23 de julho de 2011

Do País Basco ao Google: cuidado com os "filtros-bolha"

Em meados dos anos 1990 fiz uma matéria para o extinto (por enquanto...) Jornal Metamúsica sobre o Rock Progressivo espanhol. Como era normal - nesse tipo de artigo - fazia inicialmente uma abordagem do contexto histórico do país tentando entender os motivos que poderiam ter gerado a sonoridade diferenciada de cada região. Pois bem, no caso espanhol ficou bem interessante pois cada parte daquele país tem uma tradição bem particular e diferenciada entre si. Não vou me estender, mas o ponto que quero chegar é que um único parágrafo que escrevi no longo texto me causou uma surpresa. Foi quando falei sobre a música do País Basco (extremo norte da Espanha e sudoeste da França). Fui falar que a região sempre buscou sua independência... Recebi duas cartas da Espanha (o jornal chegava lá e naquela época ainda se enviavam cartas pelo correio), uma agradecendo e parabenizando pelo que tinha dito e outra me perguntando com que base eu falava um absurdo daqueles!

É uma longa história mas o importante é o seguinte: é claro que quando emitimos opinião podemos influenciar ou provocar reações favoráveis ou contrárias. Isso não é problema quando a coisa está nos trâmites normais: meio, mensagem, 'transmissor', 'receptor', etc. Mas e quando esses referenciais se perdem?

O video a seguir traz uma palestra de apenas 9 minutos com tópicos bem atuais (fiquem tranquilos, não é nada de Rock Progressivo espanhol): Internet, Google, Facebook, Yahoo e as suas ferramentas de oferta de informações.

Para entender e se animar a ver a palestra imagine que você digite no Google a palavra "coração". Eu daqui a mesma coisa. Se você for da área de saúde a primeira opção ofertada poderá ser "Sistema Cardiovascular". Já para mim poderá ser "Insensato Coração"!

Mais claramente: a coisa toda está sendo individualizada de acordo com um padrão que só Deus sabe qual. Estão determinando o que você "precisa" ver de acordo com suas "preferências".

Mas, peraí, eu pedi isso? Preocupante. Assistam e entenderão melhor (lembrando que tem legendas em português, é só selecionar em "Subtitles", caso não venha já com essa opção aberta). Para facilitar a leitura, coloquem em tela cheia.

Um comentário:

InSônia disse...

Muito boa Marquinho!
Benvindo.Já estava com saudades. O blog é mais legal em dupla, você e o Luiz Felipe.
Bjjjjjj.