Recebi o artigo abaixo e reproduzo aqui.
A fonte é o livro "Nadie Vio Matrix" do escritor, jornalista e economista argentino Walter Graziano.
Oportuno neste momento para entender as ações americanas all over the world.
A filosofia política de Leo Strauss
Hitlerismo sem Hitler
"A ala conservadora do Partido Republicano dos EUA – hoje muito predominante neste – vem se nutrindo da filosofia política de um alemão emigrado por motivos raciais durante o Terceiro Reich: Leo Strauss. Estabelecido nos Estados Unidos, Strauss foi muito bem recebido na Universidade de Chicago (fundada e dirigida pelos interesses do petróleo, onde ademais trabalhavam os economistas mais conservadores como Milton Friedman e nos físicos que haviam levado a cabo os estudos para desenvolver a bomba atômica). Em Chicago, Strauss desenvolveu suas teorias políticas que têm inspirado não só o Partido Republicano como também o CFR, da mesma maneira que no passado mais distante as sociedades secretas se nutriam da filosofia da história hegeliana para levar a cabo suas atividades revolucionárias.
As teorias de Strauss podem resumir-se em uma premissa básica e três linhas de ação para atingir seus objetivos. Straus era um leitor acrítico de Nicolau Maquiavel e foi, de fato, seu continuador, ou quem formulou suas teses. Sua premissa básica é a seguinte:
Por direito natural, os fortes devem governar sobre os fracos.
Suas três linhas de ação representam uma verdadeira metodologia para atingir objetivos de domínio através da globalização. Estas têm sido e seguem sendo as seguintes:
a) Dado que não existem verdades absolutas, senão somente relativas, é necessário que os governos mintam. Os governos devem dar à população através da mídia somente um mínimo indispensável de informação fidedigna, pois em geral, não cabe outra opção que a mentira e o engano, a fim de manter o mais monoliticamente possível a fé das massas em um futuro melhor e em uma escala de valores. A mentira e o engano devem ser as armas para impedir qualquer pendor ao ceticismo ou niilismo por parte das massas, o que bem poderia levar à anarquia.
b) Contrariamente ao que se estabelece a maioria das constituições democráticas no que diz respeito à necessidade de se separar o Estado da Igreja, Strauss pensava, tal e qual os políticos conservadores norte americanos com Bush encabeçando a lista, que a fé religiosa e as evocações a um deus todo-poderoso ajudam em boa medida a que este ceticismo ou niilismo se reduza a um mínimo possível. A religião então, qualquer que seja, é uma potente arma de domínio, tal e qual a mentira e o engano, para conseguir o alinhamento do povo a um líder e uma classe dominante que deve governar um país por “direito natural”. As sociedades secretas anotaram muito bem esta indicação, como se pode ver no capítulo cinco.
c) A base de qualquer Estado e qualquer governo é a existência de um inimigo. A luta contra um inimigo comum serve para aglutinar mais as massas, um perigoso inimigo externo muitas vezes aparece de maneira espontânea ou imprevisível, mas segundo Strauss, e os políticos que têm caído sob sua influência, se este inimigo não existe, é necessário criá-lo. Se não há um à mão, este deve ser fabricado, porque sem um inimigo poderoso se correm riscos de que se dêem as condições para que apareçam importantes níveis de dissenso interno que ponham em risco a condução do Estado e o domínio de um país pelos “eleitos” através do direito natural, ou seja, os mais fortes. Obviamente é necessário entender que em um regime capitalista global, os mais fortes não são outros senão os mais ricos.
Walter Graziano
Pode parecer curioso, mas apesar de ser um perseguido político de Hitler por motivos raciais, Strauss terminou por imitar ao seu odiado inimigo. Se substituirmos “os mais fortes” por “a raça ariana”, nos encontraríamos com idênticas percepções acerca de uma raça “eleita” para governar o mundo por direito natural.
Assim mesmo, a frase mais famosa atribuída ao ministro de Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, era “minta, minta, que alguma coisa fica”, e é quase idêntica à primeira premissa straussiana de governo. Durante o Terceiro Reich não havia uma religião considerada de Estado, ainda que as crenças pagãs e os símbolos hindus utilizados pelo nazismo (com a cruz gamada), assim como toas as crenças e lendas sobre a origem indoeuropéia da raça ariana, constituíam um sistema de crenças ao estilo das religiões, que uniam os alemães, ainda quando Hitler não deixara de apoiar o catolicismo e o cristianismo em geral. Finalmente, sobre a idéia de criar um inimigo se este não está à mão, Strauss não faz mais que copiar almas das próprias táticas de Adolf Hitler, quando por exemplo em 1933 o Führer havia ordenado incendiar o Reichstag (Parlamento) e logo culpar o atentado a um comunista com a finalidade de suspender totalmente a atividade dos partidos políticos, acabar com o Parlamento e governar ditatorialmente o país, sempre em guarda contra o possível avanço do “comunismo” e o “povo judeu”.
Em síntese, Leo Strauss não há proposto outra coisa que um regime hitleriano sem Hitler sob a aparência de uma democracia, onde a gente crê que vota por candidatos e idéias diferentes quando na realidade os dois candidatos tem sido cooptados de antemão (ainda que sempre haja um preferido como o fora Bush), ou bem as próprias táticas straussianas levadas a cabo desde os centros de poder, se encarrega de apagar todo pendor de possível saída até um esquema verdadeiramente democrático.
Se não se pensar bastante, é difícil saber que regime encerra uma dose maior de perversão: se os totalitarismos de esquerda ou de direita, ou se o straussianismo dominando as democracias pelas sombras. Se sabe perfeitamente bem que tanto a União Soviética de Stalin quanto o Terceiro Reich de Hitler eram sistemas nos quais não havia liberdade alguma e se vivia em um clima totalmente opressivo. Sem equívoco, esta era a lei em ambos os sistemas, e deixava claro para toda a população. Sob a atual aparência da democracia, em troca, os meios de comunicação adormecem populações inteiras através de noticiários vazios de notícias verdadeiras, repletos de casos policiais (apresentados para que o telespectador desconfie do vizinho ou do desconhecido, nunca do próprio Estado ou do sistema) e saturados de banais entretenimentos escapistas ou de esportes, nos quais se costumam depositar falsamente o pouco nacionalismo que pode sobreviver nesta era de globalização.
Desde a queda das Torres Gêmeas hão poucas dúvidas que o mundo inteiro tem sido submetido – com mais ou menos força em cada país – em uma cruel ditadura travestida de democracia, com centro em Nova Iorque e Londres, através da qual os governos somente podem apresentar uma obediente submissão, como a que os países que se alinham atrás dos Estados Unidos e o Reino Unido para invadir o Iraque, ou bem apenas podem iniciar negociações estratégicas de relativa oposição no estágio de uma situação de debilidade muito clara."
Walter Graziano, Nadie Vio Matrix – 4ª Ed. – Buenos Aires, Planeta, 2008.
Um comentário:
Fantástico!
Abrindo os olhos dos cegos.
Ótimo!!!!!!!!
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