27 de maio de 2011

Para além do pacto com o capeta e do envenenamento por um marido ciumento: a genialidade de Robert Johnson

Já postei aqui sobre o Jazz & Blues do mês de Junho no Brasil (Festivais BMW e Rio das Ostras).
E já falei sobre o Jazz espiritual de John Coltrane.
Que tal agora conhecer um pouco das raízes que deram o direciomento do que seria o Rock décadas depois?
Uma das maiores influências de grupos como Rolling Stones, Led Zeppelin e de músicos como Eric Clapton, foram os músicos e cantores de Blues das décadas de 1930 e 1940, época em que o estilo estava se transformando de rural para urbano - antes do início da eletrificação - sobretudo no sul dos Estados Unidos.

O programa que inseri logo abaixo é uma edição do "Poeira Cast" (versão "radiofônica" - na verdade um Podcast - da revista Poeira Zine) e trata de uma pessoa crucial no desenvolvimento do Blues, da guitarra, na forma de cantar e que daria base para muito da evolução musical do Rock. O nome da figuraça (no bom sentido) é Robert Johnson.

Se eventualmente usamos o termo "figura lendária" aqui no blog para designar muita gente, justiça seja feita: talvez Robert Johnson seja o sujeito que verdadeiramente merece esse título em toda sua plenitude.
Não só por sua importância musical, como também por sua breve vida cheia de mistérios, mitos, lendas e histórias que nunca saberemos se são verdade ou não.
Por tudo isso vale a pena ouvir o programa. Mesmo para quem não se interessa muito por esse tema musical.

Logo após coloquei uma música de sua autoria, cantada por ele mesmo em uma de suas poucas gravações registradas. Sugiro primeiro ouvir o programa. É que trata-se de gravação de 1937, Blues ainda puxando para o rural. Para os desavisados pode parecer tosco, sem sentido. Assim, se vocês ouvirem antes o programa poderão entender um pouco mais do que estarão ouvindo e aí a estranheza pode não ser tão grande.
Ao final, uma pequena biografia que eu copiei e colei a partir de tópico de Wikipedia.

Aliás, tem um parágrafo ali que explica melhor o que eu acabei de dizer: "Johnson é frequentemente citado como "o maior cantor de blues de todos os tempos", ou mesmo como o mais importante músico do Século XX, mas muitos ouvintes se desapontam ao conhecer o seu trabalho, pois o estilo peculiar do Delta Blues e o padrão técnico das gravações de sua época estão muito distantes dos padrões estéticos e técnicos atuais. "



Robert Leroy Johnson (8 de maio, 191116 de agosto, 1938) foi um cantor e guitarrista norte-americano de blues. Johnson é um dos músicos mais influentes do Mississippi Delta Blues e é uma importante referência para a padronização do consagrado formato de 12 compassos para o blues. Influenciou grandes artistas durante anos como Muddy Waters, Led Zeppelin, Bob Dylan, The Rolling Stones, Johnny Winter, Jeff Beck, e Eric Clapton, que considerava Johnson "o mais importante cantor de blues que já viveu". Por suas inovações, músicas e habilidade com a guitarra ficou em quinto lugar no ranking dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos da revista Rolling Stone.

Vida
Johnson nasceu em Hazlehurst, Mississippi. Sua data de nascimento oficialmente aceita (1911) provavelmente está errada. Registros existentes (documentos escolares, certidões de casamento e certidão de óbito) sugerem diferentes datas entre 1909 e 1912, embora nenhum contenha a data de 1911.
Robert Johnson gravou apenas 29 músicas em um total de 41 faixas, em duas sessões de gravação em San Antonio, Texas, em Novembro de 1936 e em Dallas, Texas, em Junho de 1937. Treze músicas foram gravadas duas vezes. Suas músicas continuam sendo interpretadas e adaptadas por diversos artistas, como Eric Clapton, The Rolling Stones, The Blues Brothers, Red Hot Chili Peppers e The White Stripes.

