O caso Battisti, a Itália de Berlusconi e a Soberania Brasileira.

Eu não terei tempo agora para traçar todos os paralelos que gostaria sobre este tema no contexto político brasileiro, mas eu busco ajuda primorosa no Mauro Santayana, o príncipe - segundo Leonardo Boff - dos jornalistas políticos do Brasil.

Pois é verdade, o Mauro tem uma desenvoltura como poucos e um conhecimento da história recente e passada, do Brasil e do Mundo, como só ele, então, além de um deleite a parte, as leituras dos seus textos são aulas raras de cidadania brasileira!

Nas últimas semanas ele se dedicou à Itália de Berlusconi, aquela que quer ir ao Tribunal de Haia contra o Brasil e escreveu com fartura sobre o caso Battisti, a soberania brasileira e as grandes perdas políticas de Berlusconi. Conheça um pouco você também, o Brasil urge, a mídia direitista não pensa na nação brasileira e a elite endinheirada aposta nisso.

"A SOBERANIA, O STF E O CASO BATTISTI

A decisão do STF, ao não permitir a intromissão do governo italiano em assuntos internos brasileiros, transcende a personalidade de Césare Battisti. Ainda que ele fosse o monstro que seus inimigos dizem ser, ainda que seus crimes fossem – como afirma o governo italiano – de reles latrocínio, a decisão de negar sua extradição é de estrita soberania brasileira. O Tratado de Extradição, com todo o respeito pelo advogado Nabor Bulhões, que representa a Itália, e é um dos mais respeitados profissionais de nosso País, prevê, claramente, que cabe à parte requerida considerar se os crimes cometidos são, ou não, políticos. O Presidente Lula, depois de ouvir seus assessores jurídicos – o que seria dispensável, diante da clareza do texto do acordo, decidiu negar a extradição. O Presidente agiu conforme as suas prerrogativas constitucionais." LEIA MAIS 

"A ITÁLIA DISSE NÃO A BERLUSCONI

A derrota de Berlusconi, na consulta plebiscitária, apesar da crescente impopularidade do primeiro ministro, trouxe duas surpresas. A primeira delas foi o comparecimento que, superando o patamar constitucional de 50%, validou a consulta, e a segunda, a derrota das decisões do governo pela inédita maioria de 95% em média, nas quatro questões propostas. Como se sabe, há 16 anos não se obtinha o quorum mínimo para anular uma lei ou decisão governamental.

Ainda que, do ponto de vista da atualidade política, a massacrante vitória da oposição seja a da não imunidade (melhor, não impunidade) de Berlusconi e de seus ministros, os outros pontos da consulta golpeiam fundo os postulados do neoliberalismo, sobre os quais Berlusconi estabeleceu o seu poder. O povo disse não à acelerada privatização da água, fechando o passo à ampliada exploração dos recursos hídricos pelas sociedades capitalistas, algumas delas provavelmente estrangeiras, da mesma forma que se manifestou contra a energia nuclear." LEIA MAIS