SE alguém se surpreendeu com as últimas pesquisas, que parecem consolidar a caminhada de Dilma rumo ao Palácio do Planalto.
Eu não.
A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido.
O episódio de ontem no Rio é apenas mais um de uma lista de pequenas trapaças de Serras. Ele é provavelmente a primeira pessoa no mundo a fazer tomografia por receber uma fita crepe na cabeça. O médico que o atendeu disse, constrangido, que o exame acusara o que todo mundo já sabia. Não havia problema nenhum.
Serra aproveitou para fazer fotos no hospital, em meio a extemporâneas e descabidas declarações de paz e amor hippie. “Não entendo política como violência”, disse ele. Serra entende política como uma forma de triturar todo mundo para chegar à presidência. O melhor quadro do PSDB para suceder FHC era Pedro Mallan, que foi sabotado de todas as formas por Serra.
Serra quer ser muito ser presidente. O problema é que os brasileiros não querem que ele seja.
Em farisaísmo, a tomografia da fita crepe equivale à célebre frase de Monica Serra segundo a qual Dilma é a favor de matar criancinhas. Não conheceríamos a capacidade de jogar baixo de Monica se um repórter não estivesse presente para registrar a ação maldosa da candidata a primeira-dama.
Dilma deve ganhar menos pelos seus méritos e até menos pelo apoio do Lula do que pelos vícios da campanha vale-tudo de Serra.
Ele tem que sair de cena para que o PSDB se renove.
É possível que ele arraste Aécio na queda, agora que repousam sobre o mineiro as esperanças de operar uma reviravolta. Dilma bateu Serra no primeiro turno, e Aécio disse que vai mudar isso. Faz alguns mandatos já que quem ganha em Minas leva a presidência, e por isso as esperanças se reabriram.
Só falta Aécio combinar com os mineiros.
A última pesquisa mostra que a distância de Dilma sobre Serra em Minas se ampliou em vez de diminuir.
Serra talvez possa culpar Aécio se a virada não aparecer, eassim prosseguir, como um interminável Galvão da política, mais alguns anos em sua louca cavalgada rumo à presidência, num titânico duelo de vontades contra os brasileiros."
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Humor: Em menos de 24 horas, objeto sólido que atingiu Serra encolheu de 2kg para 0,5 kg
por Luiz Carlos Azenha
Houve um segundo objeto, alega o PSDB.
Índio da Costa, o candidato a vice, tinha dito ontem que o objeto tinha 2 kg.
Hoje, em Curitiba, José Serra encolheu o objeto: 0,5 kg.
E a Globo — sempre a Globo — transformou um borrão da Folha em um objeto definido: um rolo de fita.
A dedução lógica é que o rolo de fita, de 0,5 kg, atingiu o candidato e não deixou hematoma.
Não estou desacreditando nesta versão, não, embora as testemunhas citadas pelos jornais de hoje — Folha, Estadãoe O Globo — tenham sido incapazes de precisar o objeto ou o peso dele. Nem repórteres, nem fotógrafos viram. Nem o Gabeira, que estava por perto, viu exatamente o que aconteceu.
E o segundo objeto que teria acertado Serra — primeiro com 2kg, agora com 0,5kg — parece ter batido no topo da cabeça, não na lateral esquerda onde o médico que atendeu o candidato localizou o impacto (consistente com o que parecia uma bolinha de papel).
Um comentário:
Quem começou com essas coisas foi o PSDB, igual ao Collor em 1989.
Tomara que cheguem logo as eleições. As mentiras estão aumentando. E a mídia contribuindo.
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