3 de outubro de 2010

O "Fator Aborto"

Nós "cantamos a pedra" aqui no decorrer da semana.
A estratégia usada no Rio contra a Jandira Feghali quando ela começava a disparar na disputa do senado há quatro anos (ou oito?) se repetiu agora nacionalmente pela direita.
Não vamos repetir agora, depois do resultado.
Paulo Henrique Amorim acaba de postar em seu blog a mesma questão.
Reproduzimos aqui.

"Marina Silva, a candidata da direita-cristã-eco-capitalista, teve 31% dos votos no Rio.

O Governador Sérgio Cabral se elegeu com 65% dos votos.

A votação da Marina foi, de fato, uma “onda verde” não captada pelos institutos de opinião pública.

José Serra tem 30% dos votos desde 2002.

Como em 2010.

O PiG também não pode cantar vitória, porque o que levou a eleição para o segundo turno não foi a Erenice.

Foi a Marina.

Foi o aborto.

Foi essa nova direita brasileira, que a incompetência do Serra deixou vicejar: a direita cristã.

O fenômeno da eleição não é o Serra, uma “força desgastada”, mas essa corrente subterrânea, desapercebida, em que se tornou a Marina.

Não há caso de eleição no segundo turno para Presidente em que o líder perca.

A Dilma continua favorita.

O Lula ganhou nos Estados, no Senado e, provavelmente, na Câmara dos Deputados.

O desafio da Dilma e do Lula no segundo turno será enfrentar o problema do aborto, a religião e o tipo de feminismo que a Marina exibiu.

A única vitória que José Serra pode empunhar e, mesmo assim, terá que dividir com FHC, é a de Aloysio Nunes para o Senado em São Paulo.

Serra vai ter palanque em Minas – sabe-se lá quanto, porque a Dilma ganhou lá – e no Paraná.

Em Minas, Dilma ganhou por 46 x 31 e Anastasia teve 63%.

Ou seja, onde ganha o Aécio, ganha a Dilma também.

O problema agora será descobrir qual a força majoritária entre os conservadores: se o eco-capitalismo da Marina ou o neo-liberalismo dos tucanos de São Paulo.

O Aécio vai ter que arbitrar isso."


Paulo Henrique Amorim

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