Morte
Em 1938 durante uma apresentação no bar "Tree Forks" Johnson bebeu whisky envenenado com estricnina, supostamente preparado pelo dono do bar, o qual estava enciumado por Jonhson ter flertado com sua mulher. Sonny Boy Williamson, que estava tocando junto com Jonhson, havia alertado-o sobre o whisky, porém este não lhe deu atenção. Johnson se recuperou do envenenamento, mas contraiu pneumonia e morreu 3 dias depois, em 16 de Agosto de 1938, em Greenwood, Mississippi. Há várias versões populares para sua morte: que haveria morrido envenenado pelo whisky, que haveria morrido de sífilis e que havia sido assassinado com arma de fogo. Seu certificado de óbito cita apenas "No Doctor" (Sem Médico) como causa da morte.
Outro mito popular recorrente sugere que Johnson vendeu sua alma ao diabo na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em Clarksdale, Mississippi com seu violão e uma garrafa de whisky adulterado, quando um bend escandaloso de uma gaita cromada, era o diabo. Tomou seu violão e afinou um tom abaixo, devolveu para Johnson e tocou como toca nas gravações... fez isso em troca da proeza para tocar guitarra. Este mito foi difundido principalmente por Son House, e ganhou força devido às letras de algumas de suas músicas, como "Crossroads Blues", "Me And The Devil Blues" e "Hellhound On My Trail". O mito também é descrito no filme de 1986 Crossroads e no episódio 8, da segunda temporada da série Supernatural.

Influência
Johnson é freqüentemente citado como "o maior cantor de blues de todos os tempos", ou mesmo como o mais importante músico do Século XX, mas muitos ouvintes se desapontam ao conhecer o seu trabalho, pois o estilo peculiar do Delta Blues e o padrão técnico das gravações de sua época estão muito distantes dos padrões estéticos e técnicos atuais.
Embora Johnson certamente não tenha inventado o blues (há rumores de que foi Charley Patton a primeira estrela do delta blues), que já vinha sendo gravado 15 anos antes de suas gravações, seu trabalho modificou o estilo de execução, empregando mais técnica, riffs mais elaborados e maior ênfase no uso das cordas graves para criar um ritmo regular. Suas principais influências foram Son House, Leroy Carr, Kokomo Arnold, Charley Patton, e Peetie Wheatstraw. Johnson tocou com o jovem Howlin' Wolf e Sonny Boy Williamson (que afirma ter estado presente no dia do envenenamento de Johnson e ter alertado Johnson sobre a garrafa de whisky). Johnson influenciou Elmore James e Muddy Waters, e o blues elétrico de Chicago na década de 1950 foi criado em torno do estilo de Johnson. Há uma linha direta de influência entre a obra de Johnson e o Rock and roll que se tornaria popular no pós-guerra.
Anos após sua morte, o grupo de admiradores de Johnson cresceu e inclui astros do rock como Keith Richards e Eric Clapton.
Em 1999 os The White Stripes lançaram no seu álbum de estréia homônimo uma canção de Johnson; Stop Breaking Down.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eric Clapton gravou um tributo a Robert Johnson intitulado "Me and Mr. Johnson", onde, acompanhado por Andy Fairweather Low e Doyle Bramhall II nas guitarras, Billy Preston nos teclados, Nathan East no baixo, Steve Gadd na bateria e Jerry Portnoy na gaita, Clapton desfila catorze covers, a saber: "When You Got A Good Friend"/ "Little Queen Of Spades"/ "They're Red Hot"/ "Me And The Devil Blues"/ "Traveling Riverside Blues"/ "Last Fair Deal Gone Down"/ "Stop Breakin' Down Blues"/ "Milkcow's Calf Blues"/ "Kindhearted Woman Blues"/ "Come On In My Kitchen"/ "If I Had Possession Over Judgment Day"/ "Love In Vain"/ "32-20 Blues" e "Hellhound On My Trail".

Existem outros tributos a ele.

Parabéns pelo post em homenagem a esse lendário bluesman!