11 de agosto de 2011

The Book Is On The Table: "A Arte de Ser Leve" e "Mulheres: Por que Será que Elas...?"

Recebi um artigo da jornalista mineira Leila Ferreira. O título: "A Arte de Ser Leve".

Calma, não se trata de nenhuma dieta de emagrecimento. Trata sim o texto de uma
"elegância existencial mesmo diante das adversidades" pois "nenhuma carga de insatisfação pessoal justifica nos transformarmos em seres de espírito obeso, criaturas permanentemente estressadas e insatisfeitas". Parece ser legal, né?! E é.

Resolvi pesquisar e verifiquei que o título é o mesmo de um livro da Leila, publicado pela Editora Globo.

Reproduzo abaixo a sinopse do livro e logo a seguir a crônica citada. Vale a pena ler.


Aliás esse é o segundo texto da Leila Ferreira que colocamos aqui no blog. O outro chama-se "Do Bom e do Melhor" e pode ser conferido no post
"Alain de Botton ('A Arte de Viajar' e 'Desejo de Status')".


"A Arte de Ser Leve" - Editora Globo
Sinopse:
"Tem gente que anda com um enorme bacalhau nas costas. A imagem é usada pela jornalista Leila Ferreira pra descrever aqueles que não conseguem se livrar da carga do mau humor e vão estragando o dia de quem tem o azar de topar-lhes o caminho. A autora de 'A arte de ser leve' se inspirou no rótulo de um tônico, a Emulsão de Scott, que continha o intragável óleo de fígado, e trazia estampado um marinheiro arcado sob o peso do peixe às suas costas. O livro visa ser um antídoto contra os 'bacalhaus' que muitas vezes as pessoas arrastam pela vida afora. A autora não pretende ser a 'dona da verdade', usar de didatismo em receitas fáceis e tampouco quer apresentar complicações acadêmicas. As histórias e impressões vão sendo aos poucos tiradas do cotidiano, da memória, das entrevistas acumuladas em sua carreira com pessoas importantes e dos bate-papos com anônimos. Dessa maneira, costurando informações científicas, divagando, conversando, a autora propõe uma pequena revolução num mundo abarrotado de e-mails e telefones celulares, de pouca cortesia e muitas dietas, cheio de ambição e consumismo transformar os gestos do cotidiano, aqueles que prendem e sobrecarregam as pessoas sem sequer dar a elas a chance de percebê-los."


A Arte de Ser Leve
"Costumo dizer que, depois de passar alguns anos correndo atrás da felicidade, hoje prefiro andar sem pressa em busca da leveza. Não a leveza que nos aliena ou nos condena à superfície, mas aquela que nos inspira a manter uma espécie de elegância existencial mesmo diante das adversidades – e adversidade é coisa que nunca falta pelos caminhos. Todos nós temos problemas, todos nós convivemos com frustrações e perdas. Mas nenhuma carga de insatisfação pessoal justifica nos transformarmos em seres de espírito obeso, criaturas permanentemente estressadas e insatisfeitas que parecem carregar nas costas (e na alma) o peso do universo. Não há nada mais penoso do que conviver com pessoas desagradáveis – seja na casa, no trabalho, no prédio onde moramos ou na fila do cinema. E a recíproca, claro, é verdadeira: compartilhar um espaço, uma atividade ou uma vida com alguém leve é um dos grandes prazeres da existência.

Quando penso nessa leveza que acrescenta qualidade ao cotidiano, penso antes de mais nada, em bom humor e gentileza. Pessoas indelicadas, incapazes de dizer “obrigado” ou “por favor”, aquele colega da empresa que nunca dá um “Bom dia”, o chefe que maltrata os funcionários, o motorista que sai dando fechadas no trânsito, a vendedora que não cumprimenta os clientes: quem é que gosta de dividir seu cotidiano com pessoas assim? E aquele médico que não dá um sorriso sequer, o marido que não abre a cara por nada deste mundo, a amiga que reclama de tudo e de todos, a colega de trabalho que parece estar brigada com todos e com tudo: alguém merece conviver com criaturas assim?

