1 de abril de 2010

Sobre o Mês de Abril, Outono, Poesia e o Tempo

Hoje é primeiro de abril. Comenta-se naquela brincadeira que é o "dia da mentira". Deve ser tradição do Brasil interiorano, cada vez mais distante de nós, com as cidades crescendo sempre.
Embora o outono comece no final de março, sempre penso nessa estação a partir deste mês de abril.
Em abril os dias costumam ser mais claros, sem o ofuscamento do verão, as temperaturas mais amenas (bem, pelo menos era assim desde a minha infância, mas agora as coisas estão se modificando muito rapidamente) e o céu adquire um visual mais interessante, com as nuvens de chuva esparsas dividindo sua presença com o azul do céu que sempre se mostra em diversos pontos, ao longo do horizonte.
Vinícius & Toquinho cantaram muito mês este mês na música "As Flores de Abril". Qualquer dia coloco ela aqui no Blog.
Mas eu sou suspetíssimo para falar bem do mês de abril porque, sob o signo de Áries, faço aniversário neste mês. E desta vez vai ser 51. E eu não sei se é uma boa ideia (para quem não conhece, fiz uma brincadeira com uma marca de aguardente) porque o tempo continua passando muito rápido.
Talvez pelo aniversário ou pelo mês de abril, me lembrei dessa poesia do sábio Mário Quintana (na foto acima, em um ambiente que tem muito a ver com a poesia dele).

Nem eu nem o Luiz Felipe costumamos postar poesia aqui no Blog. Confesso que me liguei um pouco em poesia apenas na minha juventude, quando li os básicos brasileiros: Drumond, Vinícius, Bandeira e, eventualmente, o português Fernando Pessoa. Acabei me interessando mais pela prosa, mas acho que perdi muito coisa boa nesse tempo todo.
Acho que poesia é mais ou menos com o Jazz. Para gostar, a mente tem de ter um tipo de conexão especial com esse tipo de arte. Em outras palavras, não é para qualquer um. O que em si não desmerece quem gosta ou quem não gosta de poesia (ou de Jazz). São apenas características pessoais e a questão de ter tido oportunidade de um contato maior ao longo da vida.
Mas acho que já estou me alongando demais neste post. Assim, segue a poesia do Quintana sobre a vida e o tempo. Espero que gostem e que sirva como uma "dica do Blog".
Não sei se terei condições de colocar novas notas aqui nos próximos dias. Mas pode ser que o Luiz Felipe reapareça. De qualquer forma, com novas postagens ou não, desejo a todos um ótimo feriado santo e uma ótima Páscoa!

O Tempo (Mário Quintana)
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

(...)
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.


5 comentários:

Maria Inês disse...

Muito agradável sua crônica, Marcos. Agradável como o mês de abril, se não fizer muito calor. Eu já conhecia essa poesia. Acho ela emocionante e instigante.
Já te desejo um feliz aniversário, embora você não tenha o dia (e acho que nem vai dizer).
Bjs.

Marcos Oliveira disse...

Olá Maria Inês. Obrigado pelo comentário!
Bem, não pretendo falar mais sobre isso aqui no Blog, mesmo porque tem gente mais importante fazendo aniversário esse mes, como o 'rei' Roberto Carlos, que é no dia 19 (acho). É dia 15.
Abraço.

Didi disse...

Poesia reflete a alma. O mundo seria melhor se mais pessoas gostassem de poesia.
Boa do Blog!

Anônimo disse...

Boa Páscoa a todos!

Unknown disse...

Oi Luiz!!!
Passeando pela blogosfera cheguei até o seu espaço...Gostei do que vi!!!
Gosto muito de Drummond, Quintana e outros tantos que escrevem tão bem e nos deixaram um legado maravilhoso.
Quando quiser conhecer o meu espaço, apareça, a casa é nossa, dos meus amigos.
Um abraço
Emilinha