13 de abril de 2012

Transformações Cerebrais e o Tempo (ou: do que eu estava falando mesmo?)

Caros amigos e amigas acima dos 40, olhem essa interessante matéria sobre envelhecimento, intelectualidade e emoções: nosso cérebro na meia-idade.
Como o artigo é grande, coloquei apenas uma parte dele. Para ler tudo cliquem no link do título para acessar a página da revista que publicou (Época).
Ok, não é lá um assunto próprio para sexta à noite, mas podem deixar para ler depois.
Primeiro a cerveja, né?!
Só um pequeno comentário: pelos últimos estudos científicos diria que estamos no 'outono'  mas não estamos mal.
No entanto é bom colocar o cérebro para funcionar sempre, além de manter boa alimentação e fazer atividades físicas.
Mas sexta e sábado podem esquecer essas coisas. Até do blog que fica inventando coisa! O blogueiro já deve ter passado da meia-idade...
 

Como a idade faz nosso cérebro florescer
"A partir de um certo momento da vida, que, para a maioria de nós, começa depois do aniversário de 40 anos, a grande questão neurológica se resume a uma pergunta: aonde diabos foram parar todos os nomes que eu esqueço? No início, desaparece o nome de uma atriz famosa. Depois, some o nome dos filmes que ela fez. Mais adiante, você não consegue achar no mar de neurônios o nome do famoso marido dela, muito menos o do outro ator, manjadíssimo, com quem ela contracenou em seu trabalho mais célebre. A débâcle ocorre no almoço de domingo em que você se percebe, diante da cara divertida de seus filhos, tentando explicar: “Aquele filme, com aquela atriz australiana, casada com aquele outro ator...”.

Essa, você já sabe – ou vai descobrir dentro de algumas décadas –, é a parte chata de um cérebro que bateu na meia-idade. Ela vem junto com muitas piadas e uma dose elevada de ansiedade em relação ao futuro. O que você não sabe, mas vai descobrir nas próximas páginas, é que existe outro lado, inteiramente positivo, das transformações cerebrais trazidas pelo tempo. “Conforme envelhecemos, o cérebro se reorganiza e passa a agir e pensar de maneira diferente. Essa reestruturação nos torna mais inteligentes, calmos e felizes”, diz a americana Barbara Strauch, autora de O melhor cérebro da sua vida. O livro, recém-lançado no Brasil pela editora Zahar, reúne argumentos que fazem a ideia de envelhecer – sobretudo do ponto de vista intelectual – bem menos assustadora do que costuma ser."
(..)

"É irresistível pensar que, talvez, a superativação do cérebro, representada pelo uso simultâneo de várias áreas, possa estar por trás das melhoras de raciocínio relatadas por quem está na meia-idade – e comprovadas pelos pesquisadores. Os cientistas descobriram que um sistema muito especial do cérebro, formado por circuitos localizados em camadas profundas do órgão, está constantemente ativado nos adultos de meia-idade. O sistema, chamado de modo- padrão, é usado nos momentos de reflexão, quando pensamos sobre o que aconteceu recentemente, fazemos balanços e traçamos planos para nós mesmos. Os pesquisadores concluíram que os adultos simplesmente não conseguem desligar o modo-padrão, algo que os jovens fazem quando estão envolvidos em uma tarefa. Os adultos, mesmo quando estão concentrados, continuam o bate-papo interno com eles mesmos.

“O modo-padrão do cérebro ainda é um completo mistério”, diz a neurocientista Patricia Reuter-Lorenz, pesquisadora da Universidade de Michigan. Estar em constante reflexão pode nos tornar distraídos, mas também pode ajudar a ter boas ideias. Isso explicaria por que adultos de meia-idade têm o raciocínio afiado, embora não lembrem onde puseram a carteira.

O cérebro de meia-idade pode ganhar habilidades surpreendentes conforme envelhecemos, mas isso não acontece com todos. Os cientistas perceberam que só os adultos que sempre tiveram hábitos saudáveis e vida intelectual ativa apresentaram a superativação. Há indícios de que a prática frequente de exercícios físicos promove o nascimento de novos neurônios em uma região do cérebro associada à memória. E atividades que desafiam o cérebro, como aprender uma nova língua ou até mesmo exercícios de memória, evitam que áreas do cérebro “enferrugem”. É como se essas atividades criassem uma reserva de neurônios que pode ser usada pelo cérebro quando ele entra em declínio. “Se a pessoa conseguiu criar uma boa reserva, é provável que tenha mais mecanismos para suprir deficiências causadas pelo envelhecimento”, diz o neurologista Ivan Okamoto, pesquisador do Instituto da Memória da Universidade Federal de São Paulo.
Adultos que têm hábitos saudáveis e mente ativa mostram cérebro de alto desempenho na meia-idade

Há poucos anos, a meia-idade costumava ser considerada uma fase de crises, desencadeadas pela percepção dos primeiros lapsos de memória. Eles seriam sinal inequívoco da aproximação da velhice e, consequentemente, da morte. A percepção da brevidade da vida despertaria um conjunto de comportamentos chamado pelo psicólogo canadense Elliott Jaques de crise da meia-idade – sim, a famosa. Entre os sintomas descritos por Jaques no artigo de 1965 que deu origem ao termo estão “preocupação doentia com a saúde e a aparência”, “promiscuidade sexual” e “ausência de verdadeiro prazer em viver”. Esse tipo de comportamento pode ser facilmente encontrado entre pessoas de meia-idade, mas o conceito não tem base científica.

Jaques propôs sua teoria ao analisar casos de artistas que teriam mudado o estilo de suas obras após os 40 anos – um grupo pequeno e específico demais. Um dos estudos mais abrangentes a averiguar o nível de bem-estar nessa fase da vida mostrou que a maioria das pessoas se diz mais feliz do que antes. Segundo levantamento com 8 mil americanos da Fundação MacArthur, instituição privada de fomento à pesquisa nos Estados Unidos, apenas 5% dos entrevistados apresentavam reclamações. E, mesmo entre esses, a maioria já enfrentara problemas semelhantes em outras épocas – o que isentaria a culpa da meia-idade.

Aos 52 anos, o físico Marcelo Gleiser, professor do Dartmouth College, nos Estados Unidos, diz ter encontrado serenidade, e não angústia. “Quando você fica mais velho, torna-se mais calmo e seguro”, afirma. Ele diz ser capaz de escolher desafios com mais critério, para concentrar tempo e energia em problemas que possa resolver. “Conhecer os próprios limites dá paz de espírito.” Os estudos de neurociência sugerem que essa pacificação interior também está relacionada a alterações do cérebro. A equipe da psicóloga Mara Mather, da Universidade do Sul da Califórnia, mostrou imagens tristes e repulsivas a voluntários maduros e a jovens. Concluiu que nos mais velhos a área do cérebro responsável pelas emoções reagia menos às figuras negativas. Concluiu que era um sistema de proteção. O cérebro parecia escolher dar menos atenção ao lado ruim da vida. Há nisso mais inteligência e sabedoria do que um cérebro jovem talvez seja capaz de perceber"

Um comentário:

Anônimo disse...

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