6 de agosto de 2011

O apartamento no Rio

O que me inspirou escrever sobre esse assunto foi uma crônica que li esta semana da Cora Ronai. Ela falou sobre o apartamento da família dela no Bairro Peixoto (Copacabana), mesmo prédio onde morou, lá pelos idos dos anos 60, a família do Nelson Motta e, mais tarde, Gilberto Gil (foi onde nasceu a Preta Gil). No prédio em frente morava (ou mora ainda) o Artur Xexeo. Atualmente ela reside de frente pra Lagoa - área nobre - depois de ter de sair do prédio em Copacabana por conta de danos irreversíveis no antigo edifício.

Foi difícil pra ela sair dali e mais complicado escolher um novo local, pois levava em conta as "energias" (positivas ou negativas) percebidas quando visitava o imóvel. Ela contou que tem recebido inúmeros telefonemas de corretores perguntando se ela quer vender o apartamento que mora. Não quer.

Chegamos à minha parte. Nasci e fui criado (até os 12 anos) em um pequeno bairro da Zona Oeste chamado Cosmos, região administrativa de Campo Grande. Era como o Bairro Peixoto em relação à Copacabana, em uma tremenda forçação de barra de minha parte, pois são mundos totalmente diferentes. Vocês não conhecem Cosmos, nem Inhoaíba, nem Paciência. Mas devem ter ouvido falar de Campo Grande e Santa Cruz. Os três primeiros ficam entre os dois últimos, seguindo a linha férrea, dos trens da Central de minha infância.

Mas e a história do apartamento do título do post? Já chego lá. Atualmente toda a cidade do Rio sofre um surto de crescimento imobiliário. Inclusive o distante bairro de Campo Grande. Condomínios e edifícios partem da área nobre da Zona Oeste (Barra e Recreio) e chegam ao subúrbio, com muitas ofertas para todos os gostos. Na zona Sul não vai ser diferente nos próximos anos, mesmo com o cronico problema da falta de espaço para novos lançamentos.

Copa do Mundo, Olimpíadas, situação econômica positiva do país... Muitos elementos que colocaram a cidade maravilhosa na rota internacional do que está "na moda". Aí a procura por imóveis aumenta. E isso tem um preço. E estou falando de dinheiro mesmo.

O que eu falei lá no título é o seguinte: sempre esteve em meus planos adquirir um apartamento no Rio (moro a uns 280 km de distância). Não na minha região natal, mas em áreas mais nobres. Onde? Bem, a Barra nunca me atraiu muito e as Repúblicas Independentes de Ipanema & Leblon (incluindo "de frente pra Lagoa") sempre estiveram muito longe do meu orçamento. Restam lugares que acompanham o litoral e que eu gosto: Copacabana, Flamengo, Botafogo, Urca, Laranjeiras e tudo ali por perto.

Sempre foi um desejo, mas nunca tive di$po$ição $uficiente para encarar. Só que agora sim! Agora sim que não vou conseguir nunca!

Os fatores citados que provocaram um aumento do interesse pelo Rio jogaram os preços - que nunca foram baixos - nas alturas. Mesmo fora da faixa nobre litorânea os valores mais que dobraram em pouco tempo. Na Tijuca, por exemplo, um apartamento poderia ser adquirido por 200 pratas. Depois da pacificação das favelas no entorno não se encontra nada por menos de 500. E continua subindo.

Bem, toda essa história de desejar um ap. no Rio é de menor importância para nossos estimados leitores. O importante é que as obras de infra-estrutura e melhoria de tráfego sejam efetivamente realizadas. Exemplos são o entorno das principais praças esportivas, aeroportos, revitalização da zona portuária, acesso à Barra, metrô, etc.

Quanto às novas ofertas de imóveis, que eles venham representar - de alguma forma - a beleza natural do Rio (sem custar uma fortuna). É que uma vez vi uma reportagem fotográfica sobre os principais bairros. Eles faziam fotografias dos prédios tendo ao fundo as montanhas e/ou o mar. Tudo lindo. Depois mostravam as mesmas fotografias mas com a natureza removida no Photoshop. Resultado: uma cidade feia. Com tantos arquitetos ótimos o que mais temos são edifícios sem graça. Sem falar em horríveis obras públicas interferindo negativamente na paisagem.

Quanto ao apartamento que não tenho, é melhor não ficar falando "nunca", né?! As recomendações psicológicas e espirituais falam da força do pensamento construindo realidades (pena que não construam prédios e ainda bem que não removem montanhas - pelo menos as do Rio; já interferiram muito ali).

Além disso, vai que sou sorteado naquele Título de Capitalização! Mas aí vou querer uma casa no campo também! :)


Um comentário:

Ryan disse...

Marcos, eu li essa crônica da Cora e o seu texto ficou um desenvolvimento muito interessante daquele em que foi inspirado. Parabéns pela cronica.
Torço para que consigas o apartamento e a casa no campo. Huahuahua.
Agora com relação as obras, espero que depois de 2014 e 2016 o Rio melhore muito, pois atualmente está estressante.
Abs.