25 de agosto de 2010

O Compositor e a Estilista

O russo Igor Stravinsky foi um dos principais compositores da moderna música erudita do século XX.
Sem deixar se contaminar por vanguardas inconsequentes mas com uma inovação sem precedentes, a música de Stravinsky surpreende até hoje.
Sua mais famosa criação é o balé "A Sagração da Primavera", em parceria com outro russo genial, o baiarino e coreográfo Vaslav Nijinsky.
A francesa Gabrielle Chanel foi uma das principais estilistas do século XX, criando uma roupa feminina (também) inovadora para os padrões da época e que depois se tornaria clássica (o mesmo do seu corte de cabelo...). Com o sucesso adotaria nome de Coco Chanel.
Bem, isso eu sabia. E acho que vocês também.
O que eu não sabia é que Stravinsky e Chanel tinham vivido um tórrido e complicado romance 'proibido'(Coco era viúva, mas Igor era casado tinha quatro filhos e esposa doente).
Isso é contado no filme "Igor Stravinsky & Coco Chanel" de Jan Kounen que estreiou esta semana no Brasil.
A história começa no distante ano de 1913 e avança pela década de 1920.
Eu não vi ainda, mas a crítica especializada está elogiando o filme, até mesmo por conta desse curioso fato que era desconhecido até hoje por muitos fãs do compositor e da estilista.



"Tudo estava acontecendo naquela frenética Paris do início do século 20. Uma noite emblemática aconteceu em 21 de maio de 1913, na estreia do balé "A sagração da primavera", com música de Igor Stravinsky e coreografia e dança de Vaslav Nijinsky - provocando reações tão violentas do público no Teatro Champs-Elysées que seus responsáveis chamaram a polícia.
Na plateia, estava presente uma outra artista fora do comum - a estilista francesa Coco Chanel, que rompia os parâmetros da moda e caminhava para tornar-se sinônimo de figurinos clássicos que ultrapassariam seu tempo. E nascia também, naquela noite de 1913, a semente de um romance que só frutificaria 7 anos depois, entre Coco e Stravinsky.
Baseado em livro de Chris Greenhalgh - que estreia nos cinemas do país nesta sexta-feira (20) - "Coco Chanel & Igor Stravinsky", de Jan Kounen, não esgota sua atração neste caso entre dois dos maiores e mais temperamentais artistas do século passado. Embora não lhe faltem cenas de sexo, cuidadosamente encenadas, o enredo coloca em primeiro plano a troca entre estas duas personalidades extremadas no momento de sua máxima criatividade.
A oportunidade para o romance se apresenta em 1920, pouco depois da Revolução Russa e da 1a Guerra Mundial. Exilado e pobre, Stravinsky (Mads Mikkelsen, de "Depois do casamento") aceita a hospitalidade de Coco (Anna Mouglalis) em sua vila perto de Paris, levando a mulher Katarina (Yelena Morozova) e os quatro filhos.
Protegido pela já rica e consagrada estilista, ele encontra sossego e apoio para dedicar-se integralmente à composição de sua música extraordinária. As faíscas explodem entre Igor e Coco, dois seres voluntariosos. E Coco está só, desde a morte de seu amado Arthur 'Boy' Capel (Anatole Taubman).
Não existe espaço para a culpa no espírito independente de Coco. Igor não pode dizer o mesmo - e, para ele, a dualidade de sentimentos é maior, pois Katarina é sua melhor conselheira artística, embora seu corpo esteja tão doente, afetado pela tuberculose.
Embora contaminado por alguma frieza - que em parte tem sentido, para fazer justiça ao cerebralismo dos dois protagonistas -, o filme de Kounen dá conta de forma bem mais complexa da personalidade de Coco Chanel, cuja biografia antes da fama foi retratada um tanto palidamente em "Coco antes de Chanel", de Anne Fontaine, em que a estilista foi interpretada por Audrey Tautou ("O fabuloso destino de Amélie Poulain").
Como se poderia esperar, os figurinos são deslumbrantes e assinados pela Casa Chanel. A francesa Anna Mouglalis, aliás, é modelo exclusiva da grife." (Fonte: Cineweb)

3 comentários:

Inês disse...

Marcos, faltou citar a linha de perfumes Chanel, sobretudo o maior clássico da perfumaria francesa, o Chanel nº 5.

Leila disse...

Com certeza, Inês! O nº 5 é um "must", né não?

Marcos Oliveira disse...

É verdade, meninas.
Em qualquer retrospecto do desenvolvimento da milionária industria da perfumaria francesa esse perfume é lembrado como referência.
Ele foi criado em 1920 sob encomenda para o perfumista Ernest Beaux. Coco Chanel deu a determinação de ser um perfume "com cheiro de mulher". Ele fez diversas misturas e, dentre todas as amostras, Coco Chanel escolheu a de n. 5, daí o nome.
O frasco art-decó foi incorporado ao acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959.
Ele continua com o mesmo aroma criado em 1920 (80 anos depois continua com a mesma fórmula e frasco).