Quando se abre a mão da gentileza, a qualidade de vida cai drasticamente. Não há como manter bons relacionamentos – sejam eles na esfera profissional, social ou familiar – quando se é descortês ou grosseiro. E quando nossos relacionamentos deixam a desejar, nossa qualidade de vida é expressivamente reduzida. Com o humor ocorre o mesmo. Pessoas bem humoradas ou com senso de humor convivem melhor com o mundo e com elas mesmas. Não criam dramas desnecessários e, com isso, reduzem o impacto das circunstâncias desfavoráveis que inevitavelmente fazem parte do nosso dia a dia.

Antigamente, valorizava-se muito a simpatia. Hoje, no mundo das aparências e do consumismo, valem o corpo malhado, o carro do ano, o rosto sem rugas, a roupa de grife. Aos poucos, vamos nos esquecendo de sermos agradáveis – é como se a simpatia fosse uma virtude bobinha do passado, uma prima pobre esquecida diante de tantos modismos. Apressados, estressados e esgotados pelo esforço permanente do “ter que fazer”, “ter que correr”, “ter que se dar bem” e “ter que competir”, vamos aumentando, sem perceber, o peso que carregamos na alma. É como se a cada dia acrescentássemos alguns quilos a nossa bagagem e o percurso vai ficando cada vez mais arrastado e mais difícil.

Para quem não teve a sorte de nascer leve, leveza é algo que se aprende, garante um casal de psicólogos portugueses que entrevistei para o meu livro sobre esse tema. Helena Marujo e Luís Miguel Neto dão treinamentos em empresas, escolas e hospitais para ensinar as pessoas a serem mais bem humoradas, mais agradáveis, mais otimistas. Fácil não é elas admitem. Mas é possível. São escolhas diárias que fazemos, pequenas e grandes escolhas: como vou tratar este colega? Vou respeitar ou não meus funcionários? Vou passar duas horas reclamando da vida para os meus filhos? Esta minha cara fechada é algo que alguém merece ter por perto? Até quando vou impor meu azedume a quem me cerca? Quando foi a última vez que tentei ser uma pessoa melhor, mais generosa e delicada, menos amarga ou agressiva? São perguntas que podemos, ou devemos, nos fazer cotidianamente – pequenos exercícios em prol da leveza e da tão falada qualidade de vida.

Mestres na arte de cortar carboidratos e contar calorias, talvez seja hora de colocarmos a alma na balança, aparar as arestas e reduzir as gorduras do espírito. “Travel light”, costumam recomendar os guias de viagem: “viaje leve”, ou seja, quanto menos bagagem, maior a chance de desfrutarmos o que aparece no caminho. Quando a alma pesa pouco, viaja-se, ou vive-se melhor. E, claro quem convive conosco agradece."

Outro livro de Leila que parece ser bem legal é "Mulheres: Por que será que elas...?" também da Editora Globo.
Sinopse:
"Por que as mulheres hidratam os cotovelos? Por que insistem em usar roupas com botões nas costas? Por que enlouquecem diante de sapatos e bolsas? Porque confiam tanto na astrologia e no tarô? Por que acham normal fazer quatro coisas ao mesmo tempo? Por que confundem magreza com felicidade? Por que fazem tão pouco o que querem, preferindo fazer tudo o que acham que os homens querem?

Ao desenvolver o texto de Mulheres: por que Será que Elas...? a partir de perguntas relativas ao cotidiano feminino, a jornalista Leila Ferreira produziu um bem-humorado esboço de resposta para uma questão fundamental: afinal, o que é ser mulher neste início de século 21? O resultado - lançado em livro pela Editora Globo - é uma terna (porém aguda) análise das loucuras cotidianas que só as mulheres são capazes de cometer.

Moda, consumo, homens, auto-estima, esoterismo, culpa, sexo, hormônios, estética, estresse e - claro - amor estão entre os temas desta panorâmica sobre o comportamento do eu feminino contemporâneo. Experiente entrevistadora, a autora buscou a matéria-prima de seu livro na vida real. Numa peregrinação por bares, restaurantes, salões de cabeleireiro e clínicas de estética, entre uma infinidade de outros locais, Leila conversou com mais de 50 mulheres. Um esforço compensado por depoimentos e histórias tão absurdamente engraçados que, embora sejam de verdade, parecem pura ficção."

Um comentário:

Denise D+ disse...

Muito bom esse artigo bem como os comentários e as dicas. Marcos & Luiz Felipe parabéns porque o blog está cada vez melhor!
Gostei muito também das novidades que mostram o tráfego no blog, de onde são as pessoas que acessam o blog, e das dicas de outros artigos depois de cada post.
Bjs.