das grandes demandas e das impossibilidades, mas - como você falou - sigamos em frente!
Abraços.