18 de agosto de 2011

Lula & Dilma: de 2011 a 2014 (e além)

Desde antes da eleição da Dilma já se falava em "Lula 2014". É claro que isso tem base para ser dito devido ao estrondoso sucesso popular do governo dele.

No entanto concordo que o momento é de priorizar as eleições de 2012.

Além disso é necessário dar todo o apoio a Dilma nos desafios (inclusive internacionais que afetam o Brasil) que se apresentam agora e se apresentarão nos próximos anos.

E também na história do combate à corrupção. Trata-se de um caminho espinhoso, até mesmo perigoso para o mandato dela. Tem de ir avançando sempre, mas com muito cuidado.

Matéria da Folha de hoje:

Lula diz que debater sucessão de Dilma agora é "tiro no pé"

Ex-presidente critica aqueles que pregam a sua volta e busca reconciliar a sucessora com os partidos aliados. Na avaliação de amigos de Lula, Dilma ouviu os conselhos e começou a se reunir com líderes de sua base no Congresso

VALDO CRUZ / NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez chegar a líderes petistas a avaliação de que julga um "tiro no pé" debater agora a sucessão de 2014 e que o PT deve se preocupar no momento com as eleições municipais de 2012.
Em conversas reservadas, Lula disse a amigos desaprovar o comportamento de petistas que, por estarem contrariados com a presidente Dilma, pregam sua volta em 2014 como candidato do PT na eleição presidencial.
Segundo Lula, Dilma é a candidata natural à reeleição, principalmente se fizer um bom governo. Qualquer mudança de rota, diz, depende de uma decisão dela.
O petista está preocupado com o nível de insatisfação não só dentro do PT como entre outros aliados, sobretudo peemedebistas, em relação a decisões da presidente -como a faxina no governo e a falta de diálogo do Planalto com a base governista.
Para Lula, um debate prematuro sobre a sucessão só tende a prejudicar o governo e ajudar a oposição. O próprio Lula, porém, tem estimulado os petistas a lembrar seu nome para 2014 com suas movimentações políticas.
Além de lançar o Instituto Lula, ele tem viajado pelo país e dado declarações sobre os mais diversos temas.
Apesar dos recados enviados aos petistas, Lula também já fez chegar a Dilma que ela precisa se reaproximar de sua base para diminuir seus atritos com aliados.

CONSELHOS
Na avaliação de amigos de Lula, os conselhos deram resultados e Dilma começou a se reunir com líderes aliados para garantir um clima de tranquilidade no Congresso -que na semana passada, chegou a entrar em "greve branca" na Câmara por conta da insatisfação com a demora na liberação de verbas das emendas parlamentares.
O recado de Lula foi endossado publicamente por petistas próximos ao ex-presidente. O senador Jorge Viana (PT-AC) classificou como "desastre" discutir 2014 agora. "Se seguirem com isso, é o começo do fim", afirmou.
Segundo ele, os problemas atuais na relação com o Planalto são "naturais" em início de governo e que os aliados não podem alimentar essa "armadilha maluca".
Lula vai insistir com os petistas que eles precisam gastar suas energias com a articulação de alianças para as eleições municipais de 2012. O ex-presidente será o principal articulador petista na definição das candidaturas do PT no próximo ano.
A presidente já informou a Lula que não pretende participar destas articulações, deixando-as sob a sua responsabilidade.
Dilma acredita que entrar nesse debate pode piorar sua relação com aliados e que, no momento, precisa se concentrar na pacificação de sua base e nas ações para enfrentar a piora da crise mundial."



Trecho:
(...)"O que se sente é o temor que se adensa. Diante do que ocorre hoje em outros países, com o explodir do inconformismo em atos de violência, alguns tentam esconjurar o medo, com o lugar comum de que “brasileiro não é assim”, “o povo já está acostumado”, “isso é fogo de palha”. E há, realmente, os alienados, de escamas nos olhos, cera nos ouvidos e neurônios raquíticos, sobretudo os que não conhecem a história. Não sabem que o Brasil foi construído com rebeliões populares sucessivas, e se todas foram vencidas ou engambeladas pela esperteza das oligarquias, o país sempre foi melhor depois, ainda que tenha pago o tributo de sangue, no fuzilamento de bravos patriotas, como ocorreu na repressão brutal aos revolucionários de 1824, no Nordeste.

A corrupção só medra e se espalha, como as carrapicheiras, porque as instituições foram construídas e reformadas a fim de lhe dar abrigo. Se, no passado, as empreitadas para obras de infraestrutura permitiam e estimulavam a corrupção, hoje a grande oportunidade está na terceirização de serviços, sobretudo mediante as chamadas organizações não governamentais. O ideal dos formuladores do Consenso de Washington, a serviço do grande capital financeiro, é o de reduzir o Estado a mero coletor de impostos e distribuidor de recursos aos prestadores de serviços, grandes corporações ou organizações fantasmas, como as criadas por alguns políticos, a fim de complementar sua remuneração.

Com a consciência de que é necessário extirpar a corrupção pelas raízes, cresce o apoio à Presidente Dilma Roussef, a fim de que ela prossiga no saneamento do governo. Personalidades respeitáveis do país fazem chegar ao Planalto as mensagens de apoio à Chefe de Estado. Os dirigentes da CNBB – o Cardeal Raymundo Damasceno, D. José Belisário e D. Leonardo Ulrich – estiveram em seu gabinete e, em nota oficial, deixaram claro que:

“Os princípios éticos da verdade e da justiça exigem exemplar apuração dos fatos, com a conseqüente punição dos culpados, porque não se pode transigir diante da malversação do emprego do dinheiro público. Sacrificar os bens devidos a todos é um crime que clama aos céus por lesar, sobretudo, os pobres”."(...).

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