Melancolia, por Lars von Trier

Um dos poucos filmes que eu não me animei a ver até hoje por sua densidade é "Anticristo" do cineasta dinamarquês Lars von Trier , aquele que foi do movimento Dogma 95 (algo como o velho "uma câmera na mão e uma ideia - nesse caso sempre incômoda - na cabeça").

Aliás, se você - caro(a) leitor(a) do blog - não viu, informe-se antes de pegar na locadora. Quando ele o realizou estava tentando se recuperar de dois anos de depressão. Exorcizou seus demônios ali.

Eu sempre encarei bem esse tipo de filme que desafia as emoções e o estômago do espectador, mas acho que estou ficando velho... rs.

Pois ele lançou ontem em Cannes o seu mais recente longa metragem chamado "Melancolia". Segundo o diretor trata-se de "um filme romântico com toques de humor". Eu não acredito nele não, mas acho que esse vai dar pra ver.

No universo particular desse respeitado (por muitos especialistas) cineasta as coisas se misturam além da conta e nesse filme parece não ser diferente. Melancolia é o nome de um planeta azul que está em rota de colisão com a Terra. Enquanto isso um belo casamento acontece. No mesmo momento crises familiares e existenciais se impõe: nada de finais felizes. É ficção científica, é drama, etc.

A bela Kirsten Dunst é uma das figuras centrais do filme e, para quem não se lembra, é a namoradinha do Homem-Aranha. E tem também a Charlotte Gainsbourg.

Parece que o filme é sobre o fim do mundo, o fim das relações, etc. Filme romântico com toques de humor? O título diz tudo... Mas pode ser uma "bela história sobre o fim do mundo". Com gosto amargo, é claro. Lars não ia perder a oportunidade...

Olha ele aí, junto com a Kirsten Dunst e a Charlotte Gainsbourg

P.S.: Enquanto terminava de escrever este post li que o Lars von Trier foi considerado "persona non grata" em Cannes. Motivo: andou "detonando" os israelenses e, ironicamente como sempre, dizendo "entender a posição de Hitler". Depois pediu desculpas em nota: "Se eu ofendi alguém esta manhã com as palavras que disse na coletiva de imprensa, peço desculpas sinceras. Não sou antissemita ou racista de qualquer maneira, e muito menos nazista".
O problema é que ele gosta de humor negro e se expressa em inglês que não é a lingua dele.
Mais recente declaração, feita hoje: "Me arrependo do que eu disse. Quer dizer, me arrependo de ter dito isso na conferência de imprensa. Eu poderia dizer isso para os meus amigos, porque eles me conhecem e sabem que eu não sou um nazista. A imprensa escandinava, que me conhece melhor também, nem tocou no assunto. Tem a ver com um tipo de humor, que não cabe para declarações públicas, mas tem a ver também com algumas palavras sendo colocadas fora de contexto. Mas eu realmente sinto muito pelo fato de ter ferido algumas pessoas. Definitivamente, não era minha intenção